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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O VERDADEIRO TAMANHO DO PACOTE DA DILMA!




1. A presidente Dilma Rousseff anunciou semana passada um pacote de investimentos em infraestrutura rodoviária e metroviária via concessões. Ganhou destaque quando informou que seriam 133 bilhões de reais em 25 anos e 23,5 bilhões de reais nos próximos 5 anos. Vamos analisar o impacto destes valores sobre a dinâmica macroeconômica.

2. O PIB do Brasil, informado pelo governo, é de 4 trilhões e 140 bilhões de reais. O número mínimo de investimentos federais em infraestrutura, que coincide com uma média histórica, são 2% do PIB ou 80 bilhões de reais por ano. Um investimento menor que esse afeta o chamado custo Brasil. Foi o que ocorreu. Hoje, fala-se em 4% do PIB para recuperar o atraso. Mas deixemos isso de lado. Fiquemos com os 2% ou 80 bilhões de reais por ano.

3. Os 133 bilhões divididos por 25 anos são 5,3 bilhões de reais por ano. Os 23,5 bilhões de reais nos próximos cinco anos são 4,7 bilhões de reais por ano. Para facilitar o raciocínio, usemos 5 bilhões de reais por ano de investimentos que Dilma, via concessões, agregará à infraestrutura ferroviária e rodoviária.

4. Comparemos estes 5 bilhões de reais com os 80 bilhões (2% do PIB) necessários. Eles representam 6%. Ora, então supondo que o governo Dilma e o próximo governo investirão mesmo 2% do PIB por ano, este pacote-Dilma apenas acrescentará 6%. Dessa forma, o valor acrescentado fará passar os 2% do PIB para 2,077% do PIB. Algo irrisório para tantos fogos de artifício e tanto destaque do noticiário.

5. E o PSDB –ainda traumatizado pelo segundo turno de 2006, quando o PT usou as privatizações como arma de campanha- colocou matéria paga na imprensa e seu presidente fez declarações públicas saudando Dilma por tal decisão. Ingenuidade dupla: a) usar o PT para legitimar seus atos; b) destacar tanto um leve incremento de 0,07% sobre os obrigatórios 2% do PIB como grande façanha.
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2012! ELEIÇÃO PARA PREFEITO DE SP!

1. Esses 26% do Serra não são diferentes de 2004 quando candidato a prefeito, quando oscilava entre 25% e 29%. O que é diferente é a rejeição. Serra, em 2004, era dos menos rejeitados, com uns 12%. Agora tem 37% (próximo do cabalístico 40%). Isso pode até não afetar o primeiro turno. Mas afeta o segundo. Nos 43% que acham Kassab ruim+péssimo, a intenção de voto em Serra é de 15% (Dados do último Ibope).

2. Russomano entra num duplo e tradicional vetor paulistano: o populismo que vem desde Ademar, chegando a Enéas e Tiririca; e o voto conservador que NÃO tem referência em Serra e Haddad.

3. Haddad, como este Ex-Blog já havia informado, analisando uma série longa de eleições em SP desde 1985, ficará longe do teto de 30% do PT. Ele não entra no voto conservador, não entra no voto populista e não entra no voto da direita. Marta é também uma política de costumes e por isso amplia bem mais que ele.

4. Chalita perdeu tempo, mas ainda tem espaço nos vetores conservador, populista e de direita. O voto útil no primeiro turno, quando a chaleira ferver, pode ser capturado por ele, no estilo bom moço e subir como tercius. E no segundo turno, em qualquer hipótese, será competitivo, pelo voto residual dos que não forem.

5. Os demais são candidatos a deputado federal e a escolher quem apoiam no segundo turno e fazer uma boa negociação política. Tendem a ficar com o favorito ou entrar no ônibus onde houver lugar vazio.
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"ISSO MOSTRA COMO ESSE ELEITORADO MAIS POBRE É MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE SE COSTUMA PENSAR"!

(Ilustríssima - Entrevista André Singer Folha de SP, 19) André Singer – 1. "Mensalão em 2005, foi o ponto em que a classe média definitivamente se afastou do que depois veio a ser o lulismo. Esse é o momento em que o lulismo e o antilulismo se cristalizam. A minha hipótese é que houve um percurso algo silencioso, um pouco subterrâneo, de mudanças importantes, que ocorreram ao longo do primeiro mandato do ex-presidente Lula. Essas mudanças acabaram por cristalizar uma nova polarização política, que se expressou nas eleições de 2006. Se você pegar a curva de intenção de votos pelo Datafolha desde o começo de 2006, quando ainda as pessoas não estão muito ligadas na questão eleitoral, e for vendo como isso transcorre ao longo de 2006, percebe que a configuração já é outra, bem diferente daquela que tinha se dado em 2002.

2. Houve esse deslocamento de apoios: de um lado, os eleitores mais pobres se aproximando do Lula, e, de outro, os eleitores de renda mais alta se afastando. Essa clivagem não tinha ocorrido no Brasil desde 1989, quando aconteceu no sentido inverso: Lula ganhou no segundo turno em todas a faixas de renda, menos na mais baixa, e Collor perdeu em todas, menos na mais baixa.

3. Isso mostra como esse eleitorado mais pobre é muito mais importante do que se costuma pensar. Se você cruzar o apoio ao governo Lula com a renda familiar, percebe que, em 2005, com a divulgação das notícias do mensalão, começa a haver perda de apoio nos segmentos de classe média, a partir de cinco salários mínimos de renda familiar.

4. Minha hipótese é que essa perda de apoio, vou usar uma palavra um pouco forte, pois na história as coisas acabam por mudar, é definitiva. Eu creio que seja uma mudança de longo prazo. "


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