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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mais de 79 milhões de eleitores desaprovam o governo Lula

Lula: o grande perdedor do plebiscito a que ele se impôs
Mais de 79 milhões de eleitores desaprovam o governo Lula


A vitória de Pirro na Batalha de Ásculo, Guerra Pírrica

Ao longo dos meus 63 anos, meus cabelos ainda pretos, dois divórcios e vários "causos", aprendi alguma coisa na vida. Uma delas é nunca discutir ou argumentar de cabeça quente. Na maioria das vezes você diz coisas de que vai se arrepender depois.

Após a divulgação do resultado oficial das eleições presidenciais, é claro que com a derrota do candidato que considero o mais preparado para dirigir o Brasil, a cabeça esquentou.

Mas, esquentou no sentido de que a campanha do melhor, foi a pior. E sendo a pior não conseguiu emocionar o eleitor e traduzir essa emoção numa vitória.
E aí, para não permitir que a minha emoção falasse pela razão, publiquei esse post abaixo com o título:

Linkei alguns outros posts que representavam o que eu queria dizer e uma ilustração fotográfica com a bandeira brasileira hasteada a meio pau em sinal de luto.

Foi interessante que depois fui para o twitter e lá estavam todos os seguidores do Serra com uma tarja de luto.

Foi um sentimento que uniu a todos que acreditam num país livre e democrático e que viram frustrada essa expectativa.

Hoje, com a emoção sobre controle, escrevo este post com a minha análise sobre o resultado, porque perdemos, de quem é a culpa e quem realmente saiu ganhando.

Um pouco longo, mesmo com vários cortes, mas se você desejar entender um pouquinho o processo, por favor leia até o fim.

Antes de mais nada quero deixar registrada uma sugestão para a próxima (se houver). Uma campanha presidencial deve estar a cima de tudo e de todos.

Ela deve ser orientada por um conselho formado por líderes partidários experientes e por representantes dos eleitores que tenham conhecimento do assunto. Este conselho, com base nas informações dos seus trackings, irá decidir cada ação da campanha.

Ao longo dessa dissertação apresento os resultados por região, considerando como votos válidos os brancos, nulos e os faltosos que, afinal, também são eleitores e manifestaram suas opiniões.

As pesquisas e os trackings
Os trackings erraram?

Não!

As pesquisas acertaram?

Também não.

Os trackings do PSDB apontaram para um resultado de crescimento da candidatura tucana que reduziu uma vantagem de 14 para 5,5 pontos no segundo turno.

Se você observar o resultado oficial do TSE, por região, este crescimento está configurado lá.

E por que Serra não consolidou em vitória essa sua curva ascendente desde o início do segundo turno?

Isto eu vou responder ao logo deste post.

Quanto às pesquisas eu não mudo a minha opinião.

Elas foram, são e continuarão a ser manipuladas
.

É um elemento que precisa ser EXTIRPADO da vida democrática brasileira da forma como está sendo usado, ou seja, deve ser apenas um instrumento interno de referência dos partidos.

Nada mais.

Com que intenção se divulga uma pesquisa às véspera da eleição?

É ou não é para influenciar votos para uma determinada candidatura?

Ou você acha que quando o apresentador do Jornal Nacional, falando para mais de 40 milhões de brasileiros eleitores que se a eleição fosse hoje (vai ser amnhã) a Dilma estaria eleita com 56% dos votos, está ou não influenciando?

Na minha oponião isso se chama propaganda subliminar e pela lei é um crime sujeito a multa e a prisão.

Outro detalhe é que essa "jogada" de votos válidos é pura balela. Todos os votos são válidos e expressam a opinião do eleitor.

Faltosos, nulos e brancos são tão eleitores como os que apertam a tecla verde de confirma.

Ao faltarem, anularem e apertarem branco, estão dando a sua opinião democrática. Essa historinha foi inventada primeiro para aumentar a margem percentual do ganhador e segundo para se fazer o joguinho com os pontinhos das famosas margem de erro.

São as desculpas que os institutos inventam para disfarçar seus erros.

Muita gente me escreveu de ontem para hoje e também ao longo dessa campanha, de que as pesquisas são apenas fachada para a fraude nas urnas eletrônicas.

Embora eu tenha minhas pulgas atrás da orelha quero dizer que não comento em cima de hipóteses. Se existe esta desconfiança cabe aos partidos prejudicados agirem de forma legal e esclarecer.

Outra coisa eu digo, a minha mão no fogo não ponho. Um sistema que foi recusado até pelo Paraguai e que foi alvo de várias denúncias em 2008, merece no mínimo algumas pulgas.

Democracia
'Minha eleição é um sinal da evolução da democracia no Brasil', afirmou Dilma no calor da vitória.

Ao contrário foi uma involução.

A democracia foi o último sinal visível num resultado conquistado a partir do desrespeito às leis eleitorais e à Constituição.

O presidente da República há mais de dois anos já tinha jogado na sua lixeira todas as medidas regulatórias das eleições e esquecido que o país tem uma Constituição.

Aliás, Constituição que o seu partido não referendou. Ao lançar com dois anos de antecedência a canditadura da Dilma, ele dava um aviso aos navegantes de que para ganhar dele deveriam ser duas vezes mais competentes do que se julgavam ser.

A incompetência da oposição começava a partir desse momento. Não entenderam o recado do Lula, permitindo que ele cometesse seus crimes eleitorais na impunidade e ainda passaram a travar uma briga interna na escolha do seu candidatato.

A democracia não é só apenas o direito de votar (no nosso caso já começa errada, pois obriga), a democracia é a liberdade, e a defesa de opiniões, o direito de ir e vir, é o respeito às leis, à Constituição.

Quando o presidente da República disse que "devemos EXTIRPAR da vida pública o DEM", ele não está no clima democrático.

Ele está no infinitivo pessoal do verbo e sinalizou (pretérito perfeito) para uma ditadura.

Quem ganhou e quem perdeu

Dilma ganhou a eleição?

Ou foi Lula quem ganhou?

Nenhum dos dois.

Quem perdeu foi o Brasil que deixou de eleger o candidato mais qualificado.

Afinal, quem ganhou?

Quem ganhou foi o marketing, foi a propaganda.

É claro que não só isso, mas, principalmente, isso.

O marketing de Lula, sob o aspecto profissional, não estamos falando do lado moral, foi mais do que perfeito.

Dilma não existe em termos eleitorais. Nem força para comandar sozinha um comício ela tem, quanto mais para conquistar votos.

A campanha foi uma consolidação do marketing de Lula que vinha sendo praticado há oito anos.

E a oposição foi incompetente para "vender" a sua mensagem na figura do seu representante José Serra.

A estratégia de o "mais qualificado" não foi suficiente para "emocionar" os eleitores. Por que? Porque estes já tinham uma imagem de Lula como "competente".

Ficaram batendo na tecla errada. Há dois anos Lula vem dizendo que ele creditava à Dilma o sucesso do seu governo, transferindo assim o seu sucesso para a sua candidata e o marketing petista explorou isso.

Lançou programas de papel como o PAC, o Minha Casa Minha Vida e etc., e teve competência de mostrar isso nos seus programas de TV como obras realizadas.

A oposição se calou. Quem cala consente. Repetiu o tempo todo algumas mentiras, como por exemplo, o número de empregos gerados. Quando o real foi de pouco mais de 10 milhões e foi vendido como sendo mais de 15 milhões.

O que a oposição fez. Aceitou. O segundo turno aconteceu por dois fatos gerados - o aborto e o caso Erenice. Sem isso, a fatura teria sido liquidada já no primeiro turno por incompetência do marketing oposicionista.

Um segundo turno é outra história. Zera tudo. E mais, o favorito já começa desmoralizado, com a auto estima lá em baixo. Ora, ora, quem deseja ganhar uma eleição não poderia nunca se comportar exatamente como vinha fazendo no primeiro turno.

A estratégia

Lula, numa prova de que não passa de um produto de marketing, deu inúmeras deixas para serem exploradas pelo marketing oposicionista.

Bateu na imprensa, bateu na democracia, bateu nas leis, bateu na Constituição, foi tão acintoso nos seus erros que provocou a revolta de personalidades que o chamaram de caudilho, fascista, opressor e violador da Constituição e chegaram a lançar um manifesto que não foi explorado pelo marketing do Serra.

O que a oposição fez?

Continuo dizendo que Serra era o mais qualificado. Isso todo mundo já sabia, meu Deus. Os caras tiveram a vitória nas mãos e não souberam virar o jogo. Não tiveram competência para emocionar o eleitor para a sua causa.

E que causa era esta?

A DEFESA DA DEMOCRACIA.

Neste segundo turno esse era o jogo.

O que você quer?

DEMOCRACIA ou COMUNISMO?

E parte para explorar o PNDH-3.

Lá está toda a filosofia do que o PT quer implantar no país. Quantas vezes Ives Gandra, jurista que mostrou ao Brasil o que é o PNDH-3, esteve presente na propaganda de TV do Serra? Nenhuma. Preferiram o depoimento de um ex-secretário da Fazenda de Porto Alegre que substituiu Dilma. Isso não emociona ninguém.

As afirmações da incompetência da Dilma já estavam irritando o eleitor.

DEMOCRACIA ou COMUNISMO?

Essa era a estratégia. Explorar os erros do Lula, mostrar o PT como um partido autoritário, dissecar o PNDH-3 como o plano de governo da Dilma, que vai inclusive ser aprovado pelo novo Congresso, mostrar que com maioria no Senado um governo muda a Constituição (e é o que vai ser feito), fazer comparações com outros governos que seguem a mesma linha (Venezuela, Cuba, etc.) e explorar as liberdades individuais. Isso emocionaria o eleitor, isso viraria o jogo.

E não viraram por incompetência do marketing. Serra é competente. É. Disso ninguém dúvida. Agora, os seus marketeiros são da mais alta incompetência. E se não aprenderam agora, daqui há quatro anos vão perder de novo.

O fenômeno Lula
O fenômeno Lula foi criado por Golbery do Couto e Silva, que atingiu seu apogeu político como ministro da Casa Civil no governo do presidente Geisel e pela esquerda festiva da USP.

Depois, com o apoio da esquerda festiva da imprensa (hoje os bolsa-imprensa) ganhou vida própria. Chegou ao poder derrotando José Serra, por pura incompetência do seu marketing, que na ocasião era governo.

A partir daí o produto Lula mudou sua embalagem (passou a usar ternos Armani, barba e cabelos bem cuidados, etc.), mas manteve o discurso, que tinha algumas variantes dependendo da ocasião.

No caso do Mensalão, por exemplo, foi de vítima. Com nova embalagem, agressivas técnicas de marketing e propaganda e com o poder nas mãos, passou a ser "vendido" como o maior presidente de todos os presidentes brasileiros.

Apropriou-se indevidamente de todos os feitos positivos dos seus antecessores e como ninguém reclamou, o marketing consolidou como seus. Um contra-senso para quem foi contra o Plano Real afirmando tratar-se de um estelionato eleitoral e do Bolsa Família que considerava como uma esmola.

Conseguiu sobreviver ao impeachment com o mais escandaloso caso da República - o Mensalão do PT - em mais uma prova da incompetência da oposição.

Em 2006, saiu novamente vitorioso, por pura incompetência do marketing oposicionista. Com uma asa ferida, por causa do Mensalão, teve folêgo para voar pela incompetência da oposição e ganhou mais quatro anos de poder.

Fortalecido revigorou o seu marketing, que passou a usar como estratégia número um as pesquisas de opinião. Contra um presidente com supostos 80% de aprovação ninguém ganha e ninguém mexe. Esta é a máxima da estratégia.

Com isso, atravessou esses quatros anos longe de todos os escândalos do seu governo, inclusive os que foram praticados a meio metro da sua sala. E fez dessa sua suposta popularidade a principal arma na ofensiva para eleger a sua sucessora.

O fenômeno ou mito Lula não é nada mais nada menos do que um produto do marketing e da propaganda. Tanto é que as urnas desmistificaram seus índices de aceitação.

Apenas 40% do eleitorado (55.752.508) disse sim ao continuismo do lulismo, contra 60% (79.907.987) que disseram não. Então, o suposto mito não tem 83% de aprovação. Não tem se quer 50%. Ele tem o que este editor sempre afirmou aqui. Só, solamente, 40%

. E não adianta pesquisa manipulada e propagandeada. Mais real e autêntica do que está não existe.

A vitória de Pirro
Apesar de eleger sua sucessora, Lula não sai vitorioso. Ele estabeleceu um plebiscito e foi reprovado pela grande maioria da população. Resultado que não o credencia a voltar em 2014. Se a oposição for um pouquinho só competente, encerra aqui a carreira do suposto mito.

Se a Dilma foi eleita presidente no país do Tiririca, ele próprio um produto do marketing, não foi por suas virtudes como política, coisa que ela não é.

Foi uma questão de estratégia vitoriosa do seu marketing que foi superior tanto no primeiro como no segundo turnos ao marketing da oposição. Some-se as arbitrariedades do senhor presidente da República e mais o uso da máquina e ela está apta a receber a faixa.

À oposição só resta reconhecer que mais uma vez foi incompetente na arte da ciência da comunicação.

O resto é tro-ló-ló.
2 de novembro de 2010

1 comentários:

Anônimo disse...

Òtima Análise. Parabéns
Ricardo Matos