De: Ucho Haddad – Para: Dilma Rousseff – Assunto: Apupos e desespero político
(*) Ucho Haddad
Dilma, ao longo da vida conheci pessoas ridículas, mas você com certeza supera qualquer expectativa. Ouso dizer que você é a personificação do ridículo. Você deve estar estranhando o tom menos cavalheiresco desse colóquio, mas é que a situação passou dos limites. Vocês, magnânimos petistas, são como carro velho e enguiçado. Só funcionam no tranco. De tal modo, o tormento redacional que lhe dirigido regularmente será marcado por solavancos, o que vez por outra compromete a minha elegância.
Seu desempenho como governante é tão pífio, que por mais que tenha forçado a memória não consegui pinçar um período político tão descontrolado do Brasil como agora. Isso faz do palavrório insensato e chicaneiro de Lula uma profecia: “nunca antes na história deste país”. Você é a protagonista desse apocalipse, enquanto nós, brasileiros de bem, as vítimas.
Sem um grama de talento para ser chefe de Estado, você não soube assimilar os apupos que lhe foram dirigidos no Estádio Mané Garrincha e continuou com a máquina palaciana de sandices acionada. Dilma, sua soberba é tão agigantada que impede que você enxergue o óbvio. O Brasil está desmoronando por causa da sua incompetência e a de Lula, mas você continua afirmando que aqui é a filial do paraíso. É a primeira vez em pouco mais de meio século de existência que vejo alguém querendo travestir o inferno com a cangalha do paraíso.
Dilma, coloque a mão na consciência, se é que você tem e sabe como funciona, e reflita. É possível acreditar que o Brasil está muito melhor do que há uma década? Não se avexe em reconhecer a verdade, pois se isso acontecer – o que duvido – você entrará para a história do País pela porta da frente e com direito a pompa e circunstância. É a chance derradeira para deixar um bom exemplo, principalmente ao seu neto, se é que você o tem em boa conta. Assim ele terá orgulho de no futuro dizer, sem qualquer nesga de medo, sou neto da Dilma.
No segundo turno da corrida presidencial de 2010, Dilma, você conseguiu arrancar das urnas pouco mais de 55 milhões de votos, o que não é pouco e a transformou na primeira mulher a chegar à principal cadeira do Palácio do Planalto. Na última segunda-feira, 17 de junho, 230 mil manifestantes nas ruas de várias cidades brasileiras fizeram você amarelar. Viu só, Dilma, como você é ridícula? Não adianta ficar de mau humor, me xingar ou pensar em colocar a tropa petista no meu encalço. Já chega a patrulha que rotineiramente aturo, sem contar um companheiro que você detesta e que prometeu eliminar-me. Mas não se preocupe, pois esse tipo de atitude é coisa de gente ridícula, desqualificada e covarde. Típico de Lessie metida a pitbull.
Voltando à sua essência ridícula… Diante das ruidosas manifestações, você e sua horda de aduladores alegaram não entender o movimento. Tudo bem, Dilma, você combateu a ditadura militar, integrou organizações terroristas e patrocinou atentados contra os adversários apenas porque é tola e ingênua? Tudo bem, essa farsa de quinta faz parte da liturgia do cargo, mas não queira que todo o Brasil acredite nessa sua inocência de ocasião, que sequer convence uma noviça na clausura.
Sua incompetência é de tal forma atroz, Dilma, que você gastou quase R$ 100 mil para viajar às pressas a São Paulo para submeter-se aos devaneios totalitaristas de Lula e aos conselhos pirotécnicos do marqueteiro do PT. Na minha terra, Dilma, isso atende pelo nome de desespero político. Seja sincera ao menos uma vez na vida. Tenho ou não razão para perder a elegância de sempre? Dilma, nem mesmo no mais absurdo dos sonhos você tem capacidade para estar na presidência.
Sob a desculpa de salvar o companheiro Fernando Haddad, você torra o suado dinheiro do contribuinte para se sujeitar às ordens de um lobista-fugitivo, responsável pelo período mais corrupto da história nacional, aceitando se reunir em um hotel? Para não ultrapassar a minha lhaneza, dou-me por satisfeito classificando-a de ridícula. Além desse limite que ora estabeleço, minha mãe, que lê diariamente o que escrevo, me contemplaria com uma carraspana, apesar do deleite de ver a presidente dentro de uma saia justa.
Dilma, pense no absurdo que você cometeu! Submeteu os destinos da nação a um bandoleiro político e a um marqueteiro partidário. Dilma, você foi eleita para presidir o Brasil, não Lula e João Santana. É verdade que essa dupla deve tramar contra você diuturnamente, mas o seu papel foi de pequenez assustadora.
A vida, Dilma, tem seus oximoros, mas há situações inexplicáveis. Pego-me imaginando os antagonismos que marcam sua existência. Um dia você está no Vaticano como se fosse o maior milagre de todos os tempos, em outro se reúne em um hotel com o namorado da Marquesa de Garanhuns. Um dia você está em Paris querendo ensinar os europeus a enfrentarem a crise, em outro se submete aos palpites de um sujeito que se especializou na produção de engodos eleitorais. Reconheça, Dilma, chamá-la de ridícula é um elogio e tanto. Uma descomunal reverência que lhe faço.
Confesso, Dilma, que em algum momento pensei que pudesse ser injusto com você, mas a última pesquisa de opinião tirou esse eventual peso da minha consciência. Em nova rodada, sua popularidade despencou oito pontos, mais uma vez. Seus estafetas de plantão entendem que essas pesquisas nada representam, mas, convenhamos, é uma ducha de água fria para quem sofre de hidrofobia. Dilma, sua situação só não é pior porque pesquisas de opinião no Brasil são tão confiáveis quanto uma cédula de R$ 3, além de refletiram as opiniões de apenas 0,001% da população do País. Ou seja, é melhor acreditar em você do que nas pesquisas.
Para não ser intransigente, Dilma, algo que o seu partido cultiva como se fosse a mais fina e frágil flor, deixo aqui duas propostas. A primeira não exige doses extras de tutano, mas requer coragem: dentro de uma caixa colocamos pequenos papeis com os nomes das 27 capitais. Sorteamos dez e vamos juntos para esses destinos. Você embarca no avião presidencial, eu, em aeronave de carreira. Não que sua companhia seja demasiadamente indesejável, mas a carga negativa que deve ter nesse Aerolula é capaz de coisas absurdas. Nessas capitais caminharemos juntos, porém disfarçados. Eu estarei fantasiado de Dilma, você, atrás de uma máscara qualquer. Com a promessa de ficar calada e de não imitar o andar do John Wayne. Ouviremos a voz rouca das ruas, a mesma que você garantiu que escuta e é legítima. Gravamos tudo e depois revelamos aos brasileiros. Se a maioria dos depoimentos for favorável a você, farei um imediato mea culpa. Do contrário, você assume que fracassou como inquilina do Palácio do Planalto.
A segunda proposta exige tutano, que,creio, está em falta no almoxarifado palaciano. De novo sem querer ser intransigente, aceito que você esteja acompanhada de assessores e tenha em mãos as anotações que quiser. Sugiro até que convide o Lula e o João Santana, que poderão ajudá-la no desafio. Fazemos um debate em ordem, como costumo dizer, sobre qualquer tema que envolva o Brasil e depois apuramos o resultado através da opinião pública. Eu, Dilma, irei ao encontro com a cara, a coragem e a coerência. Você, se quiser, pode levar tudo e quem quiser. Inclusive a empáfia, que será a primeira a cair.
(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e cometarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.
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