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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lula, um amoral que devemos denunciar contundentemente


Por Eleonora Bruzual (*)

Quando Inácio Lula da Silva deixar a presidência do Brasil, sem dúvida que esse país, além de ficar com uma economia crescente e alguns resultados socioeconômicos surpreendentes, também deixará de ter à frente do governo um dos seres mais amorais e repulsivos da história, tanto do Brasil como do mundo, definitivamente designado pelo império do relativismo perverso do qual este homem infame é um dos máximos cultores.

Lula da Silva teve o descaramento de catalogar Hugo Chávez como o presidente mais democrático da história da Venezuela. Assegurou, além disso, que um mandatário que pretenda a reeleição indefinida é um “ditadorzinho”.

Porém, ao referir-se a Chávez, de imediato se sacode e volta cinicamente a apoiar os artifícios que o tropeiro com poder estendeu em quase 12 anos de governo e o deixa fora dessa qualificação, inflando-lhe o ego para assim recolher mais contratos e mais milhões com os quais conseguiu dar ao povo brasileiro o que Chávez nega ao venezuelano.


Muitos dirão que isso não é ruim porque um presidente deve buscar o maior proveito para o seu país e, claro, visto desde uma óptica meramente prática, Lula vela pelos interesses brasileiros. Porém, isso não limpa sua profunda amoralidade, demonstrada também naquele episódio asqueroso no qual emprestou a embaixada de seu país para proteger o bufão Zelaya, títere da tirania castrista e do intervencionismo de Chávez, facilitando assim o plano de todo o bando para restituí-lo ao Poder e garantir Honduras nesses atos turvos que misturam política, poder e narcotráfico.

Lula, justo no momento que Orlando Zapata Tamayo morria, aparecia em Havana revolvendo-se com Fidel Castro e seu irmão, o tirano herdeiro, e foi incapaz de levantar sua voz pelas centenas de presos políticos, nem dizer uma palavra pela morte do heróico dissidente.

Antes e depois destes episódios que narro, há uma infinidade de outros atos que me permitem asseverar, sem nenhum rodeio e menos temor de caluniá-lo, que Inácio Lula da Silva é um verdadeiro rato bípede.

Um ser sem moral, sem princípios, sem vergonha. Um tipo capaz de se emparelhar com o pior do planeta e ter, além disso, a pretensão de chagar a posições de liderança mundial.

Agora, aquele que nos demonstra uma capacidade infinita para a transgressão e a cumplicidade, lança outra “perolazinha”.

Sem um rubor nem um movimento sequer de sua cara gordurosa, declarou que não apelará à sua conivência mais que demonstrada com seu comparsa do Irã, Mahmud Ahmadinejad, para ver se poderia conseguir impedir que se cumpra a pena de lapidação sentenciada contra uma mulher iraniana acusada de adultério.

Quando um grupo de jornalistas lhe perguntou sobre uma campanha que se iniciou na rede social “Twitter”, na qual se lhe pede que interceda pela mulher, Lula respondeu que “um presidente não pode estar na Internet atendendo todos os pedidos que lhe vêm de outro país”...

Um malandro hipócrita, que sinto que é uma obrigação rechaçar e denunciar.

Aquele que interveio descaradamente em Honduras e se presta – em troca de copiosos negócios – a vir intervir na política interna da Venezuela, assinala que “deve-se ter cuidado, porque as pessoas têm leis, têm regras”, acrescentando com total sem-vergonhice que um mandatário não pode interferir nelas, sobretudo quando são de outro país.

“Pessoalmente não acredito que uma mulher tenha que ser apedrejada” por adultério, apontou Lula, embora tenha deixado claro que não pretende usar sua relação com Ahmadinejad para mediar pela iraniana Sakine Mohammadi Ashtiani.

E diz isso, o mesmo que impõe uma terrorista confessa e convicta para que o suceda na presidência do Brasil.

O diz, aquele que pretende se converter em mediador em conflitos mundiais, como se não soubéssemos quão parcializada seria essa arbitragem.

Lula da Silva, um malandro sem pudor e menos ainda dignidade, tem o descaramento de dizer aos jornalistas que em maio passado interveio ante Ahmadinejad, para pedir a libertação de uma cidadã francesa detida no Irã por participar nas manifestações contra o Governo, porém esclareceu que o fez porque foi pedido por Nicolás Sarkozy, presidente da França.

Vejamos pois o espírito de porco dos membros deste bando que querem não só adonar-se deste continente, mas que têm tecido redes e construído alianças com seus pares, os sociopatas e assassinos que ameaçam a humanidade.


Fonte: Programa “Trinchera”

Tradução: Graça Salgueiro

(*) Fonte: heitordepaola

Capacho - Reinaldo Azevedo


C a p a c h o





O título parece nome de filme iraniano?

Não deixa de ser.

No caso, um filme de terror que se realiza lá e uma tragicomédia que se vive aqui. No Irã, a protagonista é Sakineh Mohammadi Ashtiani (foto), acusada de adultério e condenada a morte por apedrejamento — já recebeu 99 chibatadas.

No Brasil, o ator principal é Luiz Inácio Lula da Silva, capacho de ditaduras em que trogloditas de todo o mundo tentam limpar suas patas sujas de sangue em nome da autodeterminação dos povos.

Há um movimento mundial em favor da libertação de Sakineh. Ao clamor mundial, Lula responde ora com estupidez, ora com chacota falsamente caridosa, que mal disfarça o endosso à tirania iraniana e, acreditem!, o apedrejamento simbólico da vítima.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aprovado por quase 80% dos brasileiros?

Estou me lixando pra isso. Revela-se, a cada dia, um monstro moral.

Quando e se ele bater nos 100%, vocês me avisem: pretendo ser o traço estatístico a lhe dizer
: “NÃO!!!”.

M
esmo quando parece aquiescer com as noções básicas de justiça, Lula chafurda no pântano da justificação do mal, da impostura, da vilania ética e da ilegalidade.

Este senhor, com efeito, é uma personagem inaugural: nunca antes na história destepaiz a estupidez foi tão bonachona, a burrice tão aclamada, a prepotência tão “autêntica”. Lula é a expressão do bom selvagem de Rousseau — uma formulação já originalmente cretina de um cretino “castelão e vagabundo” (by Fernando Pessoa) — filtrado pelo sindicalismo oportunista e pelo stalinismo do petismo casca-grossa.

No sábado, durante um comício em favor da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, o Babalorixá de Banânia resolveu oferecer a sua ajuda a Sakineh nestes termos
:

“Se vale a minha amizade e o carinho que eu tenho pelo presidente do Irã e o povo iraniano, se essa mulher está causando incômodo, a receberíamos no Brasil de bom grado”.
Notem
que a vítima aparece como aquela que “está causando incômodo”. 

Mahmoud Ahmadinejad, que manda enforcar opositores em praça pública, pendurados em guindastes — como se vê na foto abaixo —, merece a “amizade” e o “carinho” de Lula. Mas isso ainda é pouco.

ira-enforcamentos1

O presidente brasileiro não está se oferecendo para receber a iraniana condenada ao apedrejamento em nome da civilidade, dos direitos humanos ou mesmo da caridade.

Ele se propõe a resolver um “incômodo” de seu amigo Ahmadinejad.

Entende-se que a oferta busca honrar aquela “amizade” e aquele “carinho”. Não é que ele ache a pena, em si mesma, brutal ou injusta
.




Lula, em suma, justifica o mal.


A impiedade de sua oferta — e nisso está sua impostura — se revela na seqüência de sua fala, quando confessa, em seu português exótico, cujo sentido se presume, ter traído Marisa Letícia:
Fico imaginando se um dia tivesse um país do mundo que se o homem trair fosse apedrejado. Eu queria saber quem é que ia gritar: ‘Atire a primeira pedra iá iá aquele que não traiu’”.

Ele cantarolou.

Os presentes riram.

Lula é a face risonha da morte.

Lula é a versão galhofeira das tiranias.

Lula é o clown da violência institucional.


No
fim das contas, oferece o Brasil como abrigo inferindo que esta é uma boa terra para adúlteros, não para vítimas de ditaduras.

Bem, os boxeadores cubanos que o digam.

Lula os jogou no colo de Fidel Castro.


Tudo compatível com o pensador que comparou os protestos contra a fraude eleitoral no Irã a torcedores descontentes porque seu time perdeu o jogo.

Lula atinge o grotesco quando cantarola “atire a primeira pedra” referindo-se justamente a a uma mulher condenada ao apedrejamento
.

Eis o vilão ético.

E, por espantoso que pareça, Lula também transgrediu abertamente a lei ao fazer, num palanque eleitoral, uma oferta que diz respeito ao que seria um ato de governo.

Sua propensão à ilegalidade é incurável.

Mãos sujas



O
Babalorixá já havia lavado as mãos nesse caso — sujando-as, como de hábito, no sangue de todas as ditaduras do planeta. Na quarta-feira, em solenidade no Itamaraty, explicou por que preferia não se envolver:

“Um presidente da República não pode ficar na internet atendendo todo o pedido que alguém pede de outro país.

É preciso tomar muito cuidado porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras.

Se começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação”.


Seria até ocioso, mas vale lembrar, uma vez mais, a título de registro histórico que este mesmo presidente foi a voz mais estridente contra os governos constitucionais de Honduras — tanto o provisório, que substituiu o golpista Manuel Zelaya, como o eleito (que o Brasil ainda não reconhece) —, ignorando, então, o fato de que aquele país “tem leis”
.

É
claro que são situações incomparáveis: Zelaya foi deposto para que a democracia sobrevivesse em Honduras; a condenação de Sakineh é evidência de uma tirania. Lula é legalista nos regimes de força e porcamente legitimista nas democracias; naquelas, defende o império da lei que perpetua o mal; nestas, alinha-se com os transgressores, que as depredam em busca do mal.

E Dilma, a “mulher”
?



A candidata petista Dilma Rousseff, a exemplo de seu chefe, é uma contumaz defensora do regime iraniano e de seu líder máximo, Ahmadinejad.

Suas entrevistas estão espalhadas por aí. Dada a repercussão mundial do caso e considerando que Lula é um dos poucos “amigos” do facinoroso, resolveu se pronunciar a respeito.

Segundo a candidata, a condenação “fere a nós, que temos sensibilidade, humanidade”.

É a expressão do pensamento afásico da criatura eleitoral de Lula.

Uma ova, minha senhora!

A condenação de Sakineh não é algo que ofende almas sensíveis.

Trata-se de uma brutalidade que fere o que tem de ser considerado um padrão universal, sim, de civilização, que não pode ser seqüestrado pela canalha relativista — canalha esta tão mais propensa a reconhecer os “valores particulares” de cada país quanto mais esses valores se chocam com o Ocidente que adoram detestar.

E só podem detestá-lo, diga-se, porque as prerrogativas democráticas que ele oferece lhes faculta a expressão de seu odioso pensamento.

Eis aqui, leitores, um grande paradoxo:

as democracias permitem até a manifestação do mal; as tiranias costumam proibir a expressão do bem. Lula e Dilma são amigos dos tiranos
.


L
ula, visto inicialmente como o príncipe augural, recebeu o beijo da prepotência e voltou a ser o sapo retrô, que vai deixando, mundo afora, um rastro asqueroso de justificação do mal.

Ao contrário do que reza a propaganda oficial e até de certo senso comum, Lula manchou a reputação do Brasil num valor cada vez mais caro na relação entre os países: os direitos humanos
.

C
onfessando-se um adúltero — e supondo que todos o são —, este senhor ofereceu-se para receber uma “adúltera”, não uma vítima de um regime asqueroso. E assim procede porque, afinal de contas, suas relações com o tirano são de “amizade” e “carinho.


É o mais baixo a que ele chegou até agora.

Mas eu jamais corro o risco de subestimá-lo.

Seu mandato não acabou.

E, nesse particular, Lula pode mais.


02/08/2010


Desastrada Diplomacia - Precisamos tirar o Brasil do vermelho!






Chanceler Celso Amorim



Daqui a pouco, quando terminar o efêmero oba-oba das pesquisas de opinião e tiver início o rigoroso e duradouro julgamento da História, estará o Brasil finalmente maduro para reconhecer a herança negativa deixada pela política externa do governo Lula.

Ela enfraqueceu o nosso Estado Nacional em um dos seus setores mais estratégicos, justamente aquele cujo trabalho sempre fora consensualmente admirado – aqui e lá fora – pelo pragmatismo, profissionalismo e preparo intelectual dos quadros diplomáticos do Itamaraty.



Nos últimos oito anos, a busca paciente, habilidosa, discreta e, sobretudo, tenaz do interesse brasileiro foi substituída pelo amadorismo delirante de assessores palacianos, obcecados por miragens bolívaro-socialistas e alianças com regimes terroristas, com respaldo – triste é de se reconhecer – no carreirismo da atual direção do Ministério das Relações Exteriores.

Em nome de um antiamericanismo ultrapassado e de uma retrógada liderança terceiro-mundista, o governo força a renegociação do Tratado de Itaipu com o Paraguai em condições desvantajosas para o Brasil; manda a Petrobras engolir em secos os prejuízos causados pela expropriação de suas instalações na Bolívia de Evo Morales; torra um bilhão de dólares para escorar a carcomida tirania cubana; dá casa, comida, roupa lavada e palanque ao ex-presidente golpista de Honduras; e importa para a até então pacífica América do Sul os intratáveis conflitos do Oriente Médio.


Neste particular, envergonha à consciência democrática brasileira a cena do presidente Lula desempenhando, nos fóruns internacionais, o papel de lobista da teocracia atômica iraniana.

Nas palavras do professor-titular de Direito Internacional da USP e ex-chanceler Celso Lafer, o alinhamento brasileiro àquele regime “descapitaliza nossa credibilidade na busca um ilusório prestígio”.
Lula colocou-se frontalmente na contramão da opinião internacional e também das potências membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, descrentes das intenções pacíficas proclamadas pelo Irã na defesa do seu programa nuclear.

Apesar das advertências, manteve a visita ao seu colega Mahmoud Ahmadinejad, sem se importar com o declarado desejo deste de riscar Israel do mapa, nem com a brutal repressão ao povo iraniano durante recentes protestos contra uma eleição fraudulenta e ilegítima.


E mais: firmou um acordo de visível caráter protelatório, tudo isto para acabar isolando o nosso país no Conselho de Segurança, quando da votação das novas sanções contra o Irã.

Nessa mesma linha, Lula não se contenta em debochar da greve de fome dos oposicionistas em uma Cuba longamente oprimida pelos irmãos Fidel e Raúl Castro.

Conforme assinala outro destacado docente da USP, o cientista político José Álvaro Moisés, o governo brasileiro abstém-se sistematicamente “em votações da ONU destinadas a condenar o desrespeito aos direitos humanos na Coreia do Norte, no Sudão, no Congo e no Sri Lanka”, bem como faz vista grossa “à destruição da democracia na Venezuela”, confraternizando sempre que pode com o déspota Hugo Chávez.


No front da diplomacia econômica, o Palácio do Planalto e a Chancelaria brasileira insistem em fazer crer que revolucionam a geoeconomia global com sua concentração obsessiva nas chamadas relações Sul-Sul.

Enquanto isso, as duas mais dinâmicas potências do mundo em desenvolvimento, China e India, não medem esforços para atingir sua prioridade maior: a conquista dos mercados dos países ricos.


Mas, é impossível compreender corretamente – e criticar devidamente – essa desastrada diplomacia sem sondar as profundezas do inconsciente petista.


Curtidos durante três décadas de apego aos dogmas totalitários da esquerda pré-queda do Muro de Berlim e, ao mesmo tempo, impedidos de colocar em prática seus instintos antidemocráticos aqui dentro, Lula e o PT se restringem, no plano doméstico, aos arreganhos mais ou menos inócuos de uma série de “conferências nacionais” bancadas pelo dinheiro dos contribuintes para defender a censura à mídia, preconizar o aparelhamento ideológico da educação, louvar o esbulho da propriedade privada e conclamar à destruição dos direitos, liberdades e garantias fundamentais do cidadão, empregando a mentirosa novilíngua de um Programa Nacional de Direitos Humanos !?!



É por isso mesmo que, em um processo de regressão psicanalítica, o presidente e o seu partido convertem a política externa em playground simbólico da esquerda não-reformada para posar de déspotas populistas e truculentos, pois, afinal, é ai que residem suas inclinações mais recônditas e fidelidades mais ardentes.


Infelizmente, como adverte mestre Lafer, essa brincadeira redunda em profundo descrédito para a imagem internacional do Brasil como país sério e maduro.

A eleição deste ano dará aos brasileiros a grande chance de restituir essa seriedade e o perdido pragmatismo à nossa política externa, retomando o fio da tradição do Barão do Rio Branco.


Também nesse setor, precisamos tirar o Brasil do vermelho!


Deputado Eduardo Sciarra
Deputado federal desde 2002 (DEM-PR), Eduardo Sciarra é engenheiro civil e empresário do setor da construção. No período de 1998-2002, exerceu o cargo de Secretário de Indústria, Comércio e Turismo do Paraná, assumindo o desafio de iniciar um novo processo de industrialização que culminou na formação de novos pólos econômicos tanto na capital como no interior do Estado. Pertence à Comissão Executiva Nacional do Democratas, da qual é Vice-Presidente.
Fonte:  Aqui.

setembro.2010


Patético...




Cirodog

domingo, 1 de agosto de 2010

Mainardi decidiu voltar à Itália no fim do mês de julho.


Comentarista decidiu voltar à Itália no fim do mês de julho

Mainardi fala ao Itu.com.br antes de sua saída do Brasil

Diogo Briso Mainardi é paulista. Viveu quatorze anos em Veneza. Retornou ao Brasil oficialmente após o nascimento de Tito, seu filho mais velho, que sofre de paralisia cerebral graças a um grave erro médico durante seu parto.

Deve retornar ao seu canto italiano no dia 31 de julho.


A escolha pelo Rio de Janeiro, cidade que é o reflexo das características nacionais que ele mais rejeita e comenta em seus textos está intrinsecamente ligada ao tratamento de seu filho, uma criança alegre, integrada e, pelo menos no dia de meu encontro com Diogo, também vítima dos roteadores – seu laptop não conseguia acessar a Internet.

As pessoas que o criticam, chamando-o de nazista, reacionário, direitista, elitista, verme, entre outros nomes, esses impublicáveis, certamente ficariam surpresas com o apartamento de Diogo.


Foto

Espaço em que Diogo Mainardi escreve suas colunas em Veja
Nada de cristais, televisores de 57 polegadas, mármore desperdiçado a cada quina e pessoas em pijamas mais caros que um bom paletó.

Não há luxo. Não há maletas de dólares enviadas pelos americanos.

A família Mainardi é simples, direta, bem a exemplo dos textos de seu comandante. Com uma camisa furada e chinelos, Diogo finalizava sua xícara de café e conversava com Nico, o filho mais novo e mais tímido, que brincava na sala, composta apenas por sofás, um longo criado mudo e a televisão 21 polegadas, que transmitia o GP da Inglaterra de Fórmula 1.

Antes que eu ensaiasse perguntar se ele era Ferrarista, uma risada e uma recomendação:

“Vai ser uma entrevista de pijama.
Você vai ter que considerar isso no texto também”.


Antes de iniciar as perguntas, que fora do contexto padrão da política e de sua profissão, passaram também pela literatura e pelos esportes, onde descobrimos suas preferências futebolísticas, explico que invariavelmente ele responderia perguntas já antes respondidas, como a relacionada à influência de Ivan Lessa no abandono de seus estudos em Londres – Lessa se encontrava com Diogo semanalmente em um restaurante chinês, onde entregava um saco com três livros, que eram devolvidos na semana posterior.

“Às vezes o catatauzão tinha 500 páginas, então não havia escolha”.

Sobre isto, ele arrematou:

“Não são as perguntas que são repetidas. São as respostas.”, com seu humor característico.
Confira abaixo as respostas – inéditas- do único iconoclasta (de pijama) da imprensa nacional.

Do colunista que, a exemplo de Paulo Francis, sabe que “crítica é apenas crítica”, e, mais importante, sabe como escrever um bom artigo opinativo.
 
Itu.com.br – Você viveu boa parte da ditadura militar. Que lembranças você tem deste período?

Diogo Mainardi: Em casa havia um clima muito ruim, porque havia medo de retaliação contra meus pais. Eles faziam publicidade, mas de qualquer maneira se expunham bastante, contra a censura sobretudo.

Eles tinham amigos que haviam sido perseguidos, no exílio. Era uma constante ameaça. Eu lembro dos livros que nós tínhamos e que eram proibidos. Então havia uma proibição, e alguém me colocou na cabeça - eu era bastante pequeno ainda, que determinados livros davam cinco anos de cadeia cada um. Eu calculava que nós tínhamos oito prisões perpétuas em casa em forma de livro.

Itu.com.br - Emir Sader recebeu em 2007 um prêmio Jabuti. Você recebeu o mesmo prêmio em 1990, com seu primeiro livro, Malthus. Sader, em seu blog, lançou um post sobre a premiação “O Corvo do Ano”, nome que é referência à Carlos Lacerda, considerado por ele o fundador do “Partido da Imprensa Golpista”, um trocadilho com PIG.
Você está em primeiro lugar nesta votação...
Diogo Mainardi: Ah, eu ganhei? E em 2º lugar?
Itu.com.br - Não, ainda não. Só depois da eleição sai o resultado.

Diogo Mainardi: Ah, não acabou ainda? Dura um ano inteiro a votação? Puxa! Isso é que é processo democrático!

Itu.com.br - Te incomoda ter recebido o mesmo prêmio que Emir Sader recebeu dezessete anos depois? Teve alguma influencia na sua vida ter ganho o Jabuti?

Diogo Mainardi: Não teve nenhuma influência. Eu morava fora nem sabia o que era um Jabuti. Recebi uma tartaruguinha em casa. Não me ajudou, não me atrapalhou. Foi absolutamente indiferente na minha vida ter recebido o prêmio. E se eu recebesse o prêmio “O Corvo do Ano” com 357 votos... Você vê como tem prestígio o Emir Sader? Muito lido o blog dele. Agora, escândalo que ele tenha vencido algum prêmio na vida. Acho inacreditável que ele tenha conseguido alguma coisa.


Itu.com.br - Você foi amigo pessoal de Paulo Francis, talvez o maior nome do jornalismo opinativo brasileiro. Seria possível prever o que ele pensaria sobre o Brasil hoje?

Diogo Mainardi: Ele não teria mudado de opinião a respeito de nada. Ele continuaria fazendo uma avaliação muito critica e brutal sobre o país, sobre o PT, não tenho a menor duvida disso. E eu acho que hoje em dia ele teria mais dificuldade para se mexer.

A imprensa ficou um pouco mais acovardada do que era. E acho que as coisas que ele dizia, se pra mim renderam 200 processsos, pra ele renderia dois mil. Ele teria que consultar advogados toda semana. Isso é uma limitação bem grande pro exercício dessa profissão.



Itu.com.br - Saindo da literatura e incursionando no cinema: Você pretende investir novamente em filmes?

Diogo Mainardi: Não. Eu tenho dois filhos agora, não posso mais perder dinheiro.

Itu.com.br - Existe algum projeto pra lançar Mater Dei e 16060 em DVD?

Diogo Mainardi: Existe um problema, primeiro de desinteresse por parte dos espectadores, depois de direitos, eu não acompanho isto, já encerrei minha carreira.

Itu.com.br - Em 2007 você arrumou alguma confusão comentando Tropa de Elite. Você comentou a pose de Wagner Moura nos cartazes promocional do filme, que o respondeu.

Diogo Mainardi: Era a única coisa que eu tinha visto

Itu.com.br - Depois disso você acabou assistindo ao filme, e comentou que o mérito do filme não era suscitar o debate, mas sim acabar com ele, pois a obra retrata o Brasil do jeito que ele é, uma “guerra de bandido contra bandido”. Em três meses chega aos cinemas a continuação de Tropa, com pompa de blockbuster. Você teria interesse em assistir o segundo filme?

Diogo Mainardi: Esteticamente é um mau filme. Mas é um filme que teve um papel. Exatamente pelos motivos que expus na época.

Itu.com.br - Tropa é melhor que Glauber Rocha?

Diogo Mainardi: Esteticamente os dois são um desastre. Tropa de Elite e Glauber Rocha eu passaria longe. Como idéia, naquela hora, Tropa de Elite funcionou muito bem, não sei agora, não sei se um repeteco vai funcionar. Eu só vou ver o pôster.

Itu.com.br - Você já fez referencias a diversas séries durante as colunas. My Name Is Earl, The Office, South Park, alguns dramas. Existe uma corrente que defende que o texto das séries de televisão estão mais densos que os textos de cinema. Você concorda? O que você acompanha?

Diogo Mainardi: Concordo. Eu acho que é mais adulto. Em um jantar, estávamos comentando as séries que todos nós na mesa assistíamos e recomendávamos. Mad Men, Curb Your Enthusiasm, The Office... Esses seriados são mais adultos. Tem mais experimentação do que no cinema. O cinema ficou um passeio para adolescentes, porque ainda podem usufruir deste rito coletivo, de todos na mesma sala, com óculos, assistindo um negócio em três dimensões. Televisão, não. É pra velho, adulto, deitado na cama, fazendo digestão. É um publico mais velho, o da televisão.

Itu.com.br - Marco Aurélio Garcia comparou a TV paga à quarta frota americana e disse que dela saia apenas esterco cultural.

Diogo Mainardi: Eu adoraria que a Quarta Frota viesse e tirasse o Marco Aurélio do poder. Se vierem, minha casa está a disposição para eles montarem uma sede da invasão americana. Basta me livrarem do Marco Aurélio Garcia.

Itu.com.br - O projeto PL-29 propõe às tv’s pagas a obrigatoriedade de uma cota de 3 horas e meia no horário nobre somente para produtos nacionais. Esta ideia surge após 3 anos de TV Brasil, que não passa dos 0,4 na média diária de audiência e quatro anos depois da tentativa de regular o jornalismo. Como você vê este projeto de lei e o conjunto de obras que tentaram abarcar a imprensa?



Diogo Mainardi:
É uma tentativa de cercear a imprensa. De calar, ameaçando. Obviamente eles não podem fazer algo como faz o Chávez. De fechar a Globo, por exemplo. Mas eles podem incutir o medo, e é essa a arma que eles contam para cercear a imprensa, prejudicar no ponto de vista econômico.



Itu.com.br - Ainda existe um fetiche do Brasil em ter uma cultura?

Diogo Mainardi: Existe um fetiche, que é explorado pela propaganda nacional. O que se fez nos últimos anos de propaganda ufanista, e eu tenho muito orgulho de ter denunciado os primeiros comerciais do Banco do Brasil, muito antes do mensalão, mostrando que ali havia alguma coisa muito suja. Eu comecei a falar de Pizzolato, fui o primeiro a falar, e depois descobrimos que toda essa gente estava envolvida no mensalão. É uma instrumentalização de um sentimento retrógrado dos brasileiros de se enrolar na bandeira em qualquer ocasião.

Itu.com.br - Muitos jovens estão ingressando nas escolas de jornalismo buscando o mesmo estilo do programa Custe o que Custar, apresentado por Marcelo Tas. Você gosta dessa joint venture entre jornalismo e humor?

Diogo Mainardi: Acho que há um espaço para isso. Se todo mundo fizer isso, vira uma palhaçada. Eu não conheço o programa, fui entrevistado por eles uma vez, quando estava passando na frente do hotel Fasano. A Madonna estava hospedada ali, um rapaz do CQC me fez uma pergunta que não era particularmente espirituosa – nem os comentários dele foram particularmente espirituosos (rindo). Se você faz diferente, existe espaço; se você não tem verve, aí é uma bomba.

Itu.com.br - Em 2006 a coluna Jornalistas são brasileiros rendeu muitos protestos de sindicatos, fora o processo de Franklin Martins.

Diogo Mainardi: Eles se lembram só que eu apontei o problema de conflito de interesse do Franklin Martins, mas eu apontava também da Eliana Catanhêde do outro lado, do PSDB.

Normalmente me acusam de ser antipetista por interesse tucano, mas naquela coluna eu vi os dois lados. O problema era o conflito de interesse. O interesse pessoal envolvido com o partidário, nessa promiscuidade tão brasileira
Itu.com.br - Como vai o jornalismo opinativo no Brasil?.

Diogo Mainardi: É um mercado inflacionado pela internet, quando eu comecei havia pouca gente que fizesse o que eu fazia, que é opinião de pijama no sofá de casa. Hoje em dia tá todo mundo de pijama em casa fazendo comentário sobre tudo. E as pessoas acham que elas têm quase o dever de opinar a respeito de tudo o tempo todo. Então o que era quase exclusivo virou uma peste. Hoje há um excesso de opinião e uma escassez de reportagem, que é o fundamento do jornalismo.
E a opinião é enriquecida quando ela pode comentar uma reportagem bem feita. Há um problema ligado à internet de um excesso de opinião e de um jornalismo que virou assessoria de imprensa. A fonte, a internet, é só assessoria de imprensa. E os jornalistas acham que reproduzindo o que diz a assessoria de imprensa eles estão fazendo jornalismo. Então eles citam o twitter do político, que é assessoria de imprensa, como se fosse uma noticia.

Itu.com.br - Lula tem 77% de aprovação, segundo o Datafolha. O dado acaba demonstrando que muita gente que compreende os malefícios de um país que privilegia a escalada de impostos e as estatizações está ignorando o fato por estarem acomodadas com a boa fase da economia brasileira. Essa relação te surpreende?



Diogo Mainardi: Não, eu não superdimensiono instrução, acho que caráter, falta de caráter, são características comuns a todas as classes sociais. Acho que quem tá ganhando muito dinheiro fica com uma opinião diferente sobre o governo. Entendo que as pessoas que não estão no dia-a-dia da política possam achar que o governo merece aprovação deles.

Eu aprovo a política econômica do governo moderadamente, por exemplo. Nunca imaginei que eles fossem subverter as regras do capitalismo brasileiro porque eu sabia quem os financiava. Sempre achei o Lula um pelego muito obediente, sabia que ele obedeceria as instruções dadas pelos financiadores dele

Itu.com.br - A eleição de 2010 está perdida?
Diogo Mainardi: Não. Espero que a Dilma perca. Espero que seja uma eleição perdida pro PT e pra Dilma. Acho que se o José Serra tivesse a coragem de despedir 10% dos petistas que ganharam cargos comissionados ele já faria um trabalho razoavelmente decente, se a gente comparar aos 200% de petistas a mais que vão aparelhar o governo caso a Dilma vença as eleições. E isto já seria saudável. Adoraria também que se fizesse uma bela de uma checagem em tudo o que foi feito nesses últimos anos, mas isso não será feito.

Acho que existe chance de fazer um governo que interfira um pouquinho menos na vida das pessoas. E isso é pra mim um bom governo. Um governo que amola o menos possível.

Itu.com.br - O Brasil tem um partido de direita?

Diogo Mainardi: Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos.

Itu.com.br - Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Millenium, realizada pelo sociólogo Alberto Carlos Almeida, aponta que os brasileiros são "favoráveis a estatização" de algumas das empresas que consomem, como a TV Globo. Ao mesmo tempo, o Datafolha divulgou pesquisa que aponta metade da população na balança da direita. Essa confusão é um fator de atraso educacional?

Diogo Mainardi: É um fator de atraso, a nossa direita é estatizante, sempre foi estatizante. Nós nunca tivemos uma direita liberalizante, o que cria confusão também. Se a direita nazista foi estatizante, a comunista também foi. A estatização ou o liberalismo nunca foram uma política de direita ou de esquerda. A gente tem que separar essas coisas. E os brasileiros têm uma grande confusão, nem sabem o que é estatização, nem sabem no que implicaria isso.

Itu.com.br - Os brasileiros têm medo do capitalismo?

Diogo Mainardi: Eles têm medo da competição, porque não estão habituados a competir. Nossa economia nunca foi competitiva, nunca estimulou competição, nunca estimulou concorrência. Os brasileiros gostariam de ser tutelados para sempre.

Itu.com.br - Você incomoda ambientalistas ao afirmar que a Terra não está se aquecendo, mas sim perdendo temperatura. O mundo está ecochato?


Diogo Mainardi: Há um dogmatismo, dogmatismo sempre é chato, qualquer tipo de dogmatismo é chato, o ecológico se baseia em um monte de pesquisas pouco confiáveis, furadas. Obviamente eu não enfio meu nariz no escapamento de um automóvel. Eu sei que faz mal, mas ao mesmo tempo eu não acredito que possam prever a temperatura do globo daqui a 150 anos de maneira precisa. Acho que há um catastrofismo, um milenarismo. Eu desconfio de todos esses tipos de profecias.

Itu.com.br - Meu Pequeno Búlgaro é, talvez, um de seus melhores textos nestes 11 anos de Veja. Quando você selecionou os artigos que formou A Tapas e Pontapés, a ordem, demonstrando muita sinceridade, mostrou que você evoluiu seu pensamento em relação a vários valores emocionais. O Tito e o Nico tornaram você mais emocional?

Diogo Mainardi: Não, tenho um amor absoluto por eles, mas eu já era capaz de sentir amor antes disso.

Itu.com.br - Você está saindo em definitivo do Brasil?


Diogo Mainardi: Que sei lá eu. Minha mulher adora o país. A gente se deu muito bem no Rio de Janeiro, se as coisas derem certo lá a gente vai ficar alguns anos em Veneza, mas não há um projeto em longo prazo não. A nossa idéia é ver como as crianças se adaptam. Era a ultima oportunidade de ir, por questões familiares, de casa, pessoais. O pequenininho já vai entrar na escola de alfabetização, então tem todas essas questões ligadas a idade deles e às nossas possibilidades lá. Era a nossa ultima chance.

Itu.com.br - Você tem mágoa do Brasil?

Diogo Mainardi: Não, o Brasil é ótimo pra mim. Eu me dou muito bem. Meus amigos estão aqui, todos os meus afetos estão aqui.

Itu.com.br - Você disse em uma coluna que saía do Brasil apenas para ficar longe daqui, não para encontrar um lugar melhor. Na Itália, você se sente mais integrado?

Diogo Mainardi: O melhor detalhe é isso. Não sou nada integrado. Tenho uma mulher veneziana, sou integrado a ela, a minha casa. Mas não sou integrado ao país, nada disso. Não quero. Não quero ser abraçado por ninguém, não quero abraçar ninguém.

Itu.com.br - Arnaldo Jabor, Caetano Veloso e Gilberto Gil são três nomes do campo das artes que ilustraram constantemente sua coluna. Quais desses nomes evoluíram a ponto de não merecem mais ser lembrados nos artigos?

Diogo Mainardi: Bom, eles evoluíram, tanto que devem estar com 90 anos cada um. Eles naturalmente foram se aposentando da minha coluna e vão se afastar gradualmente. Eu, inclusive. Todos nós estamos velhos.

A gente já está fora de jogo.



 29 de julho de 2010

"Governo Lula é nefasto", afirma Plínio



Para ele, PT é a "primeira grande realização" dos brasileiros, mas atual gestão "paralisou" o movimento popular

Candidato do PSOL à Presidência, ele diz que, caso vença as eleições, não pretende implantar o socialismo no Brasil

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

Depois de ter ajudado a lançar a primeira candidatura de Fernando Henrique Cardoso ao Senado e de ser um dos coordenadores da primeira campanha de Lula à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) vai a seu primeiro pleito presidencial. Aos 80 anos, ainda defende as mesmas bandeiras do início de sua militância política, como o socialismo e uma reforma agrária radical.

Egresso do PT, onde ficou por 25 anos, Plínio chama o atual governo de "nefasto" e diz que o capital estrangeiro "permite a Lula fazer populismo com o dinheiro".
Leia mais: aqui.

01.agosto.2010

Um dos dois deve estar errado...


A MAIS RECENTE PESQUISA IBOPE E OS ELEITORES REAIS QUE OS NÚMEROS ESCONDEM


Excitada, a petralhada resolveu cobrar: “Não vai escrever sobre a pesquisa Ibope? Só fala sobre o Datafolha?”

Ora, é claro que escrevo.
Por que não escreveria?

Interrompo o meu verão, já nos finalmentes, para fazer a vontade dos meus leitores — os que me lêem porque gostam e os que o fazem para saber onde pôr seu ódio.

Segundo a mais recente pesquisa Ibope, a petista Dilma Rousseff aparece com 5 pontos à frente do tucano José Serra: 34% a 39%.


No segundo turno, a diferença seria de 6 a favor dela: 46% a 40%. O Ibope ouviu 2.506 pessoas entre os dias 26 e 29 de julho.


Uma semana antes, entre 20 e 22, o Datafolha entrevistou 10.905 pessoas — uma amostra 3,3 vezes maior — e chegou a números bem distintos: empate técnico de 37% a 36%, com o tucano numericamente na frente no primeiro turno, e 46% (Dilma) a 45% (Serra) no segundo.



Em pesquisas, as tais margens de erro tendem a esconder oceanos de pessoas.

O que quero dizer com isso?

São 135,8 milhões os eleitores brasileiros.


Segundo o Datafolha, Serra teria, na hipótese mais provável, 1,358 milhão de votos a mais do que Dilma no primeiro turno; em uma semana, assegura o Ibope, é Dilma quem tem 6,79 milhões de eleitores a mais.


O que aconteceu nesses dias para tamanha mudança de humor dos eleitores?


A resposta: nada!

Os ditos “especialistas” não falam, então falo eu:
um dos dois deve estar errado.

Em quem confiar?



Não tenho motivos para desconfiar nem do Datafolha nem do Ibope. Então escolho o que o trabalha com a amostra maior — e bem maior: o Datafolha.


Desde que se sigam os critérios técnicos corretos, uma pesquisa será tão mais confiável quanto maior for a amostragem.


Os “especialistas” sabem disso.


Silenciam a respeito porque, afinal de contas, o Ibope está mais de acordo com as previsões que fazem há dois anos.


Discrepância nas regiões



Quando se cotejam os números dos dois institutos por região, sobra espaço para algumas estranhezas.

Na Sul, por exemplo, Serra lidera com 45% a 32% (Datafolha) e 46% a 31% (Ibope).


No Norte/Centro-Oeste, Dilma está na frente: 41% a 33% no Datafolha e 40% a 33% no Ibope.


Como vocês podem notar, os números coincidem dentro da margem de erro.



Na região Nordeste, a coisa muda de figura.

No Datafolha, a petista lidera com 41% a 29% — 12 pontos de vantagem.


No Ibope, a diferença salta para 24 pontos — 49% a 25%: o dobro.


No Sudeste, as coisas se complicam também: o tucano lidera, segundo o Datafolha, por sete pontos: 40% a 33%, mas empata com a petista, numericamente atrás, no Ibope: 35% a 37% para ela.


Estivessem certos os dois institutos, uma semana teria sido o suficiente para Serra perder cinco pontos e para Dilma ganhar 4.


Por quê?
Que ocorrência justificaria tamanha mudança?

Como explicar que Ibope e Datafolha cheguem ao mesmo lugar no sul e Centro-Oeste e a posições tão distintas no Nordeste e no Sudeste?


Estando todo mundo certo, seria forçoso constatar que os eleitores destas duas últimas regiões seriam mais inconstantes do que os demais.


Alguém aposta nisso?



Há institutos nos quais não confiaria a minha carteira, mesmo tão modesta, e há aqueles de que não tenho motivos para desconfiar.

Até onde sei, o Ibope exibe o que apura.


Mesmo na hipótese de estar todo mundo certo e de ter havido essa grande movimentação do eleitorado do Sudeste e do Nordeste em uma semana, convém constatar que a série histórica do Ibope não autoriza a euforia dos petistas.


Na apuração do instituto, o eleitorado é bastante inconstante.


Vejam: no dia 3 de junho, os dois candidatos estavam empatados em 37%; no dia 21, a diferença era de 6 pontos a favor de Dilma (32% a 38%); nove dias depois, eles estavam novamente empatados (36%); passado um mês, a diferença voltou a ser de cinco pontos para a petista.


Pesquisas não decidem eleições, mas influenciam, sim, o processo eleitoral — direi como no post abaixo deste.


E servem para criar correntes de opinião, de pressão e, como não poderia deixar de ser, para embates ideológicos.



31/07/2010
Comentário

Nas eleições presidenciais de 2010 na Colômbia despontou o fenômeno Mockus ((Antanas Mockus, candidato pelo ‘Partido Verde’ a presidente da Colômbia) que em poucos meses e a partir das chamadas redes sociais (Facebook e Twitter), seguida pelas pesquisas eleitorais atingiu o percentual de 51,53% contra o 48,47 do candidato uribista, Juan Manuel Santos do Partido Social de Unidad Nacional (Partido de la U).


Porém, no escrutínio das urnas o resultado foi de 25 pontos acima em favor de JUAN MANUEL SANTOS (46,5% - 6,75 milhões x 21,49 – 3,12 milhões).

A questão é que o objetivo das pesquisas eleitorais – é o marketing político e não avaliar as reais intenções de voto aos candidatos, que pelo  que foi revelado, foi escandaloso na Colômbia.
Mesmo assim, uma pesquisa que normalmente admite uma margem de quatro por cento de erro técnico para cima/baixo, mesmo não tendo um  mínimo de verossimilitude, mas que favorece um determinado candidato, este divulga o resultado, para gerar uma percepção do ‘já ganhou’ e aí entram os ‘formadores da opinião pública’.

Essa percepção pela grande massa de eleitores – insere-se no desejo de “VOTE E GANHE”, que manipulado astuciosamente influi na intenção de voto e nas ‘urnas’, uma vez que tanto em política como em futebol todos querem ganhar e obviamente em política os eleitores tendem a apostar no que aparenta que vai ganhar.

Assim, o consumidor eleitoral/observador deve olhá-las detalhadamente e com espírito crítico, munido com uma lupa, não só as eleitorais, por seu apego a fraude e a tentação demagógica, mas também com relações as demais pesquisas que aferem intenções/desejos da população.

Na Colômbia embora a votação recebida pelo candidato  uribista tenha sido arrasadora, o nível de abstenção atingiu o percentual de 50,7% no primeiro turno;  e no segundo turno de 55,6%, com uma diferença a maior de 4,9% em relação ao primeiro turno – como resultado efetivo do ‘boicote ativo/passivo/intimidatório dos eleitores, cujo País ainda enfrenta os (a) narco-terroristas das FARC, que descaradamente divulga comunicados dizendo que ‘protege a população’.
Confira os dados aqui.
Abs Rivadávia