Outras sete pessoas, entre elas o ex-diretor da Delta Claudio Abreu, também foram afetadas
BRASÍLIA - A juíza Ana Cláudia Barreto, da 5ª Vara Criminal do Distrito Federal, decidiu na sexta-feira abrir processo penal contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-diretor da Delta Claudio Abreu e outras seis pessoas.
Atendendo pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ela também determinou a quebra do sigilo bancário dos envolvidos.
A magistrada assinou ainda uma nova ordem de prisão preventiva contra Cachoeira e Claudio Abreu.
No processo eles são acusados de montar um esquema para fraudar licitação milionária no sistema de transporte coletivo em Brasília.
O contador do bicheiro, Giovani Pereira da Silva, também está entre os denunciados pelo Ministério Público.
A denúncia foi feita a partir das provas recolhidas no âmbito da Operação Saint-Michel, que, em 25 de abril, resultou na prisão do ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, além de outras quatro pessoas, inclusive um vereador de Anápolis (GO).
O direitor da empresa em São Paulo, Heraldo Puccini, integra a lista, mas também está foragido.
Os oito denunciados são acusados de tráfico de influência e formação de quadrilha.
De acordo com o MPDFT, o grupo agiu para permitir que a Delta vencesse uma licitação para os serviços de bilhetagem eletrônica no transporte coletivo.
O governo do Distrito Federal afirma que o negócio pode render R$ 6 milhões mensais e sustenta que, apesar da tentativa, a Delta não obteve sucesso na empreitada.
O edital de licitação não está na praça e o governo local decidiu que a bilhetagem será feita pelas prórpias empresas, com um sistema gerenciado pelo governo.
Em interceptações telefônicas gravadas pela PF, os envolvidos afirmam que o negócio pode render até R$ 60 milhões, mês.
O MPDFT ainda investiga se os denunciados contaram ou não com a ajuda de integrantes da cúpula do governo Agnelo Queiroz (PT) para alcançar seu objetivo.
Na denúncia, os promotores de Brasília afirmam que a Delta queria se associar a uma empresa coreana, a EB Card, com expertise no serviço de bilhetagem eletrônica. O processo corre na 5ª Vara Criminal de Brasília.
Segundo o jornal “Correio Braziliense”, o patrimônio declarado em nome dos integrantes do suposto esquema está indisponível enquanto a decisão estiver em vigor, pois é “uma forma de garantir ressarcimento de eventual prejuízo provocado aos cofres públicos pelo esquema criminoso e o pagamento da multa estipulada pela Justiça em caso de condenação”.
Procurado pelo site G1, o advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, considerou a de decisão da Justiça como "descabida".
- É uma decisão absolutamente descabida e ilegal.
Eu tenho até dúvidas com relação à competência judicial [...]
Não achei justa a decisão – disse.
Segundo Bastos, na segunda-feira, ele irá estudar com mais detalhes da decisão. O advogado afirmou, também, que aguarda ainda para terça-feira o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a respeito do pedido de revogação da prisão preventiva do bicheiro.
Bicheiro pede para Supremo adiar depoimento na CPI
Os advogados do bicheiro Carlinhos Cachoeira pediram na sexta-feira habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja adiado seu depoimento à CPI, que investiga suposto esquema de corrupção comandado por ele.
O depoimento está marcado para a próxima terça-feira, mas Cachoeira só quer comparecer à comissão depois de ter acesso a documentos referentes à investigação.
O presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), negou o pedido do bicheiro para ter vista dos autos na última quinta-feira.
12/05/12
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