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sábado, 25 de julho de 2009

A DIGESTÃO DO PODER

A voracidade do PMDB, símbolo da resistência democrática convertido ao fisiologismo, transformou-se num paradoxo político.

Sem ele, não se governa.
Com ele, abre-se a porteira para a corrupção e o clientelismo

Por Otávio Cabral

A Carta ao Leitor desta edição de VEJA pergunta se o PMDB, o partido brasileiro com o maior número de filiados e dono da maior bancada no Congresso Nacional, entre outros indicadores de grandeza, encarna os grandes males da política ou apenas seus membros se aproveitam com mais eficiência das regras que facilitam a perpetuação da corrupção e do fisiologismo.

A resposta não é tão simples. Se o PMDB desaparecesse por decreto da noite para o dia, a corrupção e o fisiologismo, irmãos siameses, continuariam a permear a atividade política no Brasil. Vale a pena ler a definição da Wikipédia:

"Fisiologismo é um tipo de relação de poder político em que as ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses individuais.

É um fenômeno que ocorre frequentemente em parlamentos, mas também no Poder Executivo, estreitamente associado à corrupção política. Os partidos políticos podem ser considerados fisiologistas quando apoiam qualquer governo independentemente da coerência entre as ideologias ou planos programáticos".

Se alguém souber de algum partido político brasileiro que, mesmo não apoiando nenhum governo, não faça "troca de favores" em circunstância alguma, que escreva seu próprio verbete na Wikipédia. Ele pode ficar na letra "P", de pureza, ou "U", de utopia.

Mas, se alguém conhecer algum partido que faça isso tudo com mais desenvoltura, constância, eficiência e na maior cara de pau, que escreva também seu verbete.

Fotos Orlando Brito e Beto Barata/AE

PASSADO NOBRE, PRESENTE POBRE
Ulysses Guimarães foi a encarnação do PMDB que liderou a oposição ao regime militar. Wellington Salgado não teria lugar no partido de Ulysses

O PMDB encarna o paroxismo do fisiologismo. Há um limite na política real que é aceitável: o partido utilizar sua força para eleger grandes bancadas, pressionar o governo e conseguir cargos públicos. Isso poderia até explicar a onipresença do PMDB no poder. Mas o partido vai além do aceitável.

Afirma o cientista político Rubens Figueiredo: "O PMDB usa essa força para promover a corrupção, o compadrio e o nepotismo. Isso resvala na marginalidade. O MDB foi a encarnação do bem no combate à ditadura. Ganhou um P e virou a encarnação do mal na democracia".

Apesar disso (pois seria cinicamente impensável escrever "por causa disso"), o partido é alvo de cobiça.

Está no governo Lula assim como esteve em todos os governos nos últimos 24 anos. Se nenhuma turbulência ocorrer, já se prepara para participar do futuro governo a ser eleito em 2010. Por quê? Porque, pelas cinco características a ser expostas aqui, é quase impossível chegar ao Planalto sem o concurso do PMDB.

1) MALEABILIDADE – Herança dos tempos heroicos, quando se chamava MDB e serviu de Arca de Noé para todo o espectro de opositores da ditadura militar, o PMDB é um partido sem identidade ideológica, sem espinha dorsal programática, o que facilita as conversas na linha "hay gobierno, estoy dentro".

O partido serviu como abrigo e até esconderijo para todas as correntes políticas que faziam oposição aos militares. A convivência entre figuras tão distintas se consolidou com o tempo e fez do partido uma espécie de sigla ecumênica.

"Nós nascemos com o único objetivo de retomar a democracia. Nunca tivemos unidade ideológica, programa econômico ou plano de desenvolvimento.Vencemos a ditadura e ficamos sem bandeira", admite Wellington Moreira Franco, ex-governador do Rio de Janeiro e atual vice-presidente da Caixa. O PMDB talvez seja o único partido do mundo que admite a dissidência em seu estatuto.

O fato de ser uma agremiação sem ideologia, sem programa e sem projeto facilitou ao PMDB estar presente em todos os governos nos últimos 24 anos, sem nenhum conflito.

João Ramid
À PROCURA DE UM NORTE Evento do PMDB na campanha presidencial de 1989: depois do fim da ditadura,o partido só se ocupou de si mesmo

2) ACEFALIA O PMDB não tem um líder histórico ou um cacique incontrastável que dê rumo e aprove coligações. Sua estrutura é formada de células regionais e facções com ampla autonomia para tratar dos interesses mais imediatos de cada grupo.

O PMDB tem nove governadores, seis ministros e a maior bancada do Congresso. Mas não tem uma liderança, alguém capaz de falar em nome do partido. A falta de referencial facilita à sigla compor-se com quem quer que seja.

"O PMDB é um partido com líderes inexpressivos. Alguém se lembra de algo relevante oriundo de Renan Calheiros ou de José Sarney?", questiona o historiador Marco Antonio Villa. Durante a ditadura, o partido teve ícones, como Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. Hoje tem como farol figuras como Orestes Quércia e Jader Barbalho, que dirigem quadros rasteiros.

Caso do senador Wellington Salgado, um especialista em defender colegas enrolados. Indagado sobre as últimas denúncias contra o senador José Sarney – gravado pela polícia articulando a nomeação do namorado de uma neta para o Senado, Salgado vaticinou: "Ele fez o que todo senador faz".

3) ADAPTABILIDADE Se o Brasil amanhecesse comunista, o PMDB acordaria o partido dos "comissários do povo". Nada abala a convicção dos peemedebistas de que cedo ou tarde o partido no governo e o presidente da República, sejam quais forem, vão precisar de seus préstimos. Daí, então, basta negociar o preço, fazer as mais tenebrosas transações parecerem "alta política" e pegar a chave do cofre apenas como mais uma "missão de servir ao país" confiada a algum correligionário.

O PMDB começou a fazer graduação em teoria fisiológica ainda na ditadura. Na ocasião, não havia eleições diretas para presidente, governador e prefeito de capital – e o partido passou a priorizar os grotões, onde até hoje a promessa de qualquer coisa, seja uma nota de 10 reais, seja um emprego, ainda vale um voto.

Em 1985, depois que José Sarney assumiu a Presidência, o partido começou a aplicar em larga escala suas habilidades em temas heterodoxos, tudo disfarçado de ações supostamente em favor da governabilidade e da formação de maioria.

Na era Sarney, a especialidade da bancada do PMDB era permutar votos por concessões de rádio e TV. No governo Collor, o partido não teve muito espaço e ajudou a derrubá-lo. Na era Fernando Henrique Cardoso, a chantagem virou o instrumento de pressão do partido. Sob Lula, a troca de apoio por cargos chegou ao extremo.

Hoje, o partido comanda órgãos que movimentam um orçamento de 240 bilhões de reais Quem já teve como função negociar com o PMDB sabe que quem não ceder perde: "O que muda é o tamanho da colher. Em um governo, o PMDB tem uma colher de sopa. Em outro, de sobremesa. Em outro, de chá. Mas ele sempre ganha seu bocado de poder", afirma o senador Arthur Virgílio, que foi líder de FHC no Congresso.

Dida Sampaio/AE
SEMPRE NO PODER
Lula e o presidente do PMDB, Michel Temer, um ex-serrista agora com o PT

4) ATRASOEm todas as democracias representativas, o avanço se dá quando o nível de educação e de conforto material permite aos eleitores interessar-se por questões não diretamente ligadas à sua sobrevivência imediata.

Ou seja, quando o eleitor toma decisões baseadas em conceitos antes abstratos, como "interesse nacional" ou "ética".

Da mesma forma que a natureza abomina o vácuo, o PMDB não se interessa pelo eleitor que escapou do lumpesinato e não mais se entrega a qualquer partido que lhe ofereça uma recompensa material básica em troca de seu voto.

Como uma imensa porção da população brasileira ainda depende desse tipo de recompensa, o PMDB tem um futuro risonho a curto e médio prazos.

O PMDB é um partido pragmático. Sabe como chegar ao eleitorado e o que precisa fazer para agradar-lhe. Autor do livro A Cabeça do Eleitor, o sociólogo Alberto Carlos Almeida compara o PMDB ao brasileiro médio. "O PMDB é o partido do centro, da ambiguidade, do meio-termo, da neutralidade, do interior do país, de escolaridade baixa, morador das regiões menos avançadas. É como a média do brasileiro", compara.

E esse brasileiro médio não vota por ideologia ou por afinidade, mas em quem lhe traz um benefício concreto e imediato. Por exemplo, o deputado que indica o gestor da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Por meio do órgão chegarão remédios e obras à base do parlamentar, que terá uma população muito agradecida a ele na eleição seguinte.

Por isso, órgãos como a Funasa, os Correios e o INSS são tão cobiçados pelo PMDB. Há ainda uma segunda vantagem. É comum um parlamentar brigar para indicar diretorias de obras de uma estatal. O alvo nesse caso são as empreiteiras contratadas, que se tornam potenciais doadoras de campanha. "A regra é o pagamento de comissões que vão de 5% a 10% para o partido", afirma um ex-ministro peemedebista.

É por isso que a lista de cargos ocupados pelo PMDB é tão ampla.

Vai de um ministério a um posto de polícia no interior.

5) RESILIÊNCIA – As subestruturas regionais e as facções do partido só atuam em conjunto, com grande eficiência, quando a sobrevivência material do grupo e sua maneira de servir-se do estado são ameaçadas por alguma reforma política modernizante e mais ampla ou por um presidente ousado e destemido que decide acabar com a festa do dinheiro público.

O PMDB é entrave a qualquer mudança necessária para a modernização. O caso mais emblemático é a reforma política. Não há razão em apoiar alterações na regra se as distorções estão na gênese do poder do partido.

"As leis eleitorais não mudarão enquanto beneficiarem essa bancada que não disputa eleição mas se dá bem em qualquer governo", afirma o cientista político Gaudêncio Torquato.

A reforma tributária também fica em segundo plano. Se puxar de um lado, prejudica o empresariado, que financia as campanhas do PMDB. Se puxar de outro, prejudica estados e municípios, nos quais o partido está entranhado na máquina.

Ao negociar alianças prévias com o PT e o PSDB, os dois prováveis adversários nas eleições presidenciais do ano que vem, o PMDB está apenas cuidando do próprio futuro. Para o bem e para mal, também do nosso próprio futuro.

Revista Veja

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A América começa a ficar azul.

À esquerda, a direita. À direita, a esquerda.

Honduras esfregou na cara do mundo o que o povo quer por lá.

O povo quer paz.

Liberdade.

Democracia.

Estado de direito.

O povo lá não quer Lula, não quer Chávez, não quer Evo, não quer Obama.

O povo lá quer ser dono do seu nariz.

E é, doa a quem doer.

Não adianta mais passar o chapéu pelo mundo, Zelaya!

O povo unido jamais será vencido.

A América começa a ficar azul.

Jornal reproduz diálogos que ligam Sarney a atos secretos do Senado

AFP

Matéria do Estado de S. Paulo mostra conversas do empresário Fernando Sarney, filho do parlamentar, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes

Empresa de Sarney estaria processando o próprio senador

Uma ação de usucapião estaria colocando em litígio o senador José Sarney (PMDB-AP) e a empresa Divitex Pericumã, da qual o presidente do Senado é sócio, segundo a edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo.

O processo teria como objetivo legalizar terras para abrigar um condomínio de luxo nos arredores de Brasília.

O sítio São José do Pericumã, comprado por Sarney nos anos 80, teria sido vendido em 2002 para a Divitex, empresa à qual Sarney tem 10% das ações.

Como a área de 146 hectares não estaria completamente registrada, a Divitex moveu ação de usucapião contra Sarney.

Segundo a Folha, no processo a Divitex não informa a aquisição das terras de Sarney. Em 2004, o senador tinha atribuído ao lucro da venda a origem de R$ 2,2 milhões que estavam em uma conta bancária sua, no hoje falido Banco Santos.

O senador alegou ao jornal que a ação judicial foi proposta para regularizar parte do sítio e que o processo de usucapião foi a forma jurídica "mais adequada" para isso.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Uma figura que vale mil palavras.


Uma figura que vale mil palavras.

O Globo

O canil fantasma da Petrobras

Em endereço dado por firma que recebeu R$ 120 mil da estatal, vivem 60 cães e 200 gatos

Uma casa em Jacarepaguá, onde funciona um canil com 60 cachorros, além de 200 gatos, é o endereço da Sibemol Promoções e Eventos que, de novembro de 2008 a fevereiro, recebeu R$ 120 mil da Petrobras para o projeto Quilombos Cariocas.

Um dos sócios da Sibemol, Raphael de Almeida Brandão, ainda é dono da R. A. Brandão e da Guanumbi Promoções e Eventos, que não funcionam no endereço declarado à Receita Federal e receberam R$ 8,2 milhões da estatal.

Segundo informou à Receita, a Sibemol produz de rodeios a shows de dança. (págs. 1 e 5)

Ancelmo Gois
Refinaria de Manguinhos contrata parentes de juízes para se defender de ação do estado. (págs. 1, 14 e 15)

Chumbo grosso

Um carneirinho, dois carneirinhos, três carneirinhos...

Nem de férias o senador José Sarney consegue dormir em paz. Vem por ai chumbo grosso contra ele. Contra o filho também. E para variar contra Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado.

por Ricardo Noblat

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Apollo 11 está a caminho da Lua

A Apollo 11 está a caminho da Lua

Desde o lançamento na manhã de 16 de julho até a injeção translunar, a atividade dos três astronautas foi marcada por operações relacionadas às manobras no espaço, necessárias à colocação da Apollo 11 no rumo correto para atingir a Lua.

Uma vez que a nave estava no curso, apenas pequenas correções seriam necessárias, sempre com o objetivo de alcançar nosso satélite dentro da janela de injeção lunar.

Não existe um tempo exato para a interceptação, que pode variar de 62 a 76 horas.


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Pouco a pouco a Apollo 11 se afasta da Terra e a cada minuto a nave perde velocidade, uma vez que a atração da Terra diminui sua influência sobre a nave.

Apesar de ter sido arremessada a quase 40 mil quilômetros por hora após a injeção translunar, a velocidade cairá gradualmente a 7600 km/h quando a Apollo estiver a 128 mil quilômetros da Terra e chegará a apenas 3400 km/h quando estiver a 320 mil quilômetros de distância.

Nesse ponto a situação se inverte e a Lua passa a exercer sua força de atração, puxando a nave para si e aumentando novamente a velocidade da Apollo 11.

Fotos: Fotografia feita por Neil Armstrong retrata o piloto do Módulo de Comando Michael Collins. Crédito: Nasa.

20 de Julho. Há 40 anos o Homem descia na superfície da Lua

20 de Julho.

Há 40 anos o Homem descia na superfície da Lua

Em tempo real a reconstituição da viagem que ocorreu há 40 anos.


Há exatamente quarenta anos uma pequena cápsula com dois astronautas a bordo tocava pela primeira vez o solo lunar e marcava definitivamente o dia 20 de julho como uma das principais datas na história da humanidade. Apesar de hoje em dia estarmos acostumados à relativa complexidade dos lançamentos espaciais, a missão Apollo 11 é até hoje a mais complexa operação tripulada já realizada.


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Mais que um marco histórico, a missão Apollo 11 é um monumento à inteligência humana, que soube empregar com sabedoria os conhecimentos acumulados durante séculos, desde o lançamento dos primeiros foguetes de pólvora há mais de 700 anos até o uso intensivo de computadores e sistemas eletrônicos, passando pela compreensão das leis da gravitação universal em 1650 e emprego da propulsão moderna já na primeira metade do século 20.

Além de darem por finalizada a acirrada corrida espacial vivida na ocasião, a chegada dos astronautas à Lua confirmou a possibilidade técnica de uma missão repleta de riscos e desafios com os quais os cientistas e engenheiros jamais haviam se defrontado anteriormente.

Apesar de mais de 100 mil pessoas trabalharem no projeto, entre eles mais de 2000 cientistas, apenas três astronautas tiveram seus nomes inscritos na História: o piloto de testes Neil Armstrong, o piloto da força aérea Edwin 'Buzz' Aldrin e o piloto de combate Michael Collins, apesar de outros nomes também serem conhecidos, como o do lendário diretor de voo Eugene Kranz, retratado em diversos filmes sobre o tema e Wernher von Braun, principal projetista dos foguetes Saturno 5.

A Conquista

A viagem à Lua durou quatro dias e foi marcada por uma série de procedimentos que tiveram início com o lançamento do Saturno 5, em 16 de julho de 1969, a partir da plataforma 39-A do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Após a Apollo 11 entrar na órbita da Terra, uma intrincada operação de manobras teve início, fazendo com que a Apollo 11 se desmembrasse em duas naves e se reacoplassem em um arranjo diferente. Em seguida, outra operação chamada injeção translunar arremessou o conjunto em direção à Lua, a mais de 40 mil quilômetros por hora.


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No dia 19 de julho o conjunto Apollo 11 finalmente atingiu a órbita lunar e outra operação de manobras teve início, desmembrando novamente a espaçonave em dois módulos. Enquanto um dos módulos, chamado Columbia, permaneceria em órbita com Michael Collins, o segundo módulo, chamado Águia, desceria até a Lua com Armstrong e Aldrin.

Algumas horas depois, o piloto Buzz Aldrin comunica que já está a apenas 10 metros da superfície, mas um erro havia levado o Módulo lunar a mais de 6 quilômetros do local de pouso, o que fez com que o combustível atingisse níveis críticos, mas o pouso ocorreu às 17:17 do dia 20.

Depois de vários preparativos a porta do Módulo lunar se abriu e às 23:56 do dia 20 Neil Armstrong tocou o solo lunar e ciente do momento histórico proclamou a mais célebre frase do Século 20: "Este é um pequeno passo para o Homem. Um salto gigantesco para a Humanidade".

Na superfície da Lua os astronautas realizaram uma série de experimentos científicos, entre ele a coleta de rochas e observação sobre o vento solar, além de instalarem um sismômetro passivo para detectar vibrações na superfície da Lua e um pequeno refletor laser, usado até os dias de hoje nas medições de distância da Lua.

Finalizada a primeira exploração lunar o módulo decolou e algumas horas depois se reacoplou ao Módulo Águia, 100 quilômetros acima da superfície. Algumas horas depois a Águia foi descartada e a Apollo 11 iniciou a jornada de volta à Terra.

A viagem de retorno durou mais quatro dias e quando o conjunto se aproximou da alta atmosfera da Terra o Módulo Columbia se separou do módulo de serviço e a cápsula com os astronautas finalmente tocou o oceano o oceano Pacífico às 13:55 do dia 24 de julho. Em seguida os astronautas foram recebidos no porta-aviões USS Hornet e permaneceram por quarentena por 17 dias.

Após o período de confinamento, Armstrong, Aldrin e Collins foram recebidos como verdadeiros heróis pela população, desfilando em carros abertos em dezenas de cidades dos EUA.

O COMUNISMO DESCOBRE A AMERICA

O SURGIMENTO DO IMPÉRIO NEOCOMUNISTA

Título original: Lies, Terror, and the Rise of the Neo-Communist Empire: Origins and Direction
Autor: Toby Westerman.
Editora: AuthorHouse.
Assunto: Comunismo, política.
Edição: 1ª
Ano: 2009 (April)
Páginas: 231

Resenha do livro:Resenha do livro de Toby Westerman: Mentiras, Terror e o Surgimento do Império Neocomunista – Origens e Direção. – Atila S. Guimarães – 12 junho 2009

Como a matéria não é nossa, apresentamos alguns trechos do artigo de Átila S. Guimarães, publicado no Site da Sacralidade.

Ele age com força total na América Latina, em todos setores da vida pública, com maior amplitude nos meios de comunicação, onde são gastos vultosa somas dos recursos públicos, pelos governos que tencionam promover o desmonte da legalidade, das instituições e dos poderes das repúblicas democráticas, conforme as diretrizes do Foro de São Paulo, conduzido por Lula do Brasil e Hugo Chaves da Venezuela, dentro dos Estados Unidos até à Patagônia.

Os que não caíram na artimanha de que o comunismo morreu, vão encontrar neste livro uma valiosa ferramenta para apoiar sua posição.

Os que ingenuamente acreditaram no mito de que João Paulo II e Ronald Reagan derrotaram o comunismo dando prestígio e dinheiro a Lech Walesa, vão encontrar neste livro clara comprovação de que o comunismo nunca morreu, só mudou seu rosto para avançar mais.

Baseado em notável quantidade de informações confidenciais retiradas de seus arquivos, como expert em política internacional Toby Westerman oferece aos seus leitores um amplo mapa da atividade comunista contemporânea.

Isto é apresentado em estilo atraente, que torna a leitura desse grave tema como se fosse uma novela policial.

A “nova” face do comunismo russo

Westerman começa descrevendo como a atuante rede de espionagem comunista era forte – ironicamente, ao mesmo tempo em que Boris Yeltsin pronunciava seu dramático discurso diante do Congresso dos Estados Unidos (17 de junho de 1992), assegurando ao mundo que o comunismo estava morto e que a Rússia havia adotado os princípios sócio-econômicos do Ocidente moderno.

O Autor especifica que enquanto Yeltsin nos garantia que “a liberdade não seria enganada”, em torno de 700.000 espiões comunistas trabalhavam no mundo todo para continuar a expansão de suas idéias.

O comunismo avança por meio de eleições na América Latina

O Autor mostra que o novo objetivo do comunismo é implantar governos vermelhos através de eleições democráticas. Este é a nova face do comunismo na América Latina. Analisa em detalhe o caso da Venezuela e mostra como Hugo Chávez promove o comunismo sob o nome de Revolução Bolivariana.
Chávez, Morales e Correa usaram a via eleitoral para chegar ao poder.

Também assinala os vínculos entre Chávez e as guerrilhas colombianas Farc, e como Chávez ajudou Rafael Correa a ser eleito presidente do Equador. Além de tratar do caso Chávez, menciona outros presidentes vermelhos que chegaram ao poder através de eleições: Evo Morales na Bolívia, Cristina Kirchner na Argentina, Luis Inácio Lula da Silva no Brasil, Tabaré Vasquez no Uruguai.

Evo Morales e Mahmoud Ahmadinejad

Westerman também chama a atenção para as relações cordiais ou tratados econômicos e militares de Chávez com a Rússia, China, Cuba, Nicarágua, Coréia do Norte, Síria e Irã. Isto é parte do novo império ao qual se refere no título de seu livro.

O autor também se ocupa em destacar o perigo que Cuba representa para os Estados Unidos e fundamenta suas palavras com interessante informação sobre a atividade de espionagem realizada pela ilha comunista para infiltrar-se nos EUA. Ao concluir sua análise da “Tormenta Vermelha Latino-Americana”, coloca sua atenção sobre a eleição do marxista Daniel Ortega na Nicarágua.

Leia mais aqui.

Sobre unanimidades e maiorias - Reinaldo Azevedo

Sobre unanimidades e maiorias

Eu não me assusto com unanimidades ou maiorias, Alberto Roberto.

Fosse assim, eu seria lulista em 2002, em 2003, em 2004… em 2009.

Na verdade, as minhas restrições a Schopenhauer Inácio da Silva cresceram junto com a ascensão da sua popularidade.

Quanto mais popular ele se torna, menos adequado eu o considero para presidir o Brasil.

Com o prestígio que tem, poderia ter conduzido reformas essenciais para o país.

Em vez disso, resolveu ser o chefe dos pizzaiolos.

Entrega pizza em domicílio nos endereços mais suspeitos da oligarquia brasileira, rebaixando as instituições.

Eu não me intimido nem mesmo com o alarido do mercado exaltando as suas virtudes demiúrgicas — afinal, não é?, o “direitista” sou eu, e ele deveria ser o meu horizonte.

Acontece que eu quero uma sociedade de livre, sim, mas os mercadistas não são os melhores pensadores que a democracia tem.

Seu patriotismo é ganhar dinheiro.

E eu acho isso belo, essencial, vital.

É a cupidez que gera o capital necessário para descobrir remédios e vacinas, por exemplo.

Isso é tão importante — de verdade! — quanto Maquiavel, Shakespeare ou Camões.

Mas saiba, Alberto Roberto: isso não é Maquiavel, Shakespeare ou Camões.

Jamais serei grato a Lula por ele cobrar tão caro por aquilo a que temos direito de graça.

Só lhe sou grato pelas boas frases que ele me leva a escrever, entende?

Adiante.

domingo, 19 de julho de 2009

Frase...

Engana-se quem pensa que Ciro Gomes devota alguma admiração
ou mesmo consideração a Aécio Neves.


Ao elogiar o governador mineiro, o deputado cearense não é sincero ,
é falso e maquiavélico .


Seu objetivo é incomodar José Serra e criar constrangimentos ao PSDB.

Senador Alvaro Dias

É a lama...é a lama...!

Escândalos seguem família Sarney desde a década de 80

O Globo

RIO - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e seus filhos sobrevivem a escândalos desde a década de 1980. Reportagem de Jailton de Carvalho, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO, mostra que o poder e a influência adquiridos pelo ex-presidente mantêm a família ilesa, apesar da sucessão de denúncias.

O mais recente foi o indiciamento do filho Fernando Sarney , empresário, e da nora Teresa Cristina Murad Sarney por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, em três inquéritos da Polícia Federal.

( Relembre os escândalos que abalaram o Senado e as providências tomadas )

A reportagem mostra que todas as grandes investigações contra Sarney ou os filhos, desde a CPI da Corrupção, no final da década de 80, quando ele era presidente da República, até o escândalo da Sudam - um rombo de R$ 1,7 bilhão nos cofres públicos - esbarraram em manobras políticas e, principalmente, em decisões judiciais. ( Leia mais: PF diz que filho negociou na casa de Sarney com incorporadora )

Caso Lunus fez Roseana desistir da Presidência

No início do ano 2000, Sarney se viu às voltas com uma segunda tempestade de denúncias. A filha Roseana Sarney, então governadora do Maranhão e candidata à Presidência, foi arrastada para o centro do escândalo da Sudam.

O Ministério Público acusou a governadora de aprovar e facilitar a liberação da Usimar - um projeto de R$ 1 bilhão, classificado como fraudulento.

No decorrer das investigações, a PF apreendeu R$ 1,3 milhão em espécie na sede da Lunus, empresa de Jorge Murad, marido da governadora.

Sem saber explicar a origem do dinheiro, Roseana abandonou a pré-candidatura à Presidência, mas as consequências pararam por aí.

( Leia mais: Sarney se diz vítima de injustiças )

Para o professor de Direito da USP Dalmo Dallari, a legislação processual favorece muito o retardamento dos casos e a falta de esclarecimentos.

( Ouça trecho de entrevista com Dalmo Dallari )

(Leia a íntegra da reportagem na edição digital - só para assinantes)

Senado fez ''trem da alegria'' secreto 2

HISTÓRICO

Tudo começou quando eles entraram no Senado para estágio curricular na gráfica entre 1984 e 1985. Naquele período, uma decisão polêmica, mas bem conhecida, efetivou 1,3 mil funcionários do Senado.

A iniciativa, comandada pelo então presidente Moacir Dalla (ES), ficou conhecida como "trem da alegria". Um processo tramita na Justiça até hoje sobre o caso.
Os estagiários ficaram de fora desse "trem da alegria" feito às claras, mas continuaram a trabalhar na gráfica da Casa.

No começo de 1987, Agaciel assumiu a diretoria executiva do poderoso órgão, responsável pelas publicações dos trabalhos em plenário e de livros que tratam dos senadores. Ali começou seu reinado administrativo no Senado.


Ao assumir, ele encontrou uma saída temporária para os estagiários: prorrogou indefinidamente esses contratos.

Nesse período, surgiu a Constituição de 1988, que estabeleceu, pelo artigo 37, a exigência de concurso para o preenchimento de vagas no serviço público federal. Ou seja, teoricamente, ninguém mais poderia ser efetivado sem disputar a vaga. Mas, no Senado, não foi bem assim.


No fim de 1991, uma solução foi encontrada para os chamados "estagiários", que já estavam havia sete anos nessa função. Com o aval da Mesa Diretora da época, Agaciel os transformou em servidores públicos.
De "estagiário", o funcionário passou a ser "assistente industrial gráfico".

Hoje, é lotado como "auxiliar legislativo/processo industrial gráfico", segundo confirma o Portal da Transparência do Senado.
O ofício assinado por Mauro Benevides - endereçado a Agaciel - confirma o vínculo de estágio desses servidores em 1991.

E usa o tempo de trabalho no Senado como motivo para efetivá-los no serviço público.

"Considerando que a situação fática existe há anos", diz o texto, que autoriza "estabelecer, diante da situação fática existente, o vínculo jurídico empregatício entre o Centro Gráfico do Senado e as 76 pessoas que nele ingressaram, no período de agosto de 1984 a fevereiro de 1985, para a realização de estágio".


O ofício refere-se a parecer da Comissão de Constituição e Justiça e, embora efetive 76 pessoas, logo no começo informa que 82 entraram no serviço de estágio da gráfica naquele período. O levantamento preliminar que será entregue nesta semana à Primeira Secretaria identifica que os 82 foram efetivados. Desses, 13 já se aposentaram.


Procurado pelo Estado na sexta-feira, Mauro Benevides disse que não se recorda disso. "Conscientemente eu não tenho condições de afirmar, 17 anos depois, se houve uma prática de ato ilícito gerado na própria gráfica.

Mas eu acho que não. Até porque exerci a presidência sob as regras da Constituição da 1988 , da qual eu fui o segundo signatário",
disse.

Na sexta à tarde, a reportagem procurou Agaciel Maia, mas ele não atendeu aos telefonemas. Um recado foi deixado, mas nenhuma resposta foi dada até o fechamento da edição.

Senado fez ''trem da alegria'' secreto

A casa dos horrores!
Capítulo inédito: Casa transformou 82 estagiários da gráfica em servidores efetivos
Por Leandro Colon

Um novo escândalo bate à porta do Senado. Depois dos atos secretos, surge agora o "trem da alegria" secreto. Uma decisão guardada até hoje sob sigilo transformou 82 estagiários da poderosa gráfica em servidores públicos federais em 1992, quatro anos depois da promulgação da Constituição, que proíbe, desde 1988, nomeações sem concurso público.

Na época, Agaciel Maia era o diretor executivo do chamado Centro Gráfico.
A manobra ocorreu três anos antes de ele assumir a diretoria-geral, cargo que deixou em março. Dezessete anos depois, esses funcionários cresceram profissionalmente, muitos viraram chefes, outros foram trabalhar em gabinetes de senadores e alguns até já se aposentaram. O Estado teve acesso a essa relação de servidores. Alguns aceitaram conversar, sob condição de anonimato, e confirmaram a efetivação em 1992.

A reportagem localizou ainda nos arquivos do Senado um ofício (sem número), assinado pelo então presidente e hoje deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) no dia 1º de novembro de 1991, autorizando Agaciel a efetivar esses estagiários a partir de janeiro seguinte. Benevides diz não se lembrar da medida.

Essa transformação de vaga de estágio em cargo efetivo permaneceu até hoje nas gavetas do Senado. Sua descoberta ocorreu na sexta-feira e causou espanto no primeiro escalão administrativo. A revelação é fruto de investigação interna aberta depois que o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), levantou a suspeita da tribuna no dia 6.

"Há denúncias de nomeações ilegais que teriam sido praticadas pelo então diretor da gráfica", disse o tucano, que apresentou naquele dia um requerimento à Primeira Secretaria, pedindo explicações.

A resposta será entregue ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), até terça-feira e confirmará que 82 estagiários foram transformados em servidores públicos em janeiro de 1992.

Se acuado, Lula porá seu “bloco na rua”

Se acuado, Lula porá seu “bloco na rua”
Ruy Fabiano

Não avance muito nas investigações e denúncias que o bloco de Lula está a postos, à espera da voz de comando de seu líder. Os tais movimentos sociais.

No início de 2006, quando o escândalo do mensalão ainda repercutia e ameaçava o próprio mandato do presidente da República, Lula mandou um recado ao então presidente da OAB, Roberto Busato: se a OAB aprovasse a iniciativa, que então seria encaminhada à Câmara dos Deputados, ele, Lula, poria o seu “bloco na rua”.
E deixou claro qual era o bloco: UNE, MST, MLST etc.


A OAB havia acolhido dias antes proposta de uma conselheira sua, de examinar pedido de impeachment ao presidente da República, para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados, que, se o aprovasse, o encaminharia ao Senado, para o devido julgamento. Exatamente como ocorrera com Collor 14 anos antes.

Dias depois desse recado, o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), uma facção radical do MST, invadiu as dependências da Câmara dos Deputados, destruiu móveis e equipamentos, enfrentou seguranças, agrediu funcionários e promoveu uma baderna sem precedentes na casa. O seu líder, Bruno Maranhão, amigo e hóspede de Lula na Granja do Torto e integrante da Executiva Nacional do PT, foi preso e solto no dia seguinte.

O recado estava dado. O impeachment acarretaria conflitos com os movimentos sociais – o tal bloco na rua -, pondo em risco a ordem pública. O acontecimento influiu na decisão da OAB de arquivar o pedido de impeachment, transformado, ao final, em mera notícia-crime ao Ministério Público, sem qualquer conseqüência prática.

Anteontem, em meio às denúncias contra o Senado e às críticas contra a conduta de Lula em relação ao tema, o presidente voltou a dar uma demonstração de que, apesar de todos os pesares, continua prestigiado junto ao seu “bloco”.
Compareceu a um congresso da UNE em Brasília – o primeiro a ter um presidente da República convidado -, onde foi ovacionado e brindado com palavras de ordem do tipo: “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”.

Isso, dois dias após abraçar e elogiar Fernando Collor, em um palanque em Alagoas, o mesmo Collor que a mesma UNE ajudou a expelir da Presidência da República, com a célebre marcha dos caras-pintadas, que sacudiu as ruas de todo o país, em 1992.
O evento não se restringiu a confirmar a liderança de Lula junto àquela corporação estudantil, aparelhada por PT, PSol e PCdoB.

A UNE criticou a CPI da Petrobrás (a primeira vez em sua história em que ficou contra uma CPI), atribuindo-a a uma ação predadora da oposição (que Lula insinua ter como real objetivo a privatização da empresa) e entoou loas à candidatura de Dilma Roussef. A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, insiste em dissociar o apoio ao fato de que a entidade é financiada pelo governo federal – algo que não ocorria no passado. Mera coincidência, claro.

Mas nem tudo coincide. Os estudantes, por exemplo, não engolem a tese lulista de apoio a José Sarney. Tanto que, embora silenciassem a respeito na presença de Lula, foram em seguida ao Senado pedir sua cassação. Não chega a ser uma divergência séria.

É mais coreográfica que efetiva. No que de fato importa, estão de acordo: contra a CPI da Petrobrás, contra a eclosão de novos escândalos nos moldes do mensalão, que ponham em risco a sucessão de Lula. Além da CPI da Petrobrás, há ainda outras duas no Senado, de potencial igualmente explosivo: a do Dnit (ainda não instalada) e a das Ongs, em andamento.

Esse o pano de fundo da crise do Senado, em que há um recado implícito à oposição: não avance muito nas investigações e denúncias que o bloco de Lula está a postos, à espera da voz de comando de seu líder. Os tais movimentos sociais. A oposição os teme, pois sabe que dispõem de forte logística, considerável know how em agitação pública e financiamento para o que for necessário.

Foi em função deles que a oposição, no mesmo ano de 2006, pediu à mesma OAB, que não propusesse o impeachment. Além de considerá-lo desnecessário, pois julgava que Lula iria “sangrar em público” - e, nas palavras do já falecido senador Antonio Carlos Magalhães, “até um poste o derrotaria” -, provocaria a ação desestabilizadora dos movimentos sociais.

Lula dispõe desse capital (tão sólido que lhe permite extravagâncias como a de abraçar e elogiar Collor) e já deixou claro que não hesitará em usá-lo se julgar necessário. Por enquanto, há ainda muita gordura a queimar. Está buscando o enfrentamento na própria mídia. Acabou de estrear coluna semanal em jornais do interior, estreará blog na internet e continua usando rádio e televisão com um apetite que seus predecessores não exibiram.

“Você se prepara, qualquer dia você vai cair dura no chão.”

A mão pesada que dirige o Senado

Nomeado para pôr ordem na Casa, o novo diretor-geral
é acusado de agredir a mulher e a sogra


Hugo Marques, Mino Pedrosa e Sérgio Pardellas

AMEAÇA DE MORTE

Autoridade no Senado, Haroldo é considerado perigoso na ação penal

Lotado no Senado Federal desde 1986, Haroldo Feitosa Tajra foi o braço direito de todos os primeiros secretários da Casa desde a gestão de Carlos Wilson, em 2001.

Lá, ajudou a administrar um Orçamento de R$ 2,7 bilhões por ano e esteve à frente de muitas licitações para contratação de empresas fornecedoras.

Conhecia como poucos o funcionamento das nomeações e transferências de verbas feitas por intermédio dos chamados atos secretos, estopim para a sucessão de escândalos no Senado.

Este ano, em meio à crise que apeou da diretoria-geral o até então todo-poderoso Agaciel Maia, Tajra foi indicado pelo atual primeirosecretário Heráclito Fortes (DEM-PI) como novo diretor do Senado.

A relação com Heráclito é antiga. Os dois são piauienses e suas famílias se conhecem há duas décadas. Haroldo é primo do primeiro-suplente de Heráclito, Jesus Tajra, que foi deputado pelo Pfl, hoje DEM.

Só que, nomeado há menos de um mês numa tentativa de pôr um ponto final aos desmandos e irregularidades cometidas no Senado, o novo diretor-geral já corre o risco de ter o mesmo destino do antecessor.

Conforme denunciou ISTOÉ em sua última edição, Haroldo é um dos expoentes da estrutura operada pelo servidor Aloysio Brito Vieira que o DEM montou para controlar com mão de ferro a primeira secretaria. Entre 2005 e 2008, atuou afinado com o primeirosecretário Efraim Morais (DEM-PB), que agora é acusado de receber R$ 300 mil mensais da Ipanema Empresa de Serviços Gerais e Transportes.

Também foi frequentador assíduo das festas promovidas em Brasília pelo ex-primeiro-secretário Romeu Tuma (ex-DEM hoje PTB-SP) e seu filho Robson, o Tuminha, que durante a administração do pai, entre 2003 e 2004, tinha contatos frequentes com o grupo que organizava as licitações do Senado.

Haroldo mantinha ainda um relacionamento estreito com o ex-diretor da Câmara Adelmar Sabino, que prestou consultoria a Tuma no período em que ele comandava a primeira secretaria.
Graças a sua grande influência e capacidade de operar nos bastidores, Sabino passou 18 anos no comando administrativo da Câmara.

Era uma espécie de Agaciel Maia de lá.

Quando chegou ao Salão Azul, Sabino teve Haroldo como aliado de primeira hora, graças a sua boa relação com o empresariado.

O diretor-geral, no entanto, deixou marcas no passado que podem manchar o currículo de um alto funcionário público que ainda precisa ter seu nome aprovado em sabatina no plenário do Senado para manter-se num dos cargos mais importantes do Congresso Nacional.



Os papéis que podem jogar luz sobre a personalidade do novo diretor, responsável por administrar a vida de dez mil servidores, estão protegidos por segredo judicial em um processo que tramita na 4ª Vara do Tribunal de Justiça de Brasília.

Recheado de ocorrências policiais, fotografias e laudos do IML, o volumoso processo expõe um personagem destemperado.

Dono de uma personalidade agressiva, o diretor-geral é acusado de ameaçar de morte e de espancar a ex-mulher, a sogra e a amante, além de coagi-las física e psicologicamente na tentativa de reaver parte de seus bens.

“Ele já me agrediu enquanto eu segurava minha filha de três meses no colo”,
denunciou à ISTOÉ sua ex-mulher, a descendente de árabes Cálida Ghazaleh Tajra, com quem Haroldo foi casado por dez anos e teve três filhos.

De acordo com os autos, ela fez três queixas formais à Delegacia da Mulher em Brasília contra Haroldo, por lesão corporal e ameaças.

As denúncias formais foram feitas entre 2000 e 2002.

Em uma das ameaças, Cálida conta que ouviu do ex-marido:

“Você se prepara, qualquer dia você vai cair dura no chão.”