Representantes do governo de facto dão início a trâmites em Haia; país pode pedir indenização a Brasília
Efe
HAIA - O governo de facto de Honduras deu início aos trâmites para processar o Brasil na Corte Internacional de Justiça de Haia por ingerência em seus assuntos internos. O Brasil abrigou na condição de hóspede o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, em sua embaixada em Tegucigalpa.
O representante de Honduras em Haia, Julio Rendón, já entrou com o processo no tribunal, diz uma nota do Ministério das Relações Exteriores hondurenho divulgada nesta quarta-feira, 28.
Uma fonte da chancelaria do governo de facto explicou à Agência Efe que esse passo é uma solicitação para iniciar ações contra o Brasil, como a imposição de medidas cautelares ou a cobrança de uma indenização.
O ministro das Relações Exteriores do governo de Roberto Micheletti, Carlos López, disse em entrevista coletiva que, agora, a Corte Internacional decidirá se aceita ou não a causa.
López disse ainda que a presença de Zelaya na representação brasileira, onde o presidente derrubado está desde 21 de setembro, e seus apelos à insurgência representam uma ingerência nas atividades internas de Honduras.
Ainda segundo a nota, o Governo de Micheletti "se reserva o direito de solicitar à Corte a adoção de medidas provisórias ou cautelares caso não sejam interrompidas as atividades ilegais do governo do Brasil que alteram a ordem pública interna de Honduras e que representam uma ameaça ao desenvolvimento pacífico do processo eleitora" de 29 de novembro.
O chanceler hondurenho, por sua vez, ressaltou que, ao apresentar uma ação contra o Brasil, Tegucigalpa quer resolver pacificamente este assunto com a participação da Corte Internacional de Justiça.
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