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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Militares atacam governo Lula e pedem investigação sobre suposto envolvimento com as Farc‏ - ‘Um desserviço ao país’

Em encontro realizado nesta quinta-feira no Clube Militar do Rio de Janeiro, militares da reserva criticaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, integrantes do governo, ministros e ex-ministros ao citar reportagem publicada pela revista colombiana "Cambio", que apontou o suposto envolvimento de políticos brasileiros ligados ao governo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

O encontro foi realizado para debater a Lei da Anistia e serviu de retaliação à tentativa do ministro da Justiça, Tarso Genro, de reabrir a discussão sobre a lei para punir agentes do Estado que cometeram crime de tortura no regime militar. Cerca de cem militares da reserva participaram do debate, entre eles Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército, que comandou no início dos anos 70, o DOI-Codi de São Paulo, órgão de repressão do regime.

Tarso x militares

Tarso está enrolado. Ele ainda enfrenta uma polêmica com os militares depois de ter defendido punição para quem torturou na ditadura, informa a coluna Painel da Folha de S. Paulo

O tom de debate foi em defesa do regime militar. "Há nomes de terroristas que ensangüentaram nosso país, matando mais de cem pessoas. Em respeito à Lei da Anistia não vou citá-los. Muitos deles estão ocupando hoje cargos públicos", disse o general da reserva Sérgio de Avellar Coutinho.

"O governo quer acusar de golpistas os militares de ontem, mas eles são os golpistas de hoje", afirmou Waldemar Zveiter, ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que também estava no encontro.


Exército tentou esvaziar ato

Generais do Alto Comando do Exército se mobilizaram informalmente ontem para dissuadir colegas da ativa a comparecerem à manifestação de hoje no Clube Militar do Rio

Antonio José Ribas Paiva, coordenador da UND (União Nacionalista Democrática), pediu que o suposto envolvimento de integrantes e ex-integrantes do governo com as Farc seja investigado. Ele citou o atual chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, e o ministro da secretaria especial de Direitos Humano, Paulo Vanucchi.

"Eles foram desmascarados pela imprensa internacional, que revelou que eles apóiam o narcotráfico e a guerrilha", disse Paiva. "Eles têm que ser alvos de investigações, pois são do governo federal e apóiam a narcoguerrilha", completou.

Manifestação

Enquanto os militares se reuniam no quinto andar da sede do Clube Militar do Rio de Janeiro, um grupo de cerca de 30 manifestantes fez uma manifestação em frente ao prédio contra a tortura, exibindo mensagens de apoio ao ministro da Justiça.
Juliana Castro

Obs: Fotos de Sueli Bessa feitas pelo celular



Militares reagem a Tarso

Reunidos no Rio, eles criticam ministros que defenderam punição para torturadores, apesar da Lei da Anistia

Sem os uniformes, mas com uma revolta unânime contra a posição do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do secretário de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, que semana passada defenderam punição para torturadores da ditadura, militares da ativa e da reserva classificaram a iniciativa, ontem, no Rio, de "extemporânea, imoral e fora de propósito". "Foi um desserviço prestado ao Brasil e, com certeza, ao próprio governo a que pertencem", diz nota conjunta dos Clubes Militar, da Marinha e da Aeronáutica.

Os militares se reuniram num ato de repúdio contra a posição dos ministros. O general da reserva Sérgio Augusto Coutinho apresentou a ficha política e pessoal de Tarso e Vanucchi.

O militar leu documento e incluiu citações à vida dos dois ministros.

O general disse que não poderia classificar o ministro da Justiça de terrorista, embora este tenha participado da "ala vermelha do PCB". Coutinho também disse que Tarso depôs duas vezes no Dops.

Já sobre Vanucchi, a ficha levantada pelos militares inclui participação na Ação Libertadora Nacional (ALN) e influência de "terroristas".

Flávio Tabak e Maiá Menezes
O Globo

Comentário:

A lei da anistia foi uma solução bem à la brasileira para pôr fim a esse assunto.

Os subversivos da época que cometeram crimes, também foram anistiados, mas apesar de terem recebido indenizações milionárias ( militares não) com o imposto pago pelos contribuintes, não se conformam...

Eles têm um dinamismo interno doentio que não se contenta e ainda querem pôr em cana os militares.

Os militares defenderam a democracia contra subversivos que queriam implantar uma ditadura comunista no Brasil.

Acho que os militares não vão colocar o pescoço na guilhotina, sem reagir, para serem guilhotinados como fizeram os nobres corruptos (com honrosas excessões) na época da revolução francesa de 1789...

E o comunismo é filha da revolução francesa.

Diogo

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