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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Presos da 27ª fase da Operação Lava Jato chegam a Curitiba




Silvio Pereira e Ronan Maria Pinto tiveram prisão temporária decretada.
Eles fazem exames no Instituto Médico-Legal (IML) ainda nesta sexta (1º).


Do G1 PR

Os dois presos temporários da 27ª fase da Operação Lava Jato, Silvio Pereira e Ronan Maria Pinto chegaram a Curitiba na tarde desta sexta-feira (1º). Eles devem fazer exames de praxe no Instituto Médico-Legal (IML) ainda durante a tarde, antes de seguirem para a Superintendência da Polícia Federal (PF), onde ficarão presos por pelo menos cinco dias.

Silvio Pereira é ex-secretário geral do PT, e Ronan Maria Pinto é dono do jornal "Diário do Grande ABC" e de empresas do setor de transporte e coleta de lixo. Eles são investigados pela Lava Jato por participação no esquema de corrupção através de um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões obtido por José Carlos Bumlai no banco Schahin, em 2004.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, um dos beneficiários finais destes recursos foi Ronan Maria Pinto, que recebeu R$ 6 milhões. A razão do pagamento ainda não foi apurada pelos investigadores.




RESUMO DA 27ª FASE


A operação foi chamada de Carbono 14, porque remete a episódios antigos e não esclarecidos.


Objetivo: descobrir os beneficiários do esquema investigado.
Mandados judiciais: 2 de prisão, 2 de condução coercitiva e 8 de busca e apreensão.

Presos temporários: Ronan Maria Pinto, empresário, e Silvio Pereira, ex-secretário geral do PT.


Conduções coercitivas: Breno Altman, jornalista, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT.

O que descobriu: Um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões obtido por José Carlos Bumlai no banco Schahin, em 2004, tinha como um dos beneficiários finais Ronan Maria Pinto, que recebeu R$ 6 milhões.

O que falta apurar:
A razão do pagamento a Ronan Pinto; Qual é a relação entre esse pagamento e o esquema de corrupção em Santo André; Para onde foram os outros R$ 6 milhões do empréstimo.

Investigações
O Ministério Público diz que o pecuarista José Carlos Bumlai, que já foi preso pela Lava Jato e é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contraiu um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin em outubro de 2004. O objetivo seria quitar dívidas do PT.

O empréstimo foi pago por meio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão.

As investigações descobriram que, do valor total emprestado de R$ 12 milhões a Bumlai, pelo menos R$ 6 milhões foram pagos ao empresário Ronan Maria Pinto.

Os investigados usaram várias estratégias para transferir os recursos, arquitetando um esquema de lavagem de dinheiro que envolveu Ronan, pessoas ligadas ao PT e outras pessoas.

"Há provas que apontam para o fato de que a operacionalização do esquema se deu, inicialmente, por intermédio da transferência dos valores de Bumlai para o Frigorifico Bertin, que, por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milhões a um empresário do Rio de Janeiro envolvido no esquema", diz nota do MPF. Houve ainda um repasse de R$ 210 mil em novembro de 2004 para Ronan.

Em depoimento à PF, Bumlai confessou que houve fraude na quitação do empréstimo de R$ 12 milhões. Ele disse também acreditar que o dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para "caixa 2" do PT.

Condenação anterior
Em novembro de 2015, Ronan foi condenado a 10 anos, 4 meses e 12 dias de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa, por concussão e corrupção ativa. Ele foi acusado de participação em um esquema de cobrança de propina de empresas de transportes contratadas pela prefeitura de Santo André, entre 1999 e 2001. O empresário alegou inocência e recorre da sentença em liberdade.

O prefeito da cidade na época era Celso Daniel (PT), que foi assassinado em 2002. O Ministério Público de São Paulo chegou a relacionar a morte dele ao esquema – o prefeito teria tentado barrar a cobrança de propinas. Mas, para a polícia, houve crime comum.


01/04/2016

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