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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Inconseqüente, um açodado, um precipitado.

Protógenes agora quer indenização da PF

Angela Lacerda

O delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, responsável pela prisão do banqueiro Daniel Dantas, afirmou ontem no Recife que vai entrar na Justiça com um pedido de indenização contra a Polícia Federal, que o afastou da investigação e do setor de inteligência da corporação.

"Não por mim, mas pela minha família", justificou, em entrevista coletiva.
"A sociedade recebeu com indignação os procedimentos contra mim, minha família e meus colegas. Minha intenção é buscar reparação", afirmou.

O delegado destacou, porém, que não tem pressa - o prazo para entrar com a ação é de 20 anos.
Protógenes informou que não vai à Justiça contra nenhum veículo da imprensa, apesar de acusá-la
de ter colaborado com o "banqueiro bandido" na criação de provas contra ele.

"A imprensa deve ter liberdade e assumir as responsabilidades futuras."
Ele disse que "a maior indenização" que recebe da grande mídia é quando as pessoas o procuram dizendo que pararam de ler determinadas publicações que "fabricaram mentiras".

"A reparação está sendo feita pela sociedade brasileira."
O delegado reforçou não ter intenção de entrar na política.

"Contribuo mais com a sociedade como delegado da PF",
declarou, antes de participar de debate sobre corrupção e Estado de Direito, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco.


Protógenes voltou a dizer que a PF deveria se tornar um órgão independente, nos aspectos funcional, administrativo e financeiro.

"Vou lutar Brasil afora para que isso se torne debate público e a população venha a engrossar fileiras conosco para fazer da PF um órgão independente que vai defender os interesses da sociedade."


Lembrado do caso do jornalista que atirou os sapatos contra o presidente dos EUA,George W. Bush, Protógenes foi indagado sobre quem deveria ser alvo de algo semelhante no Brasil. Sem dar o nome, respondeu que seria alguém que ele deveria ter prendido.

O presidente local do PSOL, Edílson Silva, responsável por sua ida ao Recife, disse que o alvo seria o chefe do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Protógenes desconversou.
REAÇÃO

O criminalista Nélio Machado, defensor de Dantas, ironizou os ataques de Protógenes.

"É falta de argumento, é pobreza vocabular. Há expressões mais adequadas. Ele poderia dizer que Daniel é uma pessoa investigada, com as garantias constitucionais", rebateu. "Para mim ele é um inconseqüente, um açodado, um precipitado. Estou na contingência de processá-lo, mas acho que a Justiça precisa se preocupar com coisas mais sérias.

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