Portador
da Síndrome de Deus, Luiz Inácio Lula da Silva resolveu ensinar ao
governador Eduardo Campos como se faz um prefeito de capital
Decidido a instalar o senador Humberto Costa no comando do Recife, proibiu o companheiro João da Costa de disputar a reeleição, ordenou ao deputado Maurício Rands que desistisse da candidatura e, convencido de que Eduardo Campos e o PSB não ousariam desafiar a vontade do Rei de Pernambuco, correu para o abraço.
Tropeçou espetacularmente num certo Geraldo Júlio, escolhido pelo governador para mostrar quem manda por lá.
Há um mês, Geraldo Júlio era mais um no secretariado estadual.
É agora o prefeito eleito com mais de 450 mil votos, 300 mil à frente do terceiro colocado Humberto Costa.
O senador afundou abraçado ao ex-prefeito João Paulo, candidato a vice.
Quem não perdeu inteiramente o juízo preferiu contemplar de longe o abraço dos afogados.
João da Costa e Maurício Rands abandonaram o barco ainda no ancoradouro.
Como sempre faz ao pressentir a consumação de algum naufrágio que planejou, Lula escapou pelo porão.
O palanque ambulante nem deu as caras na capital pernambucana, que deveria emoldurar o grande momento da sequência de comícios de dimensões amazônicas.
A surra sofrida pelo PT na cidade que controlou por 12 anos foi a mais espantosa proeza do intuitivo incomparável.
Nunca se viu tão perfeito tiro no pé.
08/10/2012
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