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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

E OBAMA, DEMASIADAMENTE HUMANO, NÃO MUDOU OS MERCADOS..

Bem de leve, com todo respeito, como quem pisa em solo sagrado neste que está sendo vendido como o primeiro dia do resto de nossas vidas, como a quarta-feira inaugural de uma nova era (aguardem um novo livro de Hobsbawm), observem o que aconteceu com os mercados mundiais: despencaram de novo. O noticiário a respeito não deixa de ter a sua graça:

“Mesmo com a eleição de Obama, mercados...”

Que coisa, não? Quer dizer que a simples eleição de Obama não basta para resolver a crise? “Oh, não seja simplista, Reinaldo; você sabe que essas coisas não são assim, não é?” Ora, claro que eu sei. Eu sei. Um monte de gente sabe. Quantos sabiam?

Há o fato em si e há o fato jornalístico. Os títulos e a abordagem deixam claro que a expectativa era a de que os mercados reagissem com euforia, como se pudessem abrir mão, por alguns momentos, de sua lógica e necessidades internas para ceder, também, ao clima de otimismo. É como se cada área da vida e da experiência devesse reagir de modo particular ao evento inaugural.

E, no entanto, isso não aconteceu com os mercados nesta quarta. E não vai acontecer em nenhuma outra área nos dias vindouros. Escrevi aqui ontem ou anteontem, sei lá, que Barack Obama dava início a sua trajetória entre os homens.

Os mercados foram os primeiros a evidenciar a sua precária humanidade. Sim, claro, ele não tem nada a ver com as bolsas. Mas o noticiário deixa claro deveria ter. E isso só traduz a metafísica influente nesses dias.


Por Reinaldo Azevedo

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