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terça-feira, 4 de novembro de 2008

O agente invisível

Luís Afonso A. Assumpção

POR RIVADAVIA ROSA

As nações que ainda se autodenominam comunistas – têm recorrido a incipientes medidas capitalistas: Vietnã, Coréia do Norte, China, Cuba, assim como alguns países latino americanos por força do Consenso de Washington e que, justamente por isso estão enfrentando a crise global - em nível razóavel.

assim se manifestou o presidente chinês Jiang Zemin, num discurso em homenagem ao 80º aniversário do Partido Comunista chinês, na Grande Ala do Povo na Praça da Paz Celestial em Pequim:

“No passado, nosso entendimento dessa questão era muito superficial e simplista”, ... a sociedade humana rumará inevitavelmente ao comunismo..., acrescentando – não é possível nem necessário divisar ou descrever em grandes detalhes”, com ou quando a sociedade humana chegara lá. (Craig S. Smith – in Trabalhadores do Mundo, invistam – OESP 26/08/2001).


Esse raciocínio – segue a linha de pensamento/profecia de Karl Marx: “se as condições materiais que necessariamente resultarem no desaparecimento do modo capitalista de produção e, com ele, na derrubada da classe dominante capitalista, não tiverem ainda desaparecido no processo histórico, mas, não obstante, isso aconteça antes que a história o exija, então a vitória do proletariado na subversão do domínio da classe capitalista pode ser apenas temporária.” ( in Deutsche-Bruesseler-Zeitung, 11/11/1847).


Lênin (Vladimir Ilitch) – adotou a Nova Política Econômica (NEP) – não só como ‘recuo estratégico’ mas também para, um dia, alcançar melhor o objetivo final do comunismo, cujo caminho só os bolcheviques entendiam que podiam dominar. A NEP, por mais indispensável que fosse, permaneceu suspeita dentro do partido; seria tão só um mero recuo tático, imposto pela realidade, sem uma real dignidade ideológica, apesar dos esforços de Bukharin; mas como concessão à sociedade real ameaçou ao mesmo tempo o poder da ideologia e o de Joseph Stalin.

A NEP implantada em 1921 – passou a permitir as atividades de um grande número de empresas privadas, em especial as ligadas à agricultura e aos pequenos negócios, além de estimular os camponeses a ganharem o máximo possível. Em 1924, como ocorreu em outras partes do Ocidente, a economia já havia renascido.

A União Soviética permaneceu ilhada – em parte por opção, em parte pela hostilidade dos países capitalistas que a rodeavam -, mas gradualmente reconstruiu os laços econômicos com o restante do mundo.” (FRIEDEN, Jeffry A. Capitalismo Global – História econômica e política do século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p. 154-155)


PORÉM assim que as condições objetivas permitiram – Stalin por forço da ideologia, erigida a religião e ao culto à personalidade (Lênin, o próprio Stalin, Mao, Fidel, Che Guevara, até o novíssimo santo assassino Manuel Marulanda, vulgo Tirofijo das FARC) - impôs sua mão totalitária num culto/praxis irracional, violento, criminoso, baseado no catecismo do terror - promovendo a maior tragédia humanitária do século passado.


Confira o excelente artigo do Luís Afonso.
Abs RR

Este é o artigo publicado no Mídia Sem Máscara como concebido no original...

"A única mão invisível que existe hoje em dia não é do mercado mas do neo-comunismo que sufoca silenciosamente democracia, o capitalismo e a liberdade sem ser notado". (eu mesmo)

O agente invisível

A única mão invisível que existe hoje em dia não é do mercado mas do neo-comunismo que sufoca silenciosamente democracia, o capitalismo e a liberdade sem ser notado. (eu mesmo)

Há muito a humanidade persegue alguns objetos mágicos: o santo graal, a pedra filosofal, a arca da aliança. Nos tempos modernos, embalados pela revolução industrial e a "science fiction", novos objetivos são adicionados à lista: viagens espaciais, as viagens no tempo e o dom da invisibilidade.

Dessas novas utopias, muitas acabaram em realidade: viagens espaciais a partir dos anos cinqüenta com o russo Yuri Gagarin; Viagem no tempo nos três episódios de "De Volta Para o Futuro" e finalmente a invisibilidade, em uso pelos soviéticos (principalmente) desde 1991. Afinal para onde vocês acham que foram todos os comunistas desde então?

Desculpem pela introdução "bizantina" ao assunto, mas considero que nos dias que correm, não podemos mais falar da realidade exatamente como ela é. Se assim fizermos, seremos descartados imediatamente como mais um "paranóico delirante" a acreditar em comunistas. "Só falta acreditar que eles comam criancinhas" era uma frase típica destes céticos em resposta aos meus argumentos.

E não estou falando aqui de socialistas, neo-comunistas ou simpatizantes das teses da esquerda não. Falo de pessoas que, pelo contrário, apóiam o sistema capitalista democrático e a liberdade econômica como chaves para a geração de riqueza no mundo.

Então este artigo, antes de qualquer mal entendido, tem uma finalidade objetiva: tentar explicar de maneira lúdica - já que a realidade definitivamente virou "demodée" no Brasil de hoje - o que significou realmente a "queda do muro de Berlim" e a conseqüente dissolução do partido comunista soviético após a tentativa de "golpe" ao governo "democrático" de Yeltsin na URSS em 1991.
Meu público alvo são todos aqueles que não conseguiram entender a real dimensão do que acontece no mundo de hoje. Nada de novo em essência. São fatos, insights e teorias que são discutidas há décadas, e com alto grau de contra-provas positivas .

Falo das excepcionais obras de Anatolyi Golitsyn ("True Lies for Old" e "Perestroika Deception"). Falo dos artigos de Nyquist, de outros aqui no Brasil mesmo, no Mídia Sem Máscara.


Qual é o resumo da ópera: a estratégia do mundo comunista mudou radicalmente desde os anos cinqüenta. Motivo: os comunistas reconheceram o fracasso da economia planificada. Diagnóstico: somente com a eliminação/neutralização dos Estados Unidos – e seus aliados – é que o socialismo ou comunismo poderia voltar ao rumo de dominação mundial a que estavam acostumados. Esta guinada no curso estratégico foi muito baseada nos ensinamentos de Lenin ( "New Economic Policy" ou NEP) e foi iniciada nos anos cinqüenta com Kruchev.

Pelo cronograma, estamos no que se previu como a "fase final" em que o próprio comunismo se mimetizaria ao ambiente capitalista para destruí-lo por dentro. A estratégia era demonstrar ao mundo uma falsa "derrocada" do comunismo enquanto que, fora do campo visível dos seus oponentes, criava condições para uma vitória inconteste da visão socialista sobre o mundo, até a vitória final.


Agora vamos ao que significa:

Esta submersão dos comunistas até seu aparente "desaparecimento" foi na verdade uma simulação. Foi como se os comunistas tivessem descoberto a fórmula da "tinta evanescente". Se tens mais de quarenta (e menos de 10) deves lembrar de vários episódios de "Tom e Jerry" protagonizados pelo uso da tal tinta evanescente. Esta permite ao seu usuário a obtenção da invisibilidade total. Jerry faz uso dela para atormentar Tom de tal maneira que ele fica completamente maluco.

Como isso acontece? Jerry – invisível – incita o grande buldogue contra Tom. Este sem saber de onde partem os ataques acredita ser Tom o responsável e parte para cima do velho Thomas. É exatamente isso que nossa turma de comunistas-invisíveis executam incansavelmente sob o manto produtor da invisibilidade.

O paralelo é esse mesmo: nossos comunistas, usando os poderes da tinta evanescente, estão criando caos nas sociedades democráticas. E o fazem exatamente como Jerry fazia para atormentar o Tom: eles avançam sobre cada um dos componentes da sociedade de um determinado país e incitam uns contra os outros.

O negro, por exemplo, recebe sorrateiramente um sopapo na orelha. Nosso afro-descendente então sem achar o verdadeiro agente provocador, acaba denunciando os "culpados" de sempre – os brancos. Isso acontece também com mulheres, homossexuais, índios e muitos outros que acabam entrando nesta mesma confusão . Até os muçulmanos são chamados para participar dos "rounds" nesta luta.

Então , quando toda a sociedade estiver imersa num ambiente de confronto na busca de seus "direitos" obrigatórios nossos invisíveis comunistas estarão celebrando às gargalhadas os seus feitos.

Esta é a realidade que tentamos explicitar. A recusa em considerar estes fatos faz com que nossos heróis, imaginando debater proposições coerentes com a realidade, acabem desperdiçando energia em assuntos laterais, enquanto estas as forças invisíveis agem livremente no seio da sociedade. Distraídos em seus assuntos, há de chegar um dia em que o barulho ensurdecedor desta sociedade agora em conflito mortal não mais permita a continuidade dos debates.

Muito tarde perceberão nossos heróis que ao invés de um mundo livre onde a realização do ser humano dentro de uma sociedade democrática e capitalista é possível, quem estará batendo à porta finalmente não é aquela "mão invisível do mercado" que tanto falava Adam Smith, mas a "mão invisível" dos comunistas, que depois de enfeitiçar toda a sociedade com suas palavras de ordens politicamente corretas, a encaminha para eliminar os seus inimigos imaginários: os defensores do mercado, do capitalismo e de democracia. Exatamente os liberais.

Tudo por culpa da "tinta evanescente".

Luís Afonso A. Assumpção
luis.afonso@gmail.com
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