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sexta-feira, 15 de julho de 2011

País pronto para novas tensões - ALBERTO TAMER


 País pronto para novas tensões
O ESTADO DE S. PAULO

Tensão econômica nos dois lados do Atlântico Norte
 
Na Europa, a crise grega se prolonga; nos Estados Unidos, a resistência da oposição conservadora em aumentar o limite de endividamento do governo.

Uma atitude irresponsável do Partido Republicano que, defendendo interesses próprios, está colocando em risco o sistema financeiro internacional.


A agência de risco Moody"s alertou que pode reduzir a nota dos EUA se o Congresso não elevar o limite de crédito de US$ 14,3 trilhões para que o governo possa pagar suas dívidas. A S&P deu sinais idênticos. O prazo é 2 de agosto.


As reuniões entre Obama e parlamentares continuavam ontem pelo quinto dia consecutivo, sem solução até o fim da tarde.


Analistas do mercado financeiro acreditam que o Partido Republicano vai acabar cedendo, mas só depois de obter medidas que prejudiquem a reeleição de Obama.

Por exemplo, que os recursos para combater a recessão sejam utilizados para pagar o juro da dívida e que sejam cortados os benefícios destinados aos programas sociais, ponto de honra da última campanha de Obama.


Mesmo assim, as tensões aumentaram depois que o presidente do Fed, Ben Bernanke, afirmou no Congresso que será "uma calamidade" se os Estados Unidos não puderem rolar sua divida.

Sem acordo

Na zona do euro, também não há acordo sobre a crise grega. As reuniões se sucederam nesta semana com alguns países pressionando para uma solução e outros afirmando que a Grécia tem recursos para girar sua dívida até setembro com os recursos do último pacote.

Brasil preparado

O Brasil está atento a esse cenário de incerteza nos Estados Unidos e tensões crescentes no mercado financeiro internacional. Atento e preparado para os impactos que possam vir de fora.
O sistema financeiro é sólido, sem exposição no exterior.


Como na crise financeira de 2008, pode sofrer efeitos indiretos, por exemplo, na linha de financiamento externo, mas é um problema que não preocupa ou preocupa menos.

Não é o caso dos Estados Unidos, onde os fundos de curto prazo têm mais de US$ 3 trilhões aplicados na zona do euro. Mohamed El-Erian, diretor do fundo Pimco, afirmou que o Brasil está em boa posição para apertar suas políticas monetária e fiscal, além de ter o que chamou de "reservas internacionais fartas".

Mas deve ficar atento, pois, como os outros, "vai navegar numa economia mundial muito mais volátil", que cresce menos.
Leia mais.
 15/07/11

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