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segunda-feira, 10 de maio de 2010

O “novo” Reino Unido


Petar Pismestrovic, «Kleine Zeitung»

por JN,
em Maio 8, 2010

O Partido Conservador foi o vencedor das eleições no Reino Unido — ou pelo menos foi o que elegeu mais deputados — mas ficou aquém da maioria absoluta necessária para formar um governo.

Com 647 dos 650 lugares da Câmara dos Comuns já declarados até este momento, o Partido Conservador elegeu 304 deputados, o Partido Trabalhista 258, os Liberais-Democratas 57 e outros partidos 27. São necessários pelo menos 326 deputados para formar um governo.
O líder dos conservadores e o provavelmente o futuro primeiro-ministro, David Cameron, disse que Gordon Brown “perdeu o seu mandato para governar“.

No entanto, na ausência de uma maioria no Parlamento e devido à particular lei britânica, o ainda primeiro-ministro Gordon Brown não assumiu a derrota nem se demitiu e tem direito a uma primeira tentativa para formar um governo de coligação.

Para o conseguir, ele precisa obter o apoio dos Liberais Democratas de Nick Clegg, que se saíram pior do que as sondagens haviam previsto — talvez os grandes derrotados destas eleições.

Se o Sr. Brown falhar na sua tentativa de formar um governo, David Cameron também poder procurar formar uma coligação, quer com os Liberais Democratas ou com a ajuda de parceiros regionais na Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales que podem exigir em troca “protecção” contra cortes no orçamento para as sua regiões.


Olle Johansson

Nick Clegg, embora com resultados piores do que esperava, é afinal o homem que vai decidir que é o próximo primeiro-ministro do Reino Unido e David Cameron não perdeu tempo a oferecer-lhe um acordo de poder que descreve como “grande, global e aberto” e, inclusive, uma reforma do sistema eleitoral que prejudicou bastante os Liberais Democratas.

O que se vai passar nos próximos dias com as negociações de bastidores vai ditar o futuro do Reino Unido mas, como escreve Jeremy Warner no Telegraph deve ser David Cameron o escolhido.
A última vez que o Reino Unido teve um Parlamento minoritário (hung Parliament) foi em 1974.

Na altura foi impossível formar um governo de coligação e poucos meses depois novas eleições ocorreram.

Michael Sontheimer, na Der Spiegel, escreve que este resultado eleitoral é pouco britânico e que o Reino Unido, pelo menos no sistema político, finalmente juntou-se à Europa, onde situações destas são mais do que comuns:
[...] With these election results, the British finally have a fractured party political landscape just like the rest of Europe. As in France and Germany, the major British parties are increasingly incapable of reflecting the ever more differentiated interests of the electorate. The result could be a reform of the British first-past-the-post electoral system, which currently favors the two largest parties.
Trying to form a government in London will be a protracted yet exciting process. [...]

Patrick Corrigan, «The Toronto Star»

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