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sexta-feira, 4 de março de 2011

Aumenta a pressão internacional sobre o ditador Muammar Khadafi


Aumenta a pressão internacional sobre o ditador Muammar Khadafi


Por FRANCISCO VIANNA
(com base no noticiário internacional)


Estados Unidos, França e Inglaterra, em ações aparentemente desconexas, preparam um ultimato ao Cel. Khadafi.

Obama exige sua renúncia imediata e não descarta uma ofensiva militar, enquanto Londres e Paris ameaçam com a implantação de uma zona de exclusão aérea.

ONU se limita a aguardar as decisões do Conselho de Segurança.

Goran Tomasevic / Reuters
 Forças anti-Khadafi protegem paiol de munições numa base militar em Ajdabiyah, anteontem, a cidade de onde o comando rebelde planeja realizar sua ofensiva final contra Trípoli

A chamada ‘comunidade internacional ocidental’, desde ontem – duas semanas após o início da sublevação líbia contra seu ditador – intensificou a pressão contra o regime de Trípoli através de um ultimato para que Muammar Khadafy suspenda sua feroz e sanguinária ofensiva contra os rebeldes no leste do país, onde assumiram o controle e têm derrotado as investidas das forças mercenárias a serviço do ditador, apesar da sua supremacia aérea.

Obama engrossou a voz e o tom e afirmou que Khadafy "perdeu toda a legitimidade" e "deve abandonar o poder imediatamente".

E foi mais longe ao admitir que os Estados Unidos examinam "toda uma gama de opções" para responder à "horrível violência" do ditador líbio contra a sua gente.

"Os Estados Unidos da América apóiam as aspirações do povo líbio de estabelecer um regime representativo que garanta as liberdades e os direitos fundamentais da pessoa humana", disse Obama, lembrando que já foram aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU "sanções sem precedentes contra o regime líbio".

Na oportunidade, disse que o Conselho não exclui nenhuma opção, inclusive a militar, "em caso de necessidade para resolver a situação”.

Tais declarações ocorreram no dia seguinte em que os rebeldes contrários à ditadura de Khadafi imploraram uma ajuda e intervenção das potências ocidentais para que ajudem a por fim ao regime assassino de Trípoli, o qual se empenha na luta fratricida mantida por mercenários e pelos ataques aéreos contra populações civis no leste do país.

Obama declarou à imprensa que também autorizou o emprego de aviões militares e helicópteros para ajudar na evacuação de refugiados egípcios que chegam à Tunísia fugindo da violência do regime líbio.

Também franceses e ingleses aderiram à pressão americana com seus chanceleres declarando que seus países darão respaldo à idéia do estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, que, na prática representa uma tomada do espaço aéreo líbio, pelo que qualquer avião militar que decole estará sujeito a ser abatido pela aviação desses países ou mesmo da OTAN.

A criação dessa zona de exclusão representa, na prática, a uma DECLARAÇÃO DE GUERRA.

O chanceler italiano, sem se posicionar tão claramente quanto seus colegas europeus e americanos, contudo, declarou que “chegou a hora de se buscar soluções ‘definitivas’ para o conflito na Líbia”.

Há dias que se discute a possibilidade de fechar o espaço aéreo líbio para forçar o ditador a refrear a repressão contra seu povo, a qual, segundo algumas fontes, pode já ter causado a morte de cerca de 6.000 pessoas.

Para aumentar a pressão, o Fiscal da Corte Penal Internacional de Haia, Luis Moreno Ocampo, declarou que a Corte vai investigar com rigor as condutas de Khadafi, de seus filhos e de membros de seu círculo mais próximo de poder, todos suspeitos de terem perpetrados crimes contra a humanidade por meio de suas forças de segurança.



Um manifestante grita slogans contra Muammar Khadafi durante uma passeata em frente à embaixada líbia no Cairo.

O tradicionalmente demagogo mandatário líbio fez um discurso, anteontem, avisando que "milhares de líbios morrerão" caso haja uma intervenção estrangeira e ameaçou criar um "novo Vietnã" que seria um ‘inferno’ para os soldados invasores de seu país.

Paralelamente, Khadafi declarou ter aceitado ontem uma proposta do ditador venezuelano, Hugo Chávez, de permitir a intervenção de uma ‘comissão negociadora’ para tentar uma saída pacífica para o conflito.

Na verdade, a proposta chavezista foi rejeitada de forma acachapante pelos insurretos líbios, segundo o porta-voz do recém criado Conselho Nacional da Oposição, em Benghazi.

"Temos uma posição muito claramente definida: é tarde demais para uma solução pacífica, a não ser a renúncia do ditador; muito sangue já foi derramado", disse Mustafá Gheriani, encarregado de imprensa do Conselho nas cidades sob o controle da oposição.

"Nosso sangue jamais será moeda de troca com quem quer que seja", acrescentou Mustafá.

Saudações,


Francisco VIANNA


04 de março de 2011

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