Banco.
Muitos dos homens ligados à rede, dentre eles o próprio Putin, têm algo
a mais em comum, além da história. Eles são conectados ao banco
Rossiya, sediado em São Petersburgo, que o governo norte-americano
aponta como sendo o “cofre pessoal” de Putin.
Os
arquivos deixam claro que o banco Rossiya construiu a rede. Seus
funcionários cuidam dela, trabalham para criar companhias offshore,
atribuindo propriedade a Roldugin e a outras pessoas, além de proteger
as transações por meio de bancos na Rússia, Chipre e Suíça.
Em nenhum lugar dos arquivos da Mossack Fonseca o nome do presidente
russo, ex-chefe da KGB, aparece de verdade. A vasta movimentação e o
histórico do premiê, contudo, indicam ser improvável que Putin não
tivesse conhecimento de nada.
Após receber perguntas
detalhadas do ICIJ e de seus parceiros, o porta-voz do Kremlin, Dmitry
Peskov, criticou matérias que seriam escrita sobre o assunto, durante
uma coletiva de imprensa, como “um ataque” e “uma série de lorotas”,
segundo o serviço de imprensa russo.
Peskov declarou
que as questões são referentes a companhias offshore e a “uma grande
quantidade de empresários que Putin nunca viu na vida”.
Leia mais sobre os arquivos da Mossack Fonseca no site panamapapers.icij.org (em inglês).
*Repórteres do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos
Vazamento revela conflito de interesses do primeiro-ministro da Islândia
Sigmundur
David Gunnlaugsson chegou ao poder após o colapso financeiro do país,
ao mesmo tempo em que escondia ligações com uma companhia offshore que
detém milhões em títulos de bancos islandeses
Ryan Chittum, Jóhannes Kr. Kristjánsson, Bastian Obermayer e Frederik Obermaier *
Em
15 de maio de 2014, o primeiro-ministro da Islândia apresentou-se
perante o Parlamento para responder perguntas sobre com que vigor seu
governo iria combater sonegadores e fraudadores que usam empresas
offshore, criadas em paraísos fiscais, para ocultar suas riquezas. Iria a
Islândia seguir o exemplo da Alemanha e comprar dados de offshores
revelados por delatores?
O primeiro-ministro Sigmundur
David Gunnlaugsson evitou uma resposta direta. Disse que seria
“extremamente importante" que as pessoas trabalhassem "juntas nesse
sentido”. Mas, para o premiê, não estava claro se obter as informações
sobre as offshores seria algo “prático e útil”. O que não era sabido é
que os dados sobre empresas abertas em paraísos fiscais que a Islândia
considerava comprar incluíam informações sobre companhias offshore
ligadas a ele e a pelo menos dois outros membros de seu partido, que
continua no poder.