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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Diretoria da Petrobras sabia das irregularidades na estatal antes da Operação Lava-Jato, diz jornal


Alerta foi feito pela ex-funcionária da empresa Venina Velosa da Fonseca, que enviou e-mails à atual presidente Graça Foster


Por O Globo

A presidente da Petrobras Graça Foster
Foto: Ailton de Freitas/15-4-2014 / Agência O Globo
A presidente da Petrobras Graça Foster
Ailton de Freitas/15-4-2014 / Agência O Globo


RIO - Documentos obtidos pelo jornal “Valor Econômico” e publicados nesta sexta-feira comprovam que a atual diretoria da Petrobras sabia das irregularidades em contratos da estatal muito antes da Operação Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal em 17 de março deste ano. O alerta foi feito pela ex-funcionária da empresa Venina Velosa da Fonseca, que enviou e-mails à atual presidente Graça Foster.

Os desvios envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para serviços que não foram realizados na área de comunicação, em 2008, passam por uma escalada de preços que elevou de US$ 4 bilhões para mais de US$ 18 bilhões os custos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e atingem contratações atuais de fornecedores de óleo combustível das unidades da Petrobras no exterior que subiram em até 15% os custos.

Em nota, a estatal afirmou que realizou instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para investigar "indícios de irregularidades" em contratos da área de comunicação do abastecimento. Segundo a petroleira, o processo resultou na demissão do ex-gerente da área, que acabou não sendo efetivado por causa de uma lincença médica.

Leia a íntegra do comunicado:

"A Petrobras esclarece que, em relação à matéria publicada no Valor Pro de 11/12/2014, sob o título " Diretoria da Petrobras foi informada de desvios de bilhões em contratos", instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento. O ex-gerente da área foi demitido por justa causa em 03 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da companhia. Porém, a demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica, vindo a ocorrer em 2013. O resultado das análises foi encaminhado às autoridades competentes.

Em relação aos procedimentos na área de Bunker, após resultado do Grupo de Trabalho constituído em 2012, a Petrobras aprimorou os procedimentos de compra e venda com a implementação de controles e registros adicionais. Com base no relatório final, a Companhia adotou as providências administrativas e negociais cabíveis. A Petrobras possui uma área corporativa responsável pelo controle de movimentações e auditoria de perdas de óleo combustível, que não constatou nenhuma não conformidade no período de 2012 a 2014.

Como mencionado em comunicados anteriores, a Comissão Interna de Apuração constituída para avaliar os processos de contratações para as obras da RNEST concluiu as apurações e encaminhou o Relatório Final para os órgãos de controle e autoridades competentes.

Assim, fica demonstrado que a Companhia apurou todas as informações enviadas pela empregada citada na matéria.".
 
12/12/2014

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