Em Vinte cartas a um amigo, ela realiza uma crescente e emocionada catarse ao falar de sua infância e juventude.
Presenciou o devastamento de seus entes queridos, alvo das desconfianças obsessivas do pai.
Quando não eram assassinados por supostas traições ao regime - parentes próximos, como seus tios, e também amigos íntimos da família -, sucumbiam a gigantescas pressões de morte, seja progressiva (seu irmão alcoólatra) ou imediata (o suicídio de sua mãe aos 30 anos).
Na última carta, uma frase sua em especial assusta pela desolação com que constata:
"Em torno de meu pai havia uma espécie de círculo negro - todos os que caíam em seu interior pereciam, destruíam-se, desapareciam da vida..."
Examinando-se de perto a vida de Karl Marx e o posterior desenvolvimento do marxismo, tem-se a impressão de que o mesmo poderia ser dito dele, sem temor algum de exageros.
por Ricardo
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