Fidel Castro x Dom Pedro II
Com a renúncia de Fidel Castro põe se fim aos 49 anos de poder do monarca latino do século XX, e com ela, torna se possível fazer uma comparação com um monarca latino que reinou na América no século XIX.
Embora ambos tenham governado seus países pelo mesmo número de anos, tivessem estatura física privilegiada e cultivado a mesma barba branca, seus governos são opostos como a água e o sangue.
Com personalidades opostas, Dom Pedro II era um liberal autêntico, que protegia e incentivava o desenvolvimento do seu país através da iniciativa privada, defendendo um Estado pequeno e funcional enquanto Castro, socialista fanático, proibiu a existência de qualquer forma de propriedade privada, visando a onipotência do Estado sobre o homem.
O monarca era mundialmente conhecido por seu caráter pacifista, fora chamado por três vezes a julgar como árbitro conflitos internacionais, foi assim na questão do Alabama entre EUA e Inglaterra; nas reclamações de vários governos europeus em conseqüência da guerra de Secessão nos EUA, bem como em razão da guerra do Chile contra o Peru e a Bolívia. Fidel, ao contrário, foi conhecido por sua notória vida de guerrilheiro e incentivador de conspirações armadas em todo o mundo.
Chegou a ameaçar os EUA com mísseis nucleares e tendo seu exército de guerrilheiros agido em conflitos de diversos países, como Angola e Nicarágua. Importante lembrar que Pedro II governou seu país sem nunca ter ameaçado a Câmara ou o Senado e seus membros sempre votaram de acordo com suas convicções; em Cuba, temerosos de serem perseguidos, os membros do Congresso sempre votavam em conjunto e sempre à favor do ditador, numa unanimidade inacreditável.
D. Pedro II assumiu um país escravocrata, atrasado tecnologicamente, com conflitos separatistas e com a missão de manter a unidade nacional.
Obstinado, pacificou o país através do perdão e de sua exposição pessoal em áreas consideradas de risco; buscou inovações tecnológicas que pudessem integrar a nação introduzindo estradas de ferro, o telégrafo, que acabou atravessando o Atlântico, o telefone, iluminação a gás e tudo fazendo para libertar os escravos do sistema vigente, buscando os primeiros imigrantes europeus e introduzindo paulatinamente leis que libertassem os escravos.
Já em Cuba, o “Comandante Fidel”, defendendo a igualdade e a liberdade transformou a população cubana em prisioneiros de sua “Alcatraz” particular e atrasando-a tecnologicamente por meio século.
Enquanto o Imperador era amado por seu povo, o Ditador era temido pelo seu. Enquanto o monarca era odiado pelos militares positivistas, o governante autoritário era adorado pelos guerrilheiros socialistas. Enquanto no Brasil do século XIX o monarca era respeitado por todas as nações civilizadas, na Cuba do século XXI o ditador era isolado.
Infelizmente, o bom “Rei filósofo”, foi derrubado e expulso do seu país pela liberdade que tanto lutou em conceder aos meios de comunicação e aos homens de seu reino vindo a morrer de pneumonia em um singelo hotel no exílio.
O “Eterno comandante” renunciou honrosamente ao cargo de ditador, que garantiu pela falta de liberdade de imprensa e perseguição social e política, passando o poder de forma dinástica, ao seu irmão.
Dizem que Fidel jamais será esquecido por seu povo, por seus 49 anos de governo; enquanto Dom Pedro II, ... quem foi ele mesmo?...
Abílio Carlos Cury
Membro da Associação Causa Imperial
Advogado, Turismólogo e Monarquista.
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