Até tu??
BRASÍLIA - Uma das vítimas do grampo que apanhou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o senador Demóstenes Torres contou, nesta quinta-feira, que na reunião dos congressistas na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que também está preocupado com a onda de espionagem em Brasília.
– O Lula acha que a família dele está sendo bisbilhotada – revelou o senador.
Segundo ele, o presidente não entrou em detalhes sobre quem na sua família estaria sendo alvo de espionagem.
Em busca de pistas que possam levar ao araponga mais procurado do Brasil, a Polícia Federal não deixou de fora nem as vítimas do grampo: os peritos da PF fizeram nesta quinta uma varredura no gabinete de Demóstenes, no Senado, e depois se concentraram nos equipamentos e linhas do setor de distribuição dos ramais telefônicos da Casa.
Em busca de pistas que possam levar ao araponga mais procurado do Brasil, a Polícia Federal não deixou de fora nem as vítimas do grampo: os peritos da PF fizeram nesta quinta uma varredura no gabinete de Demóstenes, no Senado, e depois se concentraram nos equipamentos e linhas do setor de distribuição dos ramais telefônicos da Casa.
Origem do grampo
Na mesma operação, o delegado Willian Marcel Morad ouviu o senador de mais de duas horas sobre a espionagem e a paranóia que tomam conta dos políticos em Brasília. O principal objetivo da polícia agora é definir se o grampo originou-se no Senado ou no STF.
– Foi eu quem pediu ao presidente (do Senado) Garibaldi Alves que a Polícia Federal fizesse a perícia. Franqueei o meu gabinete – disse Demóstenes, para afastar especulações sobre seu papel no episódio.
Os peritos passaram cerca de duas horas vistoriando equipamentos entre o gabinete do senador e o sistema telefônico do Senado.
Ao delegado, ouvido em depoimento como testemunha, ele repetiu a história já conhecida e acrescentou que sempre teve a sensação de que pudesse estar sendo monitorado, mesmo antes de 15 de julho, suposta data em que o araponga gravou sua conversa.
Demóstenes deu ao delegado sua impressão sobre a origem do grampo: a relação que ele chamou de "promíscua" entre Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a Operação Satiagraha.
Por essa hipótese, segundo o senador, o presidente do STF, Gilmar Mendes, autor das duas liminares que determinaram a libertação do banqueiro Daniel Dantas, teria sido monitorado por retaliação de algum policial ou agente da Abin.
– Acredito que tenha havido um desvio de conduta dentro da Abin – diz o senador.
Ele ressalva, no entanto, que atualmente não há qualquer pista que possa levar ao autor do grampo ou ao equipamento usado para a espionagem, e que todas as hipóteses – inclusive a que aponta para o Senado – devem ser levada em consideração.
A Polícia Federal desconsiderou o relatório produzido pela Polícia Legislativa do Senado, que na segunda-feira sustentava não haver indícios de grampo, e fez uma rigorosa vistoria no sistema telefônico e em alguns computadores da Casa.
Os policiais legislativos, que não têm atribuição legal de investigar, tentaram negar aos federais acesso à central telefônico, mas o próprio Demóstenes, numa telefonema a Garibaldi Alves, desfez a confusão e autorizou a perícia.
Vasconcelo Quadros e Karla Correia,
Jornal do Brasil
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