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sábado, 8 de maio de 2010

A “Time” avacalhou o Brasil ao escalar Michael Moore para exaltar Lula.

Por Guilherme Fiuza
Época


José Serra disse que Lula aparecer na lista dos mais influentes da “Time” é bom para o Brasil. Enganou-se redondamente.

O mais novo outdoor emoldurando o presidente brasileiro é, sem meias-palavras, um vexame.

É bem verdade que, na pressa da vida moderna, ninguém mais lê nada direito. Valem as manchetes. E são justamente a ignorância e a pressa que podem salvar o Brasil nesse caso da “Time”.

Mas se der zebra e o pessoal desandar a ler o texto do cineasta Michael Moore – que justifica a exaltação a Lula –, nem uma junta com Duda Mendonça e Ivo Pitanguy dará jeito no estrago.

A razão do constrangimento “extraordinário” é singela e trágica: querendo fazer uma elegia politicamente correta aos pobres, Michael Moore acabou escrevendo um texto preconceituoso, etnocêntrico e reacionário.
Como se sabe, o referido cineasta ganha a vida bajulando os militantes do antiamericanismo, que compõem um mercado vasto e altamente lucrativo.

É o surrado – mas sempre eficiente – número do americano gordo e branco esculhambando os americanos gordos e brancos.

Um negócio da China.

Rodando seus panfletos contra George Bush – o emprego do século –, Michael Moore chegou a fazer carinho na al-Qaeda, no seu libelo sobre o 11 de setembro, irresponsavelmente classificado como documentário.
A “Time” avacalhou o Brasil ao escalar esse autor para exaltar Lula.
O texto retórico e ignorante reforçará (para o bom entendedor) a imagem de um país longínquo e desimportante, que só aparece no centro do mundo como folclore – no caso, com um presidente transformado em bibelô da miséria.
Como sempre, Michael Moore ouviu o galo cantar e não sabe aonde. Mesmo cedendo aqui e ali ao sectarismo petista, a verdade é que Lula regeu um momento histórico de estabilidade política e conciliação nacional. Seguindo a linha do seu antecessor, soube esvaziar as crises paroquiais que desde sempre atolaram o país.
Como nada disso importa de verdade ao ranking mandrake da “Time”, o cineasta panfletário festejou Lula como um Indiana Jones da periferia contra os “barões ladrões”, pintando um quadro de cisão social e vingança popular. Só faltou celebrar os 50 anos da capital Caracas.

De sobremesa, o presidente brasileiro é envernizado pela revista americana e seu redator aloprado como exemplo mundial por seu programa Fome Zero – um conhecido e retumbante fracasso de propaganda populista. Vexame.


Com seu texto surrealista e preguiçoso, Michael Moore transmite (aos que não tiverem preguiça de lê-lo) uma única mensagem: não tem o menor respeito por Lula, pelos pobres ou pelo Brasil como nação.

O que o comove de verdade é a sua indústria particular de heróis coitados.


Os brasileiros ainda tiveram que engolir a errata da “Time”: o primeiro lugar da lista não era de Lula, mas do texto de Moore.


Durma-se com um orgulho desses.

1 comentários:

Unknown disse...

Cotovelite

A inclusão do presidente Lula entre as celebridades mais influentes do mundo pela revista Time levou a oposição às babas da loucura. Borbulharam volúpias de tristeza naqueles pobres coraçõezinhos. A fúria dos conservadores só não proporciona divertimento passageiro porque, sob suas caricaturas de mafiosos mordendo os chapéus, eles manipulam veneno antidemocrático pesado, que não deveria ser deixado à mão de crianças.
O petista já recebeu galardões semelhantes do francês Le Monde e do espanhol El Pais. Seu sucesso internacional desagrada os adversários como qualquer iniciativa bem-sucedida do governo. Só que há um importante detalhe: quando o aplauso vem da esmagadora maioria dos brasileiros, as víboras podem lançar mão do velho discurso da ignorância do eleitor, da demagogia dos programas federais e assim vai. Mas como essas elites cosmopolitas explicariam a admiração dos seus “civilizados” painhos do Norte, justamente aqueles que a impertinência de Lula vem desafiando?
Ai, que raiva.