Delatores dizem ter subornado funcionários de órgãos ligados ao comércio exterior
por O Globo
A sede da Odebrecht em São Paulo
Paulo Whitaker / Reuters / 21-12-2016
RIO - A Odebrecht subornou funcionários do governo federal e da Câmara dos Deputados para ter acessos a documento sigilosos que favoreceram o grupo, afirmaram pelo menos dois delatores em depoimentos a procuradores da Lava-Jato. A empresa tinha este esquema em pelo menos dois órgãos do governo: o Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações) e a Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao Ministério da Indústria e Comércio Exterior. O suborno em troca de informações privilegiadas funcionou também na Câmara dos Deputados, para obtenção de documentos sigilosos da CPI da Petrobras. As informações foram reveladas pelo "Bom Dia Brasil", da TV Globo.
O delator Antônio de Castro Almeida contou que o servidor Flávio Dolabella repassava para a construtora atas de reuniões do Cofig, ajudando a Odebrecht a se preparar para conseguir financiamento de obras no exterior.
- A gente tomava ações em função disso. Ele recebia R$ 15 por mês - afirmou o delator.
O delator Antônio de Castro Almeida contou que o servidor Flávio Dolabella repassava para a construtora atas de reuniões do Cofig
Reprodução
Na Camex, a secretária-executiva Lytha Spíndola agilizava os projetos de interesse da Petrobras, ainda segundo Castro Almeida. Ela teria recebido US$ 100 mil apenas em 2010 para atuar em favor da empresa na Camex e repassar documentos em primeira mão.CPI DA PETROBRAS
Na Câmara dos Deputados, a Odebrecht pagou para obter documentos de sessões secretas da CPI da Petrobras. Segundo o delator José de Carvalho, o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) repassou esses documentos. Ele recebeu doações da construtora para suas campanhas de 2006, 2010 e 2014.
- Eu encontrei o deputado no corredor das comissões e perguntei: 'você tem novidades da CPI da Petrobras? Alguma notícia com relação à CPI para me dar?' E ele disse: 'espere'. Pediu que eu esperasse. Uma hora depois me deu um CD. Não abri o CD, não olhei o CD, mandei o CD para o jurídico avaliar - afirmou Carvalho.
O GLOBO não conseguiu contato com os acusados.24/04/2017
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