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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

DESPESAS SECRETAS DA PRESIDÊNCIA CRESCEM 39%

GASTOS SECRETOS NAS ALTURAS
 Chico de Gois
O Globo - 11/01/2010


Os gastos secretos dos cartões corporativos - que incluem a Presidência, a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - tiveram aumento de 52%, entre 2008 e 2009.

Em 2008, os três órgãos gastaram R$17,8 milhões e, em 2009, essa soma pulou para R$27,1 milhões. O aumento nos gastos da Presidência foi de 38,9%: passou de R$4,8 milhões em 2008 para R$6,7 milhões ano passado.

No total, em 2009 os cartões corporativos consumiram R$64,5 milhões, contra R$55,2 milhões no ano anterior.

Os cartões foram adotados em 2001, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e se intensificaram a partir de 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em seu primeiro mandato.

O objetivo era dar transparência aos gastos do governo com pequenas despesas. Em 2008, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi instalada para apurar eventuais desvios no uso, mas, ao final, acabou em pizza.

No caso das três instituições, despesas são mantidas em sigilo por questões de segurança da Presidência e pela natureza das atividades da PF e da Abin. Revelar gastos dos dois órgãos poderia expor investigações e identificar agentes.

PF lidera despesas secretas com cartão

A Polícia Federal foi o órgão governamental que mais aumentou suas despesas secretas com cartões. Enquanto em 2008 a instituição utilizou R$6,3 milhões de forma sigilosa, no ano passado houve um acréscimo da ordem de 114%, atingindo o montante de R$13,5 milhões.

A assessoria da Polícia Federal informou que os gastos foram majorados por conta do aumento de operações realizadas. Em 2009, segundo a entidade, foram 282 ações, contra 227 no ano anterior.

A Polícia Federal vem aumentando, e muito, seus gastos secretos. O Portal da Transparência, do governo federal, informa que, em 2003, primeiro ano do governo Lula, a Polícia Federal gastou R$258 mil com cartões. Desde então, as cifras foram subindo, com exceção de 2004, quando as despesas foram de apenas R$50 mil.

Em 2005, elas somaram R$229 mil; em 2006, R$578 mil; em 2007, R$735 mil; e em 2008, R$6,3 milhões (um aumento de 1.844% entre 2007 e 2009).

Outro fator que contribuiu para o aumento das despesas, segundo a assessoria da Polícia Federal, foi a abertura de postos de adidos nas embaixadas brasileiras. Um dos beneficiados com esses novos postos foi o ex-diretor-geral da Polícia Federal e da Abin, Paulo Lacerda. Em 2009, ele foi nomeado adido policial em Portugal, após incidentes durante as investigações da Operação Satiagraha, quando grampos telefônicos captaram, entre outras coisas, conversas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

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