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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dilma mentiu quando disse que não faria barganha, diz Cunha


Na quarta, ele aceitou dar seguimento a pedido de impeachment de Dilma.
Na TV, a presidente disse que não aceitaria fazer barganhas com o deputado.



Por Fernanda Calgaro
Do G1, em Brasília


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira (3) que a presidente Dilma Rousseff mentiu à nação quando disse que não faria barganha sobre o caso dele no Conselho de Ética. De acordo com ele, Dilma chamou o deputado André Moura (PSC-SE), um dos aliados do presidente da Câmara, para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o PT votasse a favor de Cunha no Conselho de Ética.

Cunha aceitou nesta quarta dar prosseguimento ao pedido de impeachment da presidente Dilma. Logo depois, ela fez um pronunciamento na TV do governo para dar uma resposta à decisão. Dilma ressaltou que não faria barganha com o deputado para que ele arquivasse o pedido de impeachment.

"Eu quero deixar bem claro que a presidente mentiu à nação quando disse que o seu governo não autorizou qualquer barganha. Ela simplesmente estava participando de uma negociação. O ministro [Jaques Wagner, da Casa Civil], levou um deputado ao gabinete e lá a presidente queria que tivesse o comprometimento de aprovar a CPMF. Eu não sabia da presença do deputado e sequer do conteúdo do diálogo e simplesmente foi me trazida a proposta", afirmou Cunha em entrevista coletiva que ele convocou para esta manhã na Câmara.

O presidente da Câmara é alvo de processo no Conselho de Ética e, nos últimos dias, foi comentado em Brasília que o PT poderia estar negociando os três votos que têm no colegiado. Nesta quarta, no entanto, antes da decisão sobre o pedido de impeachment, o partido anunciou que votaria contra Cunha.

O G1 procurou a Secretaria de Imprensa da Presidência para saber se Dilma vai se pronunciar sobre as declarações de Cunha, e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem. Também deixou recado na secretária eletrônica de André Moura.

Quando questionado pelos jornalistas sobre o que tratava a "barganha", o presidente da Câmara respondeu: "os votos do PT [no Conselho de Ética] e o comprometimento da aprovação da CPMF".

"André Moura que esteve com ela, levado pelo Wagner. A barganha veio sim, proposta pelo governo, e eu me recusei a aceitar. A presidente mentiu, esse é o ponto fundamental que eu queria dizer", continuou Cunha.


03/12/2015

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