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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobre unanimidades e maiorias - Reinaldo Azevedo

Sobre unanimidades e maiorias

Eu não me assusto com unanimidades ou maiorias, Alberto Roberto.

Fosse assim, eu seria lulista em 2002, em 2003, em 2004… em 2009.

Na verdade, as minhas restrições a Schopenhauer Inácio da Silva cresceram junto com a ascensão da sua popularidade.

Quanto mais popular ele se torna, menos adequado eu o considero para presidir o Brasil.

Com o prestígio que tem, poderia ter conduzido reformas essenciais para o país.

Em vez disso, resolveu ser o chefe dos pizzaiolos.

Entrega pizza em domicílio nos endereços mais suspeitos da oligarquia brasileira, rebaixando as instituições.

Eu não me intimido nem mesmo com o alarido do mercado exaltando as suas virtudes demiúrgicas — afinal, não é?, o “direitista” sou eu, e ele deveria ser o meu horizonte.

Acontece que eu quero uma sociedade de livre, sim, mas os mercadistas não são os melhores pensadores que a democracia tem.

Seu patriotismo é ganhar dinheiro.

E eu acho isso belo, essencial, vital.

É a cupidez que gera o capital necessário para descobrir remédios e vacinas, por exemplo.

Isso é tão importante — de verdade! — quanto Maquiavel, Shakespeare ou Camões.

Mas saiba, Alberto Roberto: isso não é Maquiavel, Shakespeare ou Camões.

Jamais serei grato a Lula por ele cobrar tão caro por aquilo a que temos direito de graça.

Só lhe sou grato pelas boas frases que ele me leva a escrever, entende?

Adiante.

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