por Félix Maier (*)
Alexander Solyenitzin – ‘símbolo do intelectual comprometido’ – foi o cronista dos horrores do bolchevismo totalitário soviético.
DESCREVEU EM SEUS RELATOS os tormentos e a sobrevivência nos campos de trabalho forçado da União Soviética – denominados GULAG, cujas crônicas demonstraram e inspiraram milhões de que o valor e a integridade podem derrotar a máquina totalitária de um império.
SUA TRILOGIA – Arquipélago Gulag (1973-1976) – ocasionou uma consternação mundial – pelos relatos da selvageria dominante na União Soviética – durante a ditadura de JOSEF STÁLIN, contribuindo para acabar com a ‘simpatia’ que havia com a União Soviética (idêntica a que alguns devotos dedicam à tirania cubana hoje) por parte de muitos intelectuais de esquerda (orgânicos), especialmente europeus.
SOLYENITZIN – graduado do Departamento de Física e Matemática da Universidade de Rostov – foi enviado a um desses campos em 1946 – logo depois de sua prisão. No exílio na Ásia Central, começou a escrever suas memórias – relatando o sofrimento e a injustiça no gulag de Stálin.
PRIMEIRO – foi ‘Um dia na vida de Iván Denisovich’ – história do carpinteiro que luta para sobreviver num campo de trabalho forçado soviético, a que foi condenado, como Soyenitzin. O livro foi publicado por ordem de NIKITA KRUSCHEV – para revelar os abusos de seu predecessor Stálin.
Após a queda de KRUSCHEV – em 1964 – passou a ser perseguido pela famigerada KGB, e, proibida a publicação de seus livros.
SUA OBRA seguinte foi ‘O primeiro círculo’ – anotando que “um grande escritor é, por assim dizer, um governo secreto de seu país” – em que relata o sofrimento e os horrores vividos pelos prisioneiros de um dos ‘campos especiais’ de Stálin, destinado a cientistas e aos que o ditador considerava ‘politicamente pouco confiáveis, por cujo saber e preparação essenciais.
EM ‘PAVILHÃO DE CANCEROSOS’ – de 1967 – baseado em sua própria vida; no caso seu tratamento de câncer em Tashkent, Uzbekistán – que formava parte da Ásia Central Soviética – durante seus alhos de exílio de 1953, mês e ano da morte de Stálin, até junho de 1956.
No livro – o câncer se converte numa ‘metáfora da fatal enfermidade do sistema soviético’ – sintetizada – “Um homem gera um tumor e morre, como pode viver um país que gerou os campos de trabalho e o exílio?
EM 1970 a Academia Sueca lhe concedeu o Prêmio Nobel de Literatura – mas as autoridades soviéticas o proibiram de viajar a Estocolmo para receber o prêmio, intensificando-se os ataques pessoais oficiais contra ele, quando foi editado em Paris o primeiro livro de sua trilogia – Arquipélago Gulag.
No ano a seguinte foi preso – acusado de traição e expulso para a Alemanha Ocidental – fato que provocou ‘condenação’ mundial do regime presidido por LEONID BREZHNEV.
SOLYENITZIN estabeleceu-se nos EUA com sua esposa e filhos; em 1990 – MIKHAIL GORBACHOV lhe devolveu a cidadania e retirou a acusação de ‘traição’.
ALGUMAS OPINIÕES:
O novelista e ensaísta Marcos Aguinis, ao jornal LA NACION, BAs:
"Solyenitzin cumplió un rol decisivo en sacar a la luz la opresión que sufría el pueblo soviético, bajo un régimen que no cambió de sistema pese a las denuncias de los crímenes de Stalin"
"Lo que Sartre había dicho que era falso Solyenitzin demostró que era verdadero. El pensador francés había mentido a su regreso de la Unión Soviética cuando dijo que el gulag era un invento de la CIA", sentenció Aguinis, en una crítica a las posturas que predominaban en el pensamiento progresista de ese tiempo. "Con su obra testimonial, en la que apeló a la calidad de ese estilo profundo y conmovedor que caracterizó a la literatura rusa del siglo XIX, Solyenitzin consiguió persuadir sobre la realidad de esas denuncias"
"Y así, paradójicamente, la literatura comprometida que había estado en manos de una izquierda que traicionó sus ideales de origen, como Sartre, pasó a estar en manos de quienes denunciaban esas traiciones."
O analista Natalio Botana recordó la obra Archipiélago gulag , que definió como "un texto determinante para entender el horror del stalinismo y el significado del totalitarismo".
Para la autora María Rosa Lojo, el nombre de Solyenitzin estará siempre ligado "a la dramática revelación, desde adentro, de las persecuciones stalinistas y los efectos, en general, de un Estado totalitario".
"Muchos militantes de izquierda de buena fe apoyaron y defendieron a Stalin sin advertir de qué manera se había apartado su régimen de los ideales revolucionarios. Después de Archipiélago gulag ya no fue posible mantener la misma postura", disse a escritora.
Opinou ainda que sobre a posição dos intelectuais frente ao poder - "En todas partes, los intelectuales son incómodos para los gobernantes cuando practican libremente la crítica. El la ejerció, también, contra el modelo socioeconómico de vida occidental, que no le resultaba satisfactorio."
O escritor José Ignacio García Hamilton disse que ‘fue el triunfo de un individuo que opuso principios de libertad, de respeto a la persona, a un sistema que manipulaba el sentimiento de nación y a una ideología de aparente igualitarismo.
"Es un símbolo del intelectual independiente y valiente".
por Rivadávia Rosa
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