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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando a democracia começa a incomodar o colunismo político, a democracia pode estar precisando do Sírio-Libanês ou do Einstein… O SUS não resolve!






Sempre que alguém decide agredir a democracia ou submetê-la à canga de um líder ou de um partido, eu sou tomado por uma obsessão, para usar uma palavra que é do gosto de Lula: reafirmar os valores democráticos.


Assim, eu lhes trago outro vídeo em que o então presidente da República fala sobre saúde.

Trata-se do discurso que ele fez há exatos dois anos, no dia 3 de novembro de 2009, no 9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Olinda.

É aquele em que diz que vai tentar convencer Barack Obama a criar o SUS
.

V
ejam.

V
olto depois.


Voltei
Mais uma vez, antes de comentar o vídeo, algumas considerações importantes.

O Brasil vive já há alguns anos sob o signo de um misto de censura e mistificação.




E esse monstrengo antidemocrático é encarnado pela figura de Lula.

Só por isso algumas pardalocas desarvoradas chegaram a pedir censura na Internet para que as pessoas parassem de dizer aquela “coisa horrível”, “aquela baixeza”, “aquela canalhice”.

E o que era essa coisa tão terrível?

“Vai se tratar no SUS, Lula!”


Acho que o texto que escrevi ontem diz boa parte do que tem de ser dito a respeito.

“Fascistas” são aqueles que consideram “ofensivo” que se possa oferecer a alguém como Lula o que é oferecido ao povo.

Não!

Eu não acho que ele esteja moralmente obrigado a se tratar no SUS, reitero!



Afirmar, no entanto, que tal sugestão é uma “ofensa grave” — a maioria dos portais da Internet cortou comentários com esse teor! — corresponde a ignorar as palavras do próprio petista.

A estupidez foi longe!

Leio aqui e ali que Lula colaborou com a “transparência do poder” ao admitir a sua doença e permitir que os médicos concedessem uma entrevista coletiva.

Uau!

Definitivamente, o homem foi alçado à condição de condestável da República. Eu nem sabia que ele estava no poder!

Considerava, na minha santa inocência, que a presidente era Dilma Rousseff.

Para mim, o Apedeuta era só o seu antecessor.




Leia mais aqui.

03.11.2011

4 comentários:

Jurema Cappelletti disse...

Reforço a frase que já dizia minha bisavó: QUEM TEM PENA, MORRE DEPENADO. Portanto, parabéns pela montagem de L.I. duplamente pelado.

A vida de quem não respeita a vida alheia não merece respeito.

Anônimo disse...

Muitos conhecidos e até amigos meus têm compartilhado o que parece ser uma campanha cômica – porém sem graça – pelo tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sistema Único de Sáude (SUS). Obviamente, têm sido contra-atacados por aqueles que têm grande apreço e identificação ideológica ou partidária com o ex-presidente. Como a maioria dos brasileiros já deve saber, Lula teve câncer na laringe diagnosticado no último sábado (29/10) e começou nesta segunda-feira (31/10) seu tratamento quimioterápico no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo-SP. A brincadeira tem um quê de estupidez e oportunismo e acirra novamente os ânimos do que parece ser dois grupos distintos de pessoas: os pró-Lula e os anti-Lula.

Eu, que até o momento me coloco fora desse terreno de paixões exacerbadas, de repente me vi tendo que pensar algo a respeito da cizânia. A primeira conjectura que me surgiu foi sobre o José Alencar, ex-vice-presidente morto em razão de um câncer no dia 29 de março deste ano, depois de lutar por mais de dez anos contra a doença, não ter sido alvo de uma “campanha” semelhante. Ou foi?

De acordo com a agência de notícias IDGNow, especializada em tecnologia, houve 120 mil compartilhamentos da foto do ex-presidente com a mensagem “Lula, faça o tramento pelo SUS”, no Facebook, desde sábado à tarde até esta segunda. Ainda não há números sobre a repercussão no Twitter. Se o número é pequeno diante do total de usuários – 31 milhões de brasileiros utilizam o Facebook, segundo pesquisa do Ibope realizada em agosto – não deixa de assustar pelo nível dos comentários.

Anônimo disse...

Outros políticos brasileiros enfrentaram a mesma doença – alguns morreram e outros a superaram – sem que houvesse semelhante “campanha”. A presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, também tratou-se no Sírio-Libanês. Mário Covas, morto em 2001 depois de perder a luta contra um câncer na bexiga, também não foi alvo de semelhante galhofa. Roseana Sarney, cujo sobrenome dispensa maiores apresentações, também foi vítima de câncer em 1998 (pulmão) e em 2002 (mamas), assim como seu pai, que enfrentou a doença, localizada na próstata, entre 1985 e 1990.

Paulo Maluf, que também dispensa mais detalhes de sua biografia, também foi acometido pela doença em 1997, quando era governador de São Paulo e candidato à Presidência da República. Enfim, há outros inúmeros casos de políticos menos ilustres que tiveram câncer e comoveram mais ou menos brasileiros. No entanto, em nenhum desses casos houve tamanha falta de sensibilidade e oportunismo como no caso do ex-presidente-metalúrgico.

E fico me perguntando por quais razões as pessoas acham jocoso ou mesmo inteligente montar uma “campanha” fajuta a essa altura do campeonato, depois de terem se comovido tanto com a morte do empresário Steve Jobs, morto no dia 5 de outubro também vítima de câncer. Não tenho nenhuma intenção de comparar biografias, malfeitos ou benfeitos de todos que citei aqui, mas convocá-los para expôr minha curiosidade sobre a brincadeira de mau gosto que pede ao ex-presidente que se trate no SUS, porque como dizem seus admiradores, não se trata de uma campanha pelo fortalecimento do sistema, mas de uma campanha anti-Lula. E se tantas pessoas passam a reproduzir uma brincadeira inconsequente como essa sem se importar de tripudiar de uma pessoa que acaba de receber um diagnóstico inquietante como esse, seja quem for, é sinal de que estamos consolidando uma sociedade com valores bem equivocados.

Andaram relembrando, por exemplo, que o Lula declarou, ainda em 2006, que o SUS estaria à beira da perfeição. Assim como ele, porém, todos os governantes deixam o poder público gabando-se de terem deixado evoluções nos serviços públicos. Cá com meus botões, acho que a declaração foi, certamente, infeliz, mas nem por isso vou fazer coro com os que agora tentam achincalhar o ex-presidente num momento em que ser humano nenhum merece tal tratamento.

No fim das contas, acho que todos devem ter o direito de dizer o que querem, desde que também aceitem a contrapartida de ouvir o que não querem. E acho que, no fim, toda essa bobagem evidencia dois grandes grupos que se negam ao amadurecimento político. Os que utilizam a paixão por Lula para desqualificar a indignação do demais pelo sucateamento do SUS, e os que se valem da mesma moeda para tripudiar de uma pessoa acometida com câncer.

Se queremos mesmo a melhoria do nosso sistema público de saúde, por favor, iniciemos uma campanha séria e apartidária pelo fim da corrupção em todos os níveis do poder público, contra a terceirização de serviços essenciais – por meio dos quais muitas secretarias municipais de saúde desviam dinheiro junto com médicos e empresários inescrupulosos do ramo, e pela fiscalização rigorosa da aplicação dos recursos públicos destinados ao setor. Sem esquecer, obviamente, que como população que mais consome agrotóxicos no planeta estamos cada vez mais sujeitos a contrair câncer e outras doenças somente por ingerir alimentos contaminados (embora tenha lido jornalista experiente dizer que Lula contraiu câncer por causa “do fumo e da cachaça”).

Não deixemos que o pior câncer de todos, o do preconceito e da falta de informação, corroa nosso humanismo.

Humano?

Anônimo disse...

manda o petralha vagabundo- lambedela e puxa-saco- deve estar ganhando a dele- CALAR A BOCA!