Por Polibio Braga
A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta terça-feira afirmação do diplomata Eduardo Saboia de que ele se sentiu na embaixada brasileira em La Paz com um "carcereiro do DOI-Codi", ao manter preso o senador Molina.
. O senador Aécio Neves classificou as declarações de Dilma como "deploráveis" e "indignas".
. O que disse Dilma:
- O governo age para proteger a vida. Nós não estamos em situação de exceção, não há nenhuma similaridade. Eu estive no DOI-Codi, eu sei o que é o DOI-Codi. É tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno. Literalmente isso.
. Refém política dos setores duros do PT e do bolivariano Evo Morales, Dilma tenta crucificar o seu embaixador, em vez de condecorá-lo como herói.
A fala, em entrevista coletiva após cerimônia solene no Senado, é a primeira declaração pública de Dilma após o episódio que resultou na demissão do ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), na noite de ontem.
"O senador estava havia 452 dias sem tomar sol, sem receber visitas. Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi [centro de repressão do Exército durante a ditadura]. O asilado típico fica na residência [do embaixador], mas ele estava confinado numa sala de telex, vigiado 24 horas por fuzileiros navais", disse o diplomata.
- Não é a primeira vez que Dilma Roussef relembra fatos relacionados com as prisões e torturas que sofreu durante a ditadura militar, quando empunhou armas e participou de ações do grupo terrorista VAR-Palmares, inclusive da operação de assalto ao cofre da residência da amante do ex-governador Ademar de Barros. A respeito das atividades que exerceu no grupo terrorista, no entanto, a presidente faz questão de nunca declarar nada e nem comparar sua posição atual de presidente constitucional de um regime republicano e democrático e o ideário que seguia na época, que era justamente a substituição do regime republicano e democrático por um regime ditatorial e comunista.. A reclusão por tempo indeterminado de uma pessoa, mesmo num cubículo de embaixada, é, sim, tão dolorosa quanto foi a prisão de Dilma numa cela do DOI-Codi. A diferença básica é que na embaixada nunca houve tortura física, mas sempre houve tortura psicológica promovida pelos esbirros de Evo Morales e reclusão em regime fechado. Além do mais, nem é disto que se trata, mas do respeito à vida humana, inclusive sua dignidade.
27 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Expert em DOI-Codi, mas ignorante em VAR, submissa à vanguarda do atraso, Dilma faz comparação absurda para desautorizar seu embaixador-herói
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