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sábado, 13 de dezembro de 2014

Lobista e Cerveró devem ser os próximos denunciados


Negociatas na Diretoria Internacional da Petrobras, comandada à época por Nestor Cerveró, será o próximo alvo dos investigadores da Lava Jato

Daniel Haidar, de CuritibaVeja.com



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o mInistro do STF, Luiz Fux, são homenageados pelo Ministério Público Estadual do Paraná, através de seu procurador-geral, Gilberto Giacoia. Janot não quis comentar a apresentação das denúncias da operação Lava-jato. Fux, ao contrário, comentou sobre a operação que investiga o escândalo dos contratos da Petrobrás - Juca Varella/Folhapress


O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró devem ser os próximos suspeitos denunciados pelo Ministério Público Federal por participação no petrolão, o bilionário esquema de corrupção montado por empreiteiras, políticos e funcionários públicos da Petrobras.

A peça de acusação contra Fernando Baiano e Cerveró é aguardada para a próxima semana. Baiano foi o único que não denunciado dos doze presos na sétima etapa da Operação Lava Jato. O lobista é considerado o principal operador do PMDB na estatal, responsável por garantir facilidades e vantagens em contratos feitos pela Diretoria Internacional, comandada por Cerveró.

A influência de Fernando Baiano na estatal ficou evidenciada em depoimentos do empresário Augusto Mendonça Neto e do lobista Júlio Camargo. Os dois delatores, ligados ao grupo Toyo Setal, confessaram pagamentos de suborno, fecharam acordos de delação premiada e passaram a colaborar com as investigações em troca de punições mais brandas. Só eles relataram mais de 40 milhões de dólares em pagamentos ao lobista como recompensa por contratos com a estatal. Foram mencionadas até as contas utilizadas por Baiano para receber dinheiro no exterior.

Não foram as únicas provas. Durante as investigações, foram apreendidos documentos em que pagamentos ao lobista foram igualmente detalhados. Também está em investigação o repasse de uma sala comercial, no centro do Rio de Janeiro, por Fernando Baiano ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. A transação pode ter sido uma operação de lavagem de dinheiro, sem efetivo desembolso de recursos, feita para recompensar Duque, de acordo com uma das hipóteses investigadas.

A denúncia contra os dois fecha uma das pontas do petrolão. Os investigadores sabem que nas diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional as empreiteiras conseguiam benefícios e fraudavam licitações em troca de propina para políticos, operadores e funcionários públicos. Renato Duque, ex-diretor de Serviços, também foi preso, mas obteve o direito de responder em liberdade e deve ser denunciado somente no ano que vem.

As três diretorias foram, pelo menos de 2004 a 2012, território livre para as negociatas de operadores, funcionários e empresários corruptos. Um dos negócios atribuídos a Cerveró em investigação é a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que deixou um prejuízo superior a 1 bilhão de dólares para os cofres da estatal. A transação teve a participação de lobistas e pagamentos de propina no exterior estão em análise.

Também passaram a ser investigadas situações denunciadas por um funcionário de carreira da estatal, que procurou espontaneamente a Polícia Federal em abril para relatar irregularidades no afretamento de embarcações e na negociação de blocos de petróleo na África.

A primeira leva de denúncias, apresentadas nesta quinta-feira, contra 23 executivos de empreiteiras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e subordinados por corrupção na Diretoria de Abastecimento foi apenas o começo da investigação contra corruptores e corrompidos.



'O primeiro pacote'


ALBERTO YOUSSEF
doleiro e principal operador do petrolão

PAULO ROBERTO COSTA
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras

WALDOMIRO DE OLIVEIRA
empregado de Alberto Youssef, dono da MO Consultoria

CARLOS ALBERTO PEREIRA DA COSTA
advogado e gestor das empresas de Youssef, como a GDF Investimentos

JOÃO PROCÓPIO J. P. DE ALMEIDA PRADO
“laranja” de Youssef em contas no exterior

ENIVALDO QUADRADO
empresário dono da Bonus-Banval

ANTÔNIO CARLOS FIORAVANTE B. PIERUCCINI
advogado

MÁRIO LÚCIO DE OLIVEIRA
funcionário de Alberto Youssef

MARCIO ANDRADE BONILHO
executivo da Sanko

ADARICO NEGROMONTE FILHO
irmão do ex-ministro das Cidades
Mário Negromonte (PP)

JAYME ALVES DE OLIVEIRA FILHO
agente da PF que transportava dinheiro do bando

SÉRGIO CUNHA MENDES
vice-presidente da Mendes Júnior

ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA
diretor de Óleo e Gás da Mendes Júnior

ÂNGELO ALVES MENDES
vice-presidente da Mendes Júnior

ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES
executivo da Mendes Júnior

JOSÉ HUMBERTO CRUVINEL RESENDE
executivo da Mendes Júnior

RICARDO RIBEIRO PESSOA
presidente da UTC

JOÃO DE TEIVE E ARGÔLO
executivo da UTC


SANDRA RAPHAEL GUIMARÃES

executiva da UTC

DALTON DOS SANTOS AVANCINI
presidente da Camargo e Corrêa

JOÃO RICARDO AULER
presidente do Conselho de Administração da Camargo e Corrêa

EDUARDO HERMELINO LEITE, “LEITOSO”
vice-presidente da Camargo e Corrêa

JOSÉ ALDEMÁRIO PINHEIRO FILHO,

vulgo "LÉO PINHEIRO"
presidente da OAS

AGENOR FRANKLIN MAGALHÃES MEDEIROS
diretor-presidente Internacional da OAS

MATEUS COUTINHO DE SÁ OLIVEIRA
diretor-financeiro da OAS Petróleo e Gás

JOSÉ RICARDO NOGUEIRA BREGHIROLLI
executivo da OAS

FERNANDO AUGUSTO STREMEL ANDRADE
executivo da OAS

JOÃO ALBERTO LAZZARI
executivo da OAS

DARIO DE QUEIROZ GALVÃO FILHO
presidente e dono da Galvão Engenharia

EDUARDO DE QUEIROZ GALVÃO
diretor da Galvão Engenharia

JEAN ALBERTO LÜSCHER CASTRO
diretor presidente da Galvão Engenharia

ERTON MEDEIROS FONSECA
diretor presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia

GERSON DE MELLO ALMADA
executivo da Engevix

CARLOS EDUARDO STRAUCH ALBERO
diretor técnico da Engevix em Osasco (SP)

NEWTON PRADO JUNIOR
diretor técnico da Engevix em Santos (SP)

LUIZ ROBERTO PEREIRA
executivo da Engevix


Os principais personagens da Operação Lava Jato da PF

Paulo Roberto Costa
Indicado pelo PP à diretoria de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa é um dos pivôs do esquema de lavagem de dinheiro. Ao lado do doleiro Alberto Youssef, montou um esquema de desvio de recursos da estatal para enriquecimento próprio e para abastecer o bolso de políticos e partidos da base aliada. Isso era feito com a assinatura de contratos fictícios, simulando a prestação de serviços entre empresas de fachada e as empreiteiras envolvidas, sempre com a finalidade de dar aparência legítima ao dinheiro desviado.

Foi preso em março de 2014 e solto três meses depois, por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Em junho, contudo, voltou para a cadeia por esconder da Justiça que possuía 23 milhões de dólares depositados em bancos suíços.

Optou por selar acordo de delação premiada com a Justiça e, em depoimento, arrastou para o centro do escândalo três governadores, um ministro, seis senadores, 25 deputados federais e três partidos políticos (PT, PMDB e PP). Ao desvendar as engrenagens do petrolão, revelou um cartel de grandes empreiteiras que escolhia as obras, decidia quem as executaria e fixava os preços.

As empreiteiras superfaturavam os custos e repassavam até 3% do valor dos contratos para os “agentes políticos”. Revelou também os nomes dos operadores dos partidos no esquema, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, responsável por receber e administrar o dinheiro desviado da Petrobras para a sigla. Depois de homologado o acordo de delação pelo STF, passou a cumprir prisão domiciliar.



13 de dezembro de 2014


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