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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

‘The Economist’ defende demissão de Mantega e da equipe econômica




Revista afirma que excesso de intervenção do governo afastou investidores
RIO – Diante do resultado decepcionante do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro resultado, a revista The Economist subiu o tom contra as intervenções do governo brasileiro na economia e afirmou que a presidente Dilma Rousseff deveria demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega e substituir sua equipe econômica.

A publicação afirmou, em editorial intitulado “Um colapso da confiança”, que Dilma “parece acreditar que o estado deve direcionar as decisões sobre investimento privado”, citando as medidas recentes em relação aos bancos – em que o governo estimulou, por meios dos bancos públicos, a redução dos juros – e ao sistema elétrico, cujas novas regras estão causando controvérsia.

“A preocupação é que a própria presidente é a ‘interventora-chefe’. Mas ela insiste que é pragmática. Se for, ela deveria demitir o sr. Mantega, cujas previsões sempre otimistas causaram a perda da confiança dos investidores, e nomear uma nova equipe capaz de reconquistar a confiança nos negócios”, afirmou a revista, lembrando que o crescimento do PIB do terceiro trimestre, de 0,6%, foi a metade do previsto por Mantega.

Apesar dos esforços do governo, não só em relação aos bancos e elétricas, mas de “outros fornecedores de infraestrutura”, a revista destacou que o investimento teve queda nos últimos cinco trimestres, chegando a apenas 18,7% do PIB, contra 30% no Peru em 2011 e 27% no Chile e na Colômbia.

Isso porque os antigos motores da economia brasileira – os preços em alta das commodities e o consumo interno – estão arrefecendo. A revista diz que, para passar do modelo de crescimento baseado em consumo para o de crescimento baseado em investimento, será necessário reduzir o custo Brasil, “uma combinação de burocracia, impostos altos, crédito caro, infraestrutura em frangalhos e câmbio sobrevalorizado que faz o país ser dolorosamente caro para negociar”.

“O Banco Central pode ficar tentado a reagir aos números mais recentes com outro corte de juros.

Seria um erro.

Em vez disso, o governo deveria redobrar os esforços para cortar o custo Brasil, por exemplo, atacando as leis trabalhistas – e portanto deixando os espíritos animais do setor privado rugirem”.


O artigo termina citando possíveis impactos dos resultados econômicos fracos na disputa eleitoral de 2014. Lembra que Fernando Henrique Cardoso foi recompensado por ter reduzido a inflação, e Lula se beneficiou das políticas que tiraram milhões da linha de pobreza.

Quanto a Dilma, The Economist diz que ela parece acreditar que o emprego pleno e a alta dos salários serão suficientes para assegurar a reeleição, mas estes “dependem de crescimento renovado” e podem não convencer os eleitores.

6/12/12

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