A privatização da Vale do Rio Doce foi envolta em nebulosidades
Uma montanha de minério de ferro, que já estava nos estoques da empresa, simplesmente não foi considerada na hora da elaboração do preço final e, magicamente, reapareceu após a privatização no capital da empresa.
Uma montanha de minério de ferro, que já estava nos estoques da empresa, simplesmente não foi considerada na hora da elaboração do preço final e, magicamente, reapareceu após a privatização no capital da empresa.
Por Arthurius Maximus*
Perspectiva Política
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Mesmo assim, nenhum outro exemplo de privatização – talvez só no setor de telecomunicações – foi tão cabalmente coroado de sucesso como este.
Hoje, apesar da falácia petista e da gritaria da massa de “paus-mandados” que forma a militância feroz e descerebrada do partido, a Vale do Rio Doce paga em impostos para o Governo Federal várias vezes mais do que antes pagava em lucros. E isso sem que o governo tenha que se preocupar com qualquer despesa.
Mas nem tudo são flores. Como o governo ainda é um acionista importante e detêm larga influência no conselho diretor da Vale, através dos fundos de pensão das estatais, o PT pressiona o conselho de acionistas para demitir o atual presidente da Vale – responsável pelo salto gigantesco nos lucros da empresa e considerado um verdadeiro “Midas” – para colocar um fantoche que permita ao governo Dilma utilizar a Vale como moeda de troca para saciar a voracidade dos aliados por cargos.
Além disso, sabe-se muito bem, o PT deseja controlar todas as fontes de recursos do Tesouro Nacional ou dividi-las com o PMDB como parte do “plano de trinta anos” de dominância petista.
Afinal de contas, dominado o dinheiro, domina-se o poder e assegura-se a “base aliada” fisiológica e serviçal aos seus pés.
O mais triste de tudo é que com a saída praticamente certa do atual presidente e a entrega da Vale às mãos sedentas do governo petista, o povo brasileiro e os pequenos acionistas serão os principais prejudicados, pois o valor da Vale já caiu nas bolsas e a má gestão, advinda da interferência política e do loteamento de cargos, pode acabar destruindo todo o trabalho excepcional feito pelo atual presidente.
A privatização da Vale e do setor de telecomunicações são exemplos de sucesso que deveriam servir como modelo para ampliar o processo e garantir que o governo atuasse apenas nos setores de interesse maior da população: Saúde, educação, defesa, etc… Infelizmente, no caso do setor de telecomunicações e elétrico, as privatizações encontram problemas atualmente, principalmente provocados pela ação apática e danosa das agências reguladoras – cooptadas pelas empresas e desarticuladas pelo próprio governo como parte de um plano de desarticulação para conseguir vantagens dos setores envolvidos.
Ao mesmo tempo, a farra dos cargos de confiança e a indicação política de pessoas completamente despreparadas para exercer postos de comando em nossas empresas é a causa evidente do fracasso, do desperdício de verbas, da corrupção desenfreada e do mau serviço prestado ao povo brasileiro em todas as áreas da administração pública.
Infelizmente, como é tradição, o povo permanece alheio e ausente de qualquer um desses fatos.
Embevecido com a propaganda e iludido pelas fantasias populistas, o brasileiro segue aceitando de cabeça baixa e bico calado o mau serviço, a mamata descarada e o assalto sistemático e sem pudor aos cofres públicos.
Até quando?
*Arthurius Maximus é colunista do Perspectiva Política às segundas e editor do blog Visão Panorâmica. Também no Twitter em @arthurius_maxim.
28/03/2011
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