Um terceiro pedido, para tirar Moro do processo, ainda não foi analisado
Por André de Souza
O Globo
BRASÍLIA - O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou dois pedidos da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionados ao processo em que é réu em Curitiba e no qual vai depor na tarde desta quarta-feira. Os advogados de Lula tinham solicitado o adiamento do depoimento e o direito de gravá-lo com uma equipe independente. A defesa também queria que o juiz federal Sérgio Moro fosse considerado suspeito para julgar a ação penal, mas esse terceiro pedido ainda não foi analisado pelo ministro Felix Fischer.
Os advogados recorreram na noite de ontem, contra decisões do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que contrariam pedidos feitos anteriormente pela defesa. No depoimento que vai prestar nesta quarta, Lula será questionado sobre a aquisição de um apartamento triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo. As íntegras das decisões do STJ não foram divulgadas ainda.
Em um dos pedidos negados, os advogados queriam que fosse concedida uma medida liminar para suspender a tramitação da ação penal em até 90 dias, adiando, portanto, o depoimento. No pedido, os advogados alegaram que não teriam tempo de preparar o cliente por causa do volume de documentos. A defesa estimava que cerca de 100 mil páginas foram juntadas ao processo entre 28 de abril e 2 de maio.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula foi beneficiado por uma melhora do apartamento, que passou a ser o tríplex, e pelas reformas feitas no imóvel, assim como a compra de móveis sob medida. O tríplex está em nome da empreiteira OAS, investigada na Lava-Jato. O ex-presidente nega ser dono da unidade.
Em outro pedido, dessa vez apresentado pela Defensoria Pública, o ministro Raul Araújo, também do STJ, manteve a decisão da Justiça de Curitiba que proibiu a montagem de acampamentos nas ruas e praças da capital paranaense nesta quarta-feira. Ele também manteve o bloqueio de áreas específicas da cidade para pedestres e veículos, nas imediações da Justiça Federal.
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