Por Reinaldo Azevedo
Reportagem de César Tralli, que acaba de ir ao ar no Jornal Nacional, informa que mais um fiscal, Eduardo Barcellos, fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
Barcellos confessou ao promotor Roberto Bodini que recebia dinheiro vivo de empreiteiras para liberar o “habite-se” e que dividia os recursos com os demais fiscais da quadrilha dentro da Prefeitura.
Mas não só isso: um dos beneficiários do esquema, segundo ele, era justamente o agora só vereador Antonio Donato (PT), que coordenou a campanha eleitoral de Fernando Haddad à Prefeitura e se tornou seu secretário de governo.
Segundo Barcellos, entre dezembro de 2011 e setembro do ano passado, ele pagou R$ 20 mil mensais a Donato, que receberia o dinheiro em seu gabinete, na Câmara dos Vereadores. Ele afirmou ao promotor que Ronilson Rodrigues, apontado como o chefe da quadrilha, também repassava dinheiro para Donato.
Na confissão, devidamente assinada, ele afirmou que os fiscais se aproximaram do vereador em 2011 porque pretendiam manter o esquema caso o PT vencesse as eleições.
Pois é…
Feito secretário de governo, Donato nomeou Ronilson para a diretoria financeira da SPTrans e chamou Barcellos para trabalhar em seu gabinete. Ao Jornal Nacional, o petista afirmou que os fiscais se aproximaram da campanha de Haddad para oferecer estudos sobre o ISS e o IPVA.
Ah, bom! De ISS, não tenhamos dúvida, eles entendiam, não é mesmo?
Rui Falcão e o próprio Fernando Haddad saíram em defesa de Donato e de sua reputação ilibada.
Pois é… Imaginem quanta informação não concentra um “coordenador de campanha”… Donato não leva jeito de que tem vocação para Delúbio Soares, aquele que aceita ser o bode expiatório em nome dos sagrados propósitos do partido… Mesmo quando se é petista, sobram franjas de constrangimento. E os dois pareciam bem constrangidos.
Donato ainda insiste que se está tentando transferir para essa gestão a responsabilidade de um esquema que seria da gestão anterior…
Parece que ele ainda não percebeu que o PT não quer briga com Gilberto Kassab.
Se Donato quiser a proteção dos companheiros, vai ter de usar como ativo tudo o que sabe. Fora da secretaria, volta para a Câmara. Parece que a cassação do mandato o espreita, quando menos. Barcellos forneceu ao promotor os números de telefone que usava para falar com Donato.
13/11/2013
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Outro fiscal faz acordo de delação premiada e confessa que pagava R$ 20 mil por mês ao petista Donato, homem forte de Haddad até esta terça
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