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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Prisão de Vaccari fará governo sangrar e dá argumento poderoso à oposição


Tesoureiro do PT foi preso em casa na 12ª fase da Lava-Jato


Por Alan Gripp*
O Globo


RIO - A prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não poderia vir em pior hora para o partido e para a presidente Dilma Rousseff. Ela ocorre no momento em que ambos acreditavam ter conseguido respirar em razão da menor adesão nos protestos de domingo e da sensação de que a crise política perdera temperatura.

Ainda que não surjam grandes revelações, a prisão de Vaccari contribuirá para o mau humor generalizado em relação ao governo.

Como mostrou o Datafolha, o desejo de protestar contra a corrupção foi a principal motivação das pessoas que foram às ruas nas duas manifestações contra Dilma.


O fato também dará munição a uma oposição, que, na véspera da nova fase da Lava-Jato, deu claro sinal de que abandonará a postura passiva e buscará o enfrentamento, atendendo a reivindicação de boa parte do tucanato e, mais recentemente, de grupos que organizam os protestos e não se sentem representados.


Com Aécio Neves à frente, o PSDB voltou a falar em impeachment. Falta-lhe, no entanto, argumentos jurídicos para embasar pedido tão drástico. É cedo para dizer que o encarceramento de Vaccari será esse argumento, mas é, sem dúvida, o que a oposição tem de mais poderoso até agora.

Vaccari não é Pedro Barusco.

É improvável que negocie acordo de delação premiada como fez o ex-gerente da Petrobras.

O maior impacto de sua prisão é, portanto, simbólico.

O constrangimento de ver preso o homem responsável por irrigar campanhas petistas fará o governo sangrar no momento em que acreditava estar curando feridas.



*Alan Gripp é editor de País


15 de abril de 2015


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