Em depoimento à Polícia, o oficial admitiu ter ameaçado escrever as iniciais da facção que controla o tráfico na Providência nas testas dos detidos, antes de deixá-los na outra favela, dominada por uma quadrilha rival.
O delegado Ricardo Dominguez, da 4ª DP (Central), e a promotora Márcia Velasco, responsáveis pelo pedido de prisão do grupo, admitiram a surpresa com o fato de os militares não terem demonstrado arrependimento com o desfecho da história, na qual sabiam que os jovens seriam mortos.
Ordem descumprida
De acordo com os depoimentos dos militares, o oficial ficou indignado com a decisão do capitão de serviço, que mandou liberar os jovens no sábado. Ao sair da 111ª Companhia de Apoio de Material Bélico, no Santo Cristo, o tenente perguntou aos subordinados se havia nas proximidades um morro dominado por traficantes rivais. Segundo os militares, a idéia do oficial era aplicar um "corretivo" nos três jovens. Nos depoimentos, os envolvidos dizem que um sargento, morador do Morro do Turano, no Rio Comprido (onde o tráfico é comandado pela mesma facção da Providência), sugeriu levar o grupo para a Mineira.
Ao chegar à favela, o sargento Maia Bueno, de 29 anos, desceu do caminhão e seguiu com as mãos para o alto até os traficantes, onde teria pedido que os jovens recebessem um castigo por terem desacatado os militares.
Os militares indiciados
Onze militares do Exército foram indiciados por triplo homicídio. Eles são acusados de ter seqüestrado e entregado três jovens da Providência a traficantes do Morro da Mineira, no Catumbi. Todos estão presos administrativamente:
VINÍCIUS GHIDETTI DE MORAES ANDRADE, de 25 anos:
Tenente LEANDRO MAIA BUENO, de 24:
Sargento JOSÉ RICARDO RODRIGUES DE ARAÚJO:
Soldado BRUNO EDUARDO DE FREITAS:
Soldado RENATO DE OLIVEIRA ALVES, de 22:
Soldado JÚLIO ALMEIDA, de 22:
Soldado RAFAEL CUNHA DA COSTA SÁ, de 21:
Soldado SIDNEY DE OLIVEIRA BARROS, de 21:
Soldado FABIANO ELOI DOS SANTOS, de 22:
Soldado SAMUEL DE SOUZA OLIVEIRA:
Soldado EDUARDO PEREIRA DE OLIVEIRA, de 24:
Por Jorge Serrão
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Comentário
Enquanto tivermos um presidente — este ou qualquer outro — que acha um absurdo que soldados do Exército entreguem partidários de um comando do tráfico a partidários de outro comando do tráfico, estamos condenados a perpetuar e a multiplicar os absurdos.
Afinal, escandaloso mesmo é que ele divida a presidência do Brasil com o Comando Vermelho e o os Amigos dos Amigos. Ou será que tudo faz sentido no Morro Brasil, sob o comando do CDC. O que é o CDC? É uma facção poderosíssima intitulada “Companheiros dos Companheiros”.
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