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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Politicamente correto - a vingança do marxismo






Escrito por Edward S. May -“Baron Bodissey”
Artigos - Movimento Revolucionário
MSM

FrontPage Magazine : Você faz a perspicaz observação da forma como o politicamente correto gera o mal "devido à violência que leva a cabo nas almas das pessoas ao forçá-las a afirmar ou a aludir coisas em que não acreditam, mas que não podem questionar."

Pode falar um pouco mais disto?

Theodore Dalrymple: O politicamente correto é propaganda comunista em ponto pequeno. Durante o meu estudo das sociedades comunistas, cheguei à conclusão de que o propósito da propaganda comunista não era persuadir ou convencer, mas humilhar, e desde logo, quanto menos estiver de acordo com a sociedade, melhor é.


Quando as pessoas são forçadas a permanecer caladas quando lhes é dita a mais óbvia das mentiras, ou pior ainda quando são obrigadas a repetir elas mesmas a mentira, elas perdem o seu senso inquisitor.

Concordar com mentiras óbvias é co-operar com o mal, e em menor escala, tornar-se também maligno.

A capacidade da pessoa de resistir a qualquer coisa é corroída e até destruída.

Uma sociedade de mentirosos emasculados é mais fácil de controlar.


Eu acho que se examinarmos o politicamente correto, ele tem o mesmo efeito e é suposto que tenha.

Eu ouvi pessoas que cresceram em países comunistas a afirmar que nós, no Ocidente, somos tão doutrinados pelo multiculturalismo e pelo politicamente correto tal como eles o eram sob o comunismo, ou até mais.

Mesmo nos tempos áureos do Bloco do Leste existiam grupos dissidentes nestes países. O mais assustador é que eu acho que ele tem razão.

Mas como é isso possível? Não temos nós liberdade de expressão aqui? Não estamos nós livres de sermos enviados para um Gulag?

O problema é que nós nunca chegamos a vencer a Guerra Fria da forma decisiva que deveríamos ter vencido. Sim, o Muro de Berlin caiu e a União Soviética entrou em colapso. Isto retirou a ameaça militar sobre o Ocidente, e a economia marxista mais hardcore sofreu um golpe na sua credibilidade como alternativa crível.

No entanto, um dos maiores erros que nós fizemos depois da Guerra Fria foi declarar que o socialismo encontrava-se agora morto, e como tal, não tinhamos mais com o que nos preocupar.

No entanto, eis-nos aqui agora, uma geração depois, a descobrir que a retórica e a forma de pensar marxista penetrou todos os estratos da nossa sociedade, desde as universidades até à mídia.

O terrorismo islâmico é explicado como sendo um fenômeno causado pela "pobreza, opressão e marginalização," uma interpretação marxista clássica.

O que aconteceu foi que, embora o marxismo "rígido" da União Soviética possa ter entrado em colapso, pelo menos por agora, o marxismo "soft" da esquerda ocidental na verdade tornou-se mais forte, em parte porque nós o consideramos menos ameaçador.

Os marxistas "rígidos" possuíam mísseis nucleares intercontinentais e abertamente afirmavam que nos iriam "enterrar".

Os marxistas "soft" falam de tolerância e aparentam ser menos ameaçadores, mas o seu propósito de subverter o maligno Ocidente capitalista continua a ser o mesmo.

Aliás, os marxistas "soft" são mais perigosos porque escondem o seu propósito por trás de qualificações distintas. Se calhar, o melhor seria chamarmos a isto de "socialismo oculto" em vez de marxismo "soft".
Um dos leitores do blog Fjordman ressaltou uma vez que, depois da Guerra Fria, nunca chegamos a ter um processo de des-marxização semelhante ao processos de des-nazificação que ocorreram após da Segunda Grande Guerra.

Ele tinha em mente a antiga União Soviética e os países da Europa do Leste, mas provavelmente ele deveria ter incluído os acompanhantes dos marxistas, os seus simpatizantes e apologistas do Ocidente.

Nós nunca chegamos a confrontar a ideologia marxista, e nem demonstramos que o sofrimento causado a centenas de milhões de pessoas era consequência direta das ideias marxistas.

Nós apenas assumimos que o marxismo estava morto, o que permitiu que muitos dos seus ideais sofressem mutações e surgissem com nova roupagem, permitindo que os seus advogados prosseguissem ininterruptamente com o seu trabalho, às vezes com um sentimento de vingança e um renovado zelo no seu ataque ao Ocidente capitalista.

Hoje em dia estamos a pagar o preço disso. Não só o marxismo sobreviveu, como está a prosperar e tornou-se mais forte.

As ideias esquerdistas em torno do multiculturalismo e das fronteiras abertas praticamente adquiriram a hegemonia no discurso público, ao mesmo tempo que os seus críticos são atacados e demonizados.

Ao esconderem as suas intenções por trás de nomes como "anti-racismo" e "tolerância”, os esquerdistas adquiriram um grau de censura no discurso público que nunca poderiam ter imaginado adquirir se tivessem declarado abertamente as suas intenções de transformar radicalmente a civilização Ocidental e destruir os seus fundamentos.

A esquerda tornou-se orfã ideológica após o fim da Guerra Fria; se calhar o termo mais apropriado é mercenários ideólogos.

Apesar da alternativa econômica viável ao capitalismo não ter funcionado, o seu ódio pelo sistema nunca acalmou; apenas se transformou em outras coisas.

O multiculturalismo é apenas outra palavra para "dividir e conquistar", colocando os vários grupos étnicos e culturais uns contra os outros, destruindo a coerência da sociedade ocidental a partir do seu interior.

As pessoas que viviam nos antigos países comunistas sabiam e admitiam que faziam parte duma gigantesca experiência social, e que a mídia e as autoridades lhes serviam propaganda como forma de alcançar apoio para seus projetos.

No entanto, no Ocidente supostamente livre, nós fazemos parte da gigantesca experiência social com o nome de multiculturalismo e imigração muçulmana que é tão radical, utópica e potencialmente tão perigosa como o comunismo - buscando formas de transformar toda a nossa sociedade de cima a baixo - no entanto nos recusamo-nos a aceitar que essa experiência está a decorrer.

Na Noruega, um pequeno país que até há pouco tempo tinha uma população 99% branca e cristã luterana, os nativos noruegueses serão em breve uma minoria na capital do seu país, e mais tarde uma minoria em todo o país.

Mesmo assim, os políticos, jornalistas e professores universitários noruegueses insistem que não existe motivo para preocupação.

O multiculturalismo e a imigração não são coisas novas. De fato, há cerca de um século atrás o nosso rei de então havia nascido na Dinamarca, portanto ter uma capital dominada por paquistaneses, curdos, árabes e somalis não é nada de anormal.

A transformação mais colossal do país em mil anos, e provavelmente a maior transformação registada pela História, é, portanto, tratada como algo natural.

Sugerir que pode haver algo de errado com isto é suficiente para se ser silenciado debaixo de acusações de "racismo."

Eric Hoffer ressalvou:

É perfeitamente óbvio que o movimento de massas que tenta converter os outros tem que destruir todos os laços de grupo existentes, se é propósito seu fazer-se rodear por uma considerável massa de seguidores.

O potencialmente ideal convertido é aquele que se encontra sozinho, que não faz parte de qualquer corpo coletivo onde se possa misturar, e perder-se no seu interior como forma de mascarar a sua mesquinha, insignificante e superficial existência.

Nos sítios onde os movimentos de massas encontram um padrão corporativo de família, tribo, nação, etecera, num estado de perturbação e decadência, o movimento de massa muda-se para o seu interior e recolhe os dividendos. Onde ele encontra um padrão corporativo em boa forma, ele têm primeiro que atacá-lo e perturbá-lo.

Isto corresponde na perfeição com o comportamento da esquerda ocidental atual.


Na Alemanha, Hans-Peter Raddatz no seu livro “Allahs Frauen” (As Mulheres de Alá) expõe a destrutiva atitude do multiculturalismo que é partilhada por muitos funcionários civis, jornalistas, políticos e advogados na Alemanha e na União Europeia (UE).

Ele documenta particularmente a forma como o partido "Os Verdes" alemão possui um plano para desmantelar e dissolver a “Leitkultur” cristã, ou a cultura comum, que até agora tem sido a base da Alemanha e do Ocidente.

Raddatz é de opinião de que as décadas de imigração muçulmana estão a ser usadas como um instrumento para destruir as instituições, as normas e as ideias que a esquerda tentou no passado destruir por meio da economia.

Através de posições poderosas na mídia, nas instituições públicas e no sistema de educação, estes multiculturalistas estão a trabalhar num projeto de larga escala que visa renovar a civilização ocidental que, segundo eles, falhou.

Um jornal norueguês com o nome de Dagens Næringsliv expôs o fato de que a maior organização "anti-racista" do país, SOS Rasisme, esta fortemente infiltrada por comunistas e membros da extrema-esquerda.

Eles infiltraram-se na organização nos finais dos anos 1980 e princípios dos anos 1990, isto é, durante o período da queda do comunismo na Europa Oriental.

Eles passaram diretamente do comunismo para o multiculturalismo, o que pode indicar que pelos menos alguns deles viam o multiculturalismo como uma continuação do comunismo, mas por outros meios.

Para além disso, isto revela-nos muito acerca da íntima ligação entre o marxismo econômico e o marxismo cultural; estas ideologias são apenas caminhos distintos que visam atingir os mesmos objetivos.

A maior parte da esquerda política está determinada a expor os seus adversários como malignos, em vez de discutir de forma racional os seus argumentos.

Atribuir qualificações tais como "racista" ou mesmo "fascista" a alguém que critica a imigração em massa ou o multiculturalismo tornou-se tão comum que os anti-islamistas noruegueses cunharam um novo termo para isso: “hitling,” que, em sentido lato, pode ser traduzido como "fazer como Hitler."

A lógica por trás do “hitling” é mais ou menos assim: “Você tem uma barba. Adolf Hitler também tinha pêlos faciais, portanto você deve ser como Hitler. Adolf Hitler gostava de cães. Você também tem animais de estimação, portanto você deve ser como Hitler. Adolf Hitler era vegetariano. Você gosta de cenouras, você é exatamente como Hitler”.

Qualquer "direitista" pode ser atacado com tais acusações. Curiosamente, o reverso quase nunca é verdade. Embora o marxismo tenha matadoo 100 milhões de pessoas durante o século XX, e tenha falhado em todas as sociedades onde quer que tenha sido instalado, não parece haver qualquer estigma em ser um esquerdista.

O fato dos esquerdistas poderem sair ilesos com alegações de superioridade moral demonstra de forma ampla que nós não vencemos a Guerra Fria.

Nós baixamos a guarda depois da queda do Muro de Berlim e nunca chegamos propriamente a denunciar a ideologia por trás dela. Isto agora voltou para nos assombar.

Um membro de um partido anti-imigração do Reino Unido disse que ser chamado de racista no século 21 é "o mesmo que ser chamado de bruxa durante a Idade Média."

Ele provavelmente tem razão, o que significa que o anti-racismo tornou-se a moderna caça às bruxas.

Naomi Klein, ativista canadense e autora do livro No Logo, é figura querida da esquerda ocidental. Ela alega que o verdadeiro motivo por trás do terrorismo islâmico é o racismo ocidental, diretamente ligado às experiências pessoais de Sayyid Qutb - teórico da jihad islâmica moderna - durante o período em que ele viveu nos EUA dos anos 1940.

“O verdadeiro problema,” conclui ela, “não é a existência de demasiado multiculturalismo mas o fato de haver pouco.” O aumento do multiculturalismo, alega Klein, “tiraria dos terroristas o que sempre foi a sua melhor arma de recrutamento: o nosso racismo.”

Robert Spencer, no entanto, não está muito impressionado com a lógica ou o conhecimento histórico de Klein:

“A raiva de Qutb que mudou o mundo?” Será que essa raiva é mesmo de Qutb? Será que o terrorismo islâmico moderno pode ser atribuído a ele e às suas experiências racistas que sofreu no Colorado?

Seria de esperar que, se isto fosse verdade, não existissem evidências do Islã político e violento antes de 1948. Mas de fato, a Irmandade Muçulmana, da qual Qutb fazia parte, foi fundada não em 1948 mas em 1928, e não por Qutb, mas por Hasan Al-Banna.

Foi Al-Banna, não Qutb, que escreveu: “Na tradição (islâmica) existe um claro indicador em favor da obrigação de lutar contra os Povos do Livro (Judeus e Cristãos), e o fato de Deus duplicar a recompensa daqueles que lutam contra eles.

A Jihad (guerra santa aprovada pela tradição islâmica) não é só contra os politeístas, mas contra todos os que não aceitam o Islã.”

Paul Berman também não partilha da interpretação de Klein. Segundo ele, o livro que Qutb escreveu nos anos 1940 com o nome de 'Social Justice and Islam' (Justiça Social e o Islã) demonstra que, mesmo antes da sua viagem para EUA, Qutb “encontrava-se firme no seu fundamentalismo islâmico,” embora possa ter piorado depois de ele se deparar com a "imoralidade" ocidental.

Segundo Berman, o elemento realmente perigoso da vida americana, segundo as estimativas de Sayyid Qutb, “não era o capitalismo, a política externa, o racismo ou a infeliz veneração da independência feminina. O verdadeiro elemento perigoso dos EUA encontrava-se na separação entre a Igreja e o Estado - o legado moderno da antiga divisão cristã do sagrado e do secular. Os verdadeiros proponentes do Islã tinham que se unir em torno do que Qutb, no seu livro Milestones chamou de vanguarda. Esta vanguarda de genuínos muçulmanos iria restaurar o califado e levar o Islã para todo o mundo, tal como Muhammad o havia feito.”

Tanto o livro Milestones como partes do livro provavelmente mais importante de Qutb, In the Shade of the Qur’an, encontram-se disponíveis online e em inglês. No livro Milestones, ele escreve como a jihad continuará até que todo o mundo responda ao Islã, que “o Islã veio ao mundo para estabelecer o domínio de Deus na Terra de Deus”. “O Islã tem o direito de remover todos os obstáculos que se encontram no caminho,” e “tem o direito de destruir todos os obstáculos, quer sejam instituições e tradições,” por tudo o mundo. “O domínio de Deus na terra que Lhe pertence só pode ser estabelecido através do sistema islâmico.”

De que forma é que isto está relacionado com o racismo ocidental? Porque é que a Jihad teve início mil anos antes do colonialismo ocidental ter entrado em contato com terras islâmicas? E o que dizer dos milhões massacrados na Índia através da jihad islâmica? Foi também isso o resultado do racismo ocidental? Disto Naomi Klein não fala. Ela só culpa o Ocidente. E ela não é a única a sofrer desta desilusão.

Comentando os tumultos-jihad ocorridos na França no outono de 2005, o filósofo Alain Finkielkraut afirmou:

Na França, muito gostariam eles de reduzir este confrontos à sua dimensão social e olhar para eles como uma revolta de jovens dos subúrbios contra a sua situação, contra a discriminação que sofrem, contra o desemprego. O problema é que estes jovens são, na maioria, negros ou árabes com identidade islâmica. Reparem numa coisa: na França existem outros imigrantes também eles numa situação difícil — chineses, vietnamitas, portugueses — e eles não estão a tomar parte das manifestações. Devido a isto, torna-se claro que esta é uma revolta com características etnico-religiosas.

Estas pessoas são tratadas como rebeldes, como revolucionários. (…) Eles são ‘interessantes’. Eles são os ‘desprezados do mundo’.

Imaginem por um momento que eles eram brancos, tal como em Rostock na Alemanha. Imediatamente, todos diriam coisas como "o fascismo não será tolerado." Quando um árabe incendia uma escola, isso é qualificado de rebelião. Quando um branco faz o mesmo, isso é fascismo. O mal está errado, independentemente da cor de quem o faz.

Numa entrevista com o semanário dinamarquês Weekendavisen, Finkielkraut disse que:

O racismo é a única coisa que ainda pode gerar raiva entre os intelectuais, entre os jornalistas e entre as pessoas da área do entretenimento, isto é, as elites. A cultura e a religião entraram em colapso; apenas o anti-racismo permanece, e funciona como uma idolatria intolerante e desumana.

Um dos líderes duma das organizações contra o racismo teve a audácia de se referir às ações da polícia dos subúrbios de Paris como "limpeza étnica." Este tipo de terminologia usada em torno da situação francesa indica um deliberada manipulação da linguagem.

Infelizmente, estas mentiras malucas convenceram o público de que a destruição dos subúrbios deveria ser vista como um protesto contra a exclusão e contra o racismo. Acho que esta elevada ideia de "guerra ao racismo" gradualmente se está a tornar numa ideologia horrível. E este anti-racismo será no século 21 o que o comunismo foi no século 20: uma fonte de violência.

Será que os franceses tornaram-se vítimas do niilismo de Jean-Paul Sartre? Roger Scruton escreveu em torno desta continuada influência do The Spectator:

Os franceses ainda não se recuperam de Sartre e provavelmente nunca se irão recuperar uma vez que tiveram que viver com um establishment intelectual que repudiou as duas coisas que unem o país: o cristianismo e a ideia da França.

A postura anti-burguesa dos intelectuais da esquerda adentrou o processo político e deu forma a uma elite para quem nada é seguro excepto o repúdio da ideia nacional. É graças a esta elite que o projeto louco da União Europeia se tornou indelevelmente inscrito no processo político francês, embora o povo francês o tenha rejeitado. É graças a esta elite que a imigração em massa para França de comunidades muçulmanas não-assimiláveis foi encorajada e subsidiada e é graças a esta elite que o socialismo se tornou embutido no estado francês de forma tão firme que ninguém o pode reformar.

Não só de negociação viverá o homem.

O próprio Karl Marx declarou que “o significado de paz é a total ausência de oposição ao socialismo,” um sentimento que se corresponde de modo quase exato com a ideia islâmica de que a "paz" significa a ausência de oposição ao domínio islâmico. O marxismo cultural - isto é, o politicamente correto - e o Islã partilham da mesma visão totalitária, e instintivamente concordam na sua oposição à livre discussão e na posição de que a liberdade de expressão tem que ser controlada se a mesma for "ofensiva" para alguns grupos.

O ex-muçulmano Muslim Ali Sina ressalva que,

... as diferenças entre a esquerda e o Islão são mínimas. O que falta a ambos os credos é a aderência à Regra de Ouro.Tal como para muitos muçulmanos tudo o que é islâmico está a priori certo e é bom e tudo o que é não-islâmico está a priori errado e é maligno, para a esquerda, tudo o que é esquerdista é a priori oprimido e é bom, e tudo o que vem da direita é opressor e é maligno. Os fatos não interessam.A justiça é determinada por quem tu és e não por aquilo que tu fizeste... O politicamente correto é uma doença intelectual que significa mentir de modo expediente quando dizer a verdade não é proveitoso. Esta prática encontra-se tão disseminada que é considerada normal.

Sina cita também o historiador Christopher Dawson quando escreve:

É relativamente fácil o indivíduo adotar uma atitude negativa de ceticismo crítico, mas quando a sociedade como um todo abandona todas as crenças positivas, ela fica sem forças para resistir aos efeitos desintegradores do egoísmo e do interesse egocêntrico. De modo lato, todas as sociedades dependem do reconhecimento de princípios e ideias comuns. Mas se elas não fazem nenhum apelo moral ou espiritual à lealdade dos seus membros, elas inevitavelmente entram em colapso.

Este será o resultado do multiculturalismo, e suspeita-se que este era o objetivo desde o princípio.

Outro antigo muçulmano, o escritor Ibn Warraq, visitou a Dinamarca aquando do lançamento do seu livro Why I am not a Muslim. Durante uma entrevista, Ibn Warraq declarou que entre a esquerda existe um complexo de culpa pós-colonial que constitui um obstáculo quase intransponível para quem quer criticar o Islã ou as culturas do Terceiro Mundo. Portanto, a esquerda colocou de lado os seus valores universais em favor do perigoso relativismo.

Ibn Warraq notou que mesmo depois de terem decorrido mais de 50 anos desde o momento em que o Ocidente abandonou as colônias do Terceiro Mundo, os esquerdistas continuam a culpar o Ocidente por todos os males existentes na África e no Oriente Médio. No entanto, passados que estão dez anos da queda do Comunismo, eles culpam o capitalismo descontrolado pelos problemas da Rússia.

A esquerda recusa-se a buscar respostas em outros lugares. Ao mesmo tempo, e muito por culpa de Marx, eles estão habituados a procurar explicações econômicas para tudo. Consequentemente, eles buscam explicações econômicas para o terrorismo islâmico. Mas é um mistério enorme como é que 200 mortos em Madrid podem de alguma forma ajudar os pobres do mundo islâmico.

O presidente da República Checa Vaclav Klaus, que tem experiência pessoal de viver sob o jugo do socialismo, avisa-nos que o mesmo pode não estar tão morto como nós pensamos que está:

Podemos afirmar de modo confiante que a "versão rígida" - comunismo - acabou. No entanto, temo que quinze anos depois do colapso do comunismo estejamos a presenciar o início da sua versão mais suave (ou fraca), o social-democratismo, que - sob vários nomes como por exemplo: estado pensionista - se tornou o modelo social e econômico dominante da atual civilização Ocidental. O mesmo baseia-se num governo grande e patronizador, numa extensiva regulamentação do comportamento humano, e numa redistribuição em larga escala dos rendimentos. O socialismo explícito perdeu o seu apelo e como tal, nós não o deveríamos ter como o rival principal das nossas ideias atuais.

Klaus avisa que estas ideias anti-liberais estão a regressar com formas distintas:

Estas ideias são, no entanto, semelhantes a ele. Existe sempre uma limitação (ou constrangimento) da liberdade humana, existe sempre uma ambiciosa engenharia social, existe sempre uma imodesta "implementação dum bem" por parte daqueles que são “ungidos” (Thomas Sowell) sobre outros contra a vontade destes últimos.

As ameaças atuais à liberdade podem usar "chapéus" diferentes, esconder melhor a sua natureza, e agir de uma forma mais sofisticada que em eras passadas, mas, em princípio, são as mesmas de sempre.

Estou a falar no ambientalismo (que tem como princípio colocar a Terra - e não a Liberdade - em primeiro lugar), no direito-humanismo radical (baseado - como defende de modo preciso de Jasay – em não distinguir os direitos do direitismo), na ideologia da "sociedade cívica" (ou "communitarism"), que mais não é do que uma versão do coletivismo pós-marxista que deseja privilégios para grupos organizados, e como consequência, uma refeudalização da sociedade.

Estou a falar também do multiculturalismo, do feminismo, do tecnocratismo apolítico (baseado no ressentimento contra a política e os políticos), o internacionalismo (e especialmente a sua variante europeia, o europeísmo) e um fenômeno em crescimento rápido que eu gosto de chamar de ONGuismo.

Vladimir Bukovsky é um antigo dissidente soviético, além de autor e ativista pelos direitos humanos.

Foi um dos primeiros a expor o uso de aprisionamento psiquiátrico contra os prisioneiros políticos na URSS, e passou o total de 12 anos nas prisões soviéticas.

A viver atualmente na Inglaterra, ele lança avisos contra alguns impulsos anti-democráticos no Ocidente, especialmente os impulsos da União Europeia, que ele vê como herdeiros da União Soviética.

Em 2002 ele juntou-se a um protesto contra a obrigatória "TV licence" da BBC, fato que ele considera ser

"um arranjo tão medieval que eu pura e simplesmente tinha que protestar contra ele. Os britânicos estão a ser forçados a subsidiar uma corporação que suprime a liberdade de expressão, e que publica posições que nem sempre estão de acordo com as posições mantidas pelo público em geral”.

Ele atacou a BBC pelo seus "viés e propaganda", especialmente em sua cobertura de eventos em torno da UE e do Oriente Médio.

Gostaria que a BBC se torna-se na sucessora da KGB e me lançasse na prisão por exigir liberdade de expressão. Nada os revelaria de modo mais óbvio aquilo que eles são.

Ele não é o único farto daquilo que ele pensa ser o viés esquerdista da BBC. Michael Gove, um MP (membro do parlamento) conservador, e Mark Dooley, comentarista político, queixam-se da cobertura invertida de alguns assuntos.

Tomemos como exemplo a cobertura da BBC em torno do falecido Yasser Arafat. Numa emissão de 2002, ele foi caracterizado de "ícone", e "herói", mas nenhuma menção foi feita aos seus esquadrões de terror, à corrupção, ou à sua supressão brutal dos dissidentes palestinos. Semelhantemente, quando, em 2004, Israel assassinou o líder espiritual do Hamas, Sheikh Ahmed Yassin, um repórter da BBC descreveu-o como um homem "simpático, amável, espirituoso, e profundamente religioso." Isto apesar do fato de que, debaixo da liderança de Yassin, o Hamas assassinou centenas de pessoas.

Um ligeira influência esquerdista na visão do mundo da BBC influencia demais o que a corporação produz. Temos o direito de esperar mais honestidade do serviço de emissão que nos é pedido que subsidiemos.

Vladimir Bukovsky é de opinão de que o Ocidente perdeu a Guerra Fria:

Nunca houve julgamentos ao estilo de Nuremberg em Moscou. Po rquê? Porque embora nós tenhamos vencido a Guerra Fria em termos militares, perdemos no contexto das ideias. O Ocidente parou um dia cedo demais, tal como na Tempestade do Deserto. Imaginem se os aliados tivessem ficado satisfeitos com algo parecido com a Perestroika na Alemanha nazi - em vez de rendição incondicional. Qual seria a situação da Europa então, isto sem falar na própria Alemanha? Todos os colaboradores nazis teriam permanecido no poder, embora com um novo disfarce.

Foi exatamente isto que aconteceu na União Soviética em 1991... O comunismo provavelmente estava morto, mas os comunistas permaneceram no poder nos países do Pacto de Varsóvia, e os seus colaboradores ocidentais ascenderam ao poder em todo o mundo (particularmente na Europa).

Isto é pouco menos que um milagre: a derrota dos nazis em 1945 logicamente virou a política mundial para a esquerda, ao mesmo tempo que a derrota do comunismo em 1991 virou a mesma política também para a esquerda - desta vez de forma bastante ilógica. Não é surpreendente, portanto, que, apesar da derrota do comunismo, a esquerda radical ainda atribua si mesma um patamar moral superior.

Quando os nazis perderam a Segunda Guerra Mundial, o ódio racial foi desacreditado. Quando os soviéticos perderam a Guerra Fria, os pilares do ódio de classes permaneceram tão populares como sempre.

Bukovsky alega que embora o Ocidente tenha obtido uma vitória militar, ideologicamente o socialismo prevaleceu como uma ideia popular por todo o mundo. Ele escreve:

Havendo falhado em acabar de modo conclusivo com o sistema comunista, encontramo-nos agora em perigo de integrar o monstro resultante no nosso mundo. Pode não ser chamado de comunismo, mas retém muitas das mesmas características perigosas... Enquanto os crimes do comunismo não forem sujeitos a um julgamento ao estilo de Nuremberg, o mesmo não está morto e a guerra ainda não acabou.

Marxismo cultural

O marxismo cultural tem as suas raízes nos anos 1920, quando pensadores socialistas propuseram um ataque às bases culturais da civilização ocidental como forma de pavimentar o caminho para a transição socialista. O marxismo cultural, portanto, não é nada de "novo", mas sim algo que tem coexistido com o marxismo econômico há já algumas gerações, mas que recebeu um forte impulso no Ocidente a partir da década 60 e 70 do século passado.

À medida que a União Soviética ruia e a China abraçava o capitalismo, os marxistas econômicos juntaram-se também ao comboio "cultural" uma vez que, por esta altura, era o único jogo a decorrer. Eles não têm qualquer alternativa ao presente, mas eles não estão preocupados. Eles genuinamente acreditam que nós, o Ocidente, somos tão malignos e exploradores que virtualmente qualquer coisas seria melhor, mesmo o Califado Islâmico.

A "Free Congress Foundation" tem um livreto interessante online chamado Political Correctness: A Short History of an Ideology, editado por William S. Lind. Segundo Lind, o politicamente correto...

...quer alterar o comportamento, o pensamento e até as palavras que nós usamos. De modo significativo, isto já está feito. Quem quer, ou o que quer, que controle a linguagem, controla o pensamento. O politicamente correto é, de fato, marxismo cultural. O esforço de traduzir o marxismo da economia para a cultura não teve início na rebelião estudantil dos anos 60. Ela tem as suas origens, pelo menos, nos anos 1920 e nos escritos do comunista italiano Antonio Gramsci.

Em 1923, na Alemanha, um grupo de marxistas fundou um instituto dedicado a fazer esta transição: o "Institute of Social Research" (mais tarde conhecida como a Escola de Frankfurt). Um dos fundadores, George Lukacs, declarou o seu propósito como sendo a resposta à questão: "Quem nos salvará da Civilização Ocidental?"

Lind é de opinião de que existem paralelos significativos entre o marxismo clássico e o marxismo cultural:

Ambas as ideologias são totalitárias. A natureza totalitária do politicamente correto pode ser vista nas universidades onde o "PC" tomou conta da instituição: a liberdade de expresssão, a liberdade da imprensa, e até a liberdade de pensamento encontram-se eliminadas.

Hoje, com o marxismo econômico morto, o marxismo cultural prosseguiu a sua missão. O método mudou, mas a mensagem é a mesma: uma sociedade de igualitarismo radical imposto através do poder do Estado.

Tal como no marxismo clássico, certos grupos - operários e camponeses - são a priori bons, outros grupos - a burguesia e os donos do capital - são malignos. No politicamente correto do marxismo cultural certos grupos são bons, por exemplo, as mulheres feministas. Semelhantemente, os homens brancos são automaticamente maus, transformando-se no equivalente da burguesia no marxismo econômico.

Tanto o marxismo econômico como o cultural têm um método de análise que automaticamente lhes dá as respostas que eles querem. Para o marxista clássico, é a economia marxista. Para o marxista cultural é a desconstrução. A desconstrução essencialmente pega num texto, retira todo o significado dele, e re-insere qualquer dos sentidos desejados.


Raymond V. Raehn concorda com Lind quando este diz que o "politicamente correto é marxismo, com tudo o que isso implica: perda da liberdade de expressão, polícia do pensamento, inversão da ordem social tradicional e, por fim, um Estado totalitário." Segundo ele,

...Gramsci tinha em mente uma longa marcha pelas instituições sociais, incluindo o governo, o sistema legal, os militares, as escolas e os média. Ele concluiu também que enquanto os trabalhadores tivessem uma alma Cristã, eles nunca responderiam ao apelo revolucionário.

Outro teórico marxista cultural, Georg Lukacs, reparou que "tal subversão mundial dos valores não pode ocorrer sem primeiro a aniquilação dos antigos valores e a criação de novos valores por parte dos revolucionários”. No encontro que decorreu na Alemanha, em 1923, “Lukacs propôs o conceito da indução do ‘Pessimismo Cultural’ como forma de aumentar o estado de falta de esperança e alienação da sociedade ocidental como pré-requisito necessário para a revolução.”

William S. Lind ressalva que este marxismo cultural teve início depois da revolução marxista da Rússia de 1917 não se ter espalhado para outros países. Os marxistas tentaram analisar as razões para isso, e descobriram-na na civilização e cultura ocidental.

Gramsci disse que os trabalhadores nunca se mentalizariam dos seus interesses de classe, tais como definidos pelo marxismo, até que eles se vissem livres da cultura ocidental, e particularmente da religião cristã; os trabalhadores encontravam-se alienados dos seus interesses de classe devido à cultura e à religião. Em 1919, Lukacs, que foi considerado o mais brilhante teórico marxista desde o próprio Marx, disse "quem nos salvará da Civilização Ocidental?"

John Fonte descreve como esta guerra cultural está a ser levada a cabo nos EUA no seu poderoso artigo “Why There Is A Culture War: Gramsci and Tocqueville in America.” ["Por que Existe Uma Guerra Cultural: Gramsci e Tocqueville na América"]

Segundo ele,

“abaixo da superfície da política americana um intenso confronto ideológico está a decorrer entre duas visões do mundo concorrentes. Eu chamo a isto "gramsciano" e "tocquevilleano", segundo os intelectuais e autores das ideias em confronto - o pensador italiano do século XX Antonio Gramsci e, claro está, o intelectual francês do século XIX Alexis de Tocqueville. O que está em jogo nesta batalha entre os herdeiros destes dois homens nada menos é que o tipo de país que teremos nas décadas que se seguem,"

Antonio Gramsci (1891-1937), intelectual e político marxista,

“acreditava que primeiro era necessário delegitimizar os sistemas de crença dominantes dos grupos predominantes e criar uma "contra-hegemonia" (i.e., um novo sistema de valores para os grupos subordinados) antes dos marginalizados poderem receber poder. Para além disso, uma vez que os valores hegemónicos permeiam todas as esferas da sociedade civil - escolas, igrejas, os média , associações voluntárias - a própria sociedade civil, disse ele, é o grande campo de batalha na luta pela hegemonia, a "guerra posicional." A partir deste ponto, também, seguiu-se um corolário pelo qual Gramsci deveria ser conhecido (que encontra-se presente no slogan feminista) - que toda a vida é "política".

Portanto, a vida privada, o local de trabalho, a religião, a filosofia, as artes, a literatura, e a sociedade civil no seu todo, eram campos de batalha contestados na luta para se atingir a transformação social.

Isto, segundo Fonte,

...é o cerne da cosmovisão gramsciana-hegeliana - moralidade de grupo, ou a ideia de que o que é moralmente aceito é o que serve os interesses dos grupos étnicos, raciais e sexuais "oprimidos" ou "marginalizados". A noção da "opressão internalizada" é igual à noção hegeliana-marxista da "falsa consciência" na qual as pessoas dos grupos subordinados "internalizam" (e, como tal, aceitam) os valores e as maneiras de pensar dos seus opressores presentes nos grupos dominantes. Esta forma de pensar é clássica do hegelianismo-marxismo - ações (tais como a liberdade de expressão) que "objetivamente" causam dano às pessoas das classes subordinadas são injustas (e deveriam ser ilegalizadas).

Ele documenta como as ideias de Gramsci e dos marxistas culturais se propagaram por todas as universidades ocidentais. A professora de Direito Catharine MacKinnon escreve no seu texto Toward a Feminist Theory of the State (1989), “O estado de direito e o domínio do homem são a mesma coisa, indivisíveis" porque "o poder do Estado, incorporado na lei, existe através da sociedade como poder masculino." Para além disso, "o poder masculino é sistemático. Coercivo, legitimado, e epistêmico, é o regime.”

MacKinnon alegou que o assédio sexual é, na sua essência, "um assunto de poder exercido pelo dominador sobre o grupo subordinado.” Numa conferência acadêmica patrocinada pela Universidade do Nebraska, “os participantes articularam a visão de que 'os estudantes brancos precisam desesperadamente de "treino" formal em percepção racial e cultural. O objetivo moral de tal treino é eliminar a noção dos brancos em torno da privacidade e individualismo”.

Por vezes isto transforma-se em simples lavagem cerebral mascarada de pensamento crítico. Fonte menciona que, na Universidade de Columbia, “os novos estudantes são encorajados a livrarem-se das 'suas crenças sociais e pessoais que fomentam a desigualdade.' Para se levar a cabo isto, o deão assistente para os caloiros, Katherine Balmer, insiste que 'treinamento' é necessário. No princípio da década 1990, na Bryn Mawr, e segundo o programa escolar, no final da orientação dos novos estudantes, os mesmos estavam a 'ver-se livres' do 'ciclo de opressão' e transformarem-se em 'agentes de mudança'. O programa multicultural da Universidade de Syracuse está construído para ensinar os alunos que eles vivem 'num mundo impactado por vários tópicos de opressão, incluindo o racismo.'"

John Fonte é de opinião de que a resistência primária ao avanço do marxismo cultural nos EUA vem dum segmento que ele qualifica de “tocquevillianismo contemporâneo". "Seus representantes tomam a descrição empírica de Alexis de Tocqueville em torno do excepcionalismo americano, e celebram as características desde excepcionalismo como valores normativos que devem ser abraçados."

Tal como Tocqueville ressalvou nos anos 1830, os americanos de hoje "tal como no tempo de Tocqueville, são muitos mais individualistas, religiosos, e patrióticos que qualquer outra nação comparativamente avançada. O que era particularmente excepcional para Tocqueville (e para os tocquevillianos contemporâneos) é o singular caminho americano para a modernidade. Ao contrário de outros modernistas, os americanos combinaram crenças religiosas e patrióticas fortes com uma energia entrepreneurial dinâmica e incansável que colocava ênfase na igualdade e na oportunidade individual, e desdenhava afiliações grupais hierárquicas e ascriptivas."

Esta batalha está agora a ser levada a cabo na maioria das instituições americanas.

Os tocquevillianos e os gramscianos entram em rota de colisão em virtualmente tudo o que interessa. Os tocquevillianos acreditam que as verdades morais objetivas existem e que elas são vinculativas para todo o ser humano, independentemente da linha temporal. Os gramscianos acreditam que "verdades" morais são subjetivas e que as mesmas dependem de circunstâncias históricas. Os tocquevillianos acreditam na responsabilidade pessoal. Os gramscianos acreditam que "o pessoal é político".

Em jeito de análise final, os tocquevillianos são a favor da transmissão do regime americano; os gramscianos são a favor da transformação. Embora o marxismo econômico pareça ter morrido, a variedade hegeliana articulada por Gramsci e outros não só sobreviveu à queda do Muro de Berlim, como avançou para desafiar a república americana ao nível das suas ideias mais preciosas. Durante mais de dois séculos a América tem sido uma nação "excepcional", uma onde o dinamismo entrepreneurial tem sido temperado pelo patriotismo e um forte âmago religioso-cultural.

O triunfo final do gramscianismo significaria o fim desta América muito "excepcional". A América tornar-se-ia mais europeizada: estatista, amplamente secular, pós-patriótica, e preocupada com hierarquias de grupo e direitos de grupos onde a ideia da igualdade perante a lei, como tradicionalmente entendida pelo americanos, seria finalmente abandonada. Por trás do nosso aparente tempo plácido, as consequências ideológicas, políticas e históricas são enormes.

O britânico Anthony Browne escreve em The Retreat of Reason como o politicamente correto é muito mais intolerante com a dissidência que os liberais tradicionais ou os conservadores, visto que os liberais de tempos idos...

"aceitavam a não-ortodoxia como normal. De fato, o direito à diferença de opinião era um pilar do liberalismo clássico. O politicamente correto não confere a esse direito uma prioridade máxima uma vez que causa desconforto às suas mentes programadas. Aqueles que não se conformam (ao politicamente correto) têm de ser ignorados, silenciados ou desacreditados. Existe um tipo de totalitarismo suave no politicamente correto. Uma vez que os politicamente corretos não só acreditam que estão do lado da verdade mas também da virtude, logicamente segue que aqueles que se encontram na oposição não só estão errados, como são malignos. Na mente PC, a busca pela verdade confere-lhes o direito de limitar as posições daqueles que discordam."

“As pessoas que transgridem as crenças politicamente corretas são vistas não só como erradas, dignas de serem debatidas, mas malignas, dignas de serem condenadas, silenciadas e abafadas. A ascenção do politicamente correto representa um ataque à razão e à democracia liberal."

Browne define o politicamente correto como "a ideologia que classifica certos grupos de pessoas como vítimas que precisam de ser protegidas do criticismo, e que faz com que os crentes acreditem que nenhuma voz contrária deve ser tolerada." Ele avisa também que "boas intenções pavimentam a estrada para o inferno. O que não falta no mundo são boas intenções. O que falta são boas formas de raciocinar."

No entanto, Anthony Browne foca-se mais na situação geopolítica - e não na estratégia marxista - para explicar a ascensão do PC:

Essencialmente, o politicamente correto é o produto duma civilização poderosa mas decadente que se sente suficientemente segura para deixar de lado a razão e colocar no seu lugar a emoção, e de subjugar a verdade em favor do bem. No entanto, os ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001, e aqueles que se seguiram em Bali, Madrid e Beslan, deixaram um sentimento de vulnerabilidade que fez com que as pessoas se sentissem mais assertivas em relação aos benefícios e defeitos da civilização ocidental.

De alguma forma, a ascensão das potências do Leste, China e índia, vai garantir que nas décadas que se seguem, a culpa ocidental murche: tendo agora poderes análogos com os quais se comparar, o Ocidente não mais se sentirá inclinado a mergulhar em autocrítica, mas vai procurar formas de reafirmar a sua identidade. (...) a longo prazo, o politicamente correto será visto como uma aberração do pensamento ocidental.

O produto da posição única e inquestionável do Ocidente, a sua afluência sem rival, o declínio comparativo do Ocidente, quando comparado com o Leste, certamente que irá significar o fim do politicamente correto.

No seu artigo “Why Isn’t Socialism Dead?” Lee Harris pondera se o socialismo não se encontra vivo apenas e só porque não pode morrer. O economista peruano Hernando de Soto alegou no seu livro, "The Mystery of Capital", que o fracasso das várias experiências socialistas durante o século XX deixaram a humanidade com apenas uma escolha racional no que toca ao sistema econômico a adotar, nomeadamente, o capitalismo.

No entanto, alega Harris, "a vida dum socialista revolucionário é transformada porque ele aceita o mito de que um dia o socialismo triunfará, e a justiça geral prevalecerá."

Devido a isto, existe "uma analogia entre a religião e o socialismo revolucionário que aspira à aprendizagem, preparação, e até reconstrução do indivíduo - uma tarefa gigantesca...

Pode até ser que o socialismo não esteja morto porque não pode morrer.

Quem é que não quer ver os maldosos e os arrogantes julgados?

Quem, de entre os desprezados e entre os expulsos das suas terras, pode ficar imune à promessa dum mundo onde todos os homens serão iguais e onde todos terão o que precisam?"

Se calhar o socialismo é como o virus da gripe: ele continua em mutação e mal o nosso sistema imunitário derrota um tipo de vírus da gripe, ele muda o suficiente para não ser reconhecido pelo nosso corpo, e depois volta a atacar.

O politicamente correto pode atingir níveis absurdos. Em junho de 2006 a polícia canadense prendeu um grupo de homens suspeitos de planejarem um ataque terrorista. Alegadamente o grupo "estava bastante avançado nos seus planos" de atacar um certo número de instituições canadenses, entre elas o Parlamento Canadense - chegando ao ponto de se colocar a hipótese da decapitação do Primeiro Ministro - e o Metro de Toronto.

No entanto, o parágrafo inicial da história como reportada pelo Toronto Star em torno da prisão dizia:

Nas instalações dos investigadores, um gráfico complexo exibindo as ligações entre os 17 homens acusados de serem membros duma célula terrorista local cobre pelo menos uma parede. Mas mesmo assim, afirma uma fonte, é difícil encontrar um denominador comum.

Mike McDonell (Comissário Assistente da "Royal Canadian Mounted Police") disse que os suspeitos são todos residentes canadenses e que a maioria tem nacionalidade canadense. Ele disse que “eles representam um estrato alargado da nossa comunidade. Alguns são estudantes, alguns estão empregados, outros desempregados." No entanto havia um denominador comum entre todos os suspeitos que não foi mencionado: todos eles eram muçulmanos.

De igual modo, o artigo do dia 4 de junho presente na capa do New York Times era um estudo em torno da forma mais correta de não usar a perversa palavra começada por "m", os suspeitos eram referenciados como "residentes de Ontário", "residentes canadenses", "o grupo", "em larga maioria, descendentes de imigrantes provenientes do Sul da Ásia." Tudo e mais alguma coisa, desde que não fossem "muçulmanos."

O chefe policial de Toronto, Bill Blair, ressalvou orgulhosamente durante a conferência de imprensa que se seguiu à prisão dos suspeitos que "por parte dos agentes de autoridade, não posso deixar de notar que não houve uma única referência feita a "muçulmano" ou à comunidade muçulmana."

Antes do raid anti-terrorismo, a polícia canadense não só recebeu “treino de sensibilidade” como recebeu instruções cuidadosas em torno das tradições islâmicas tais como o manuseamento do Alcorão, o uso dos tapetes durante as rezas, e a auto-explosão durante um decurso duma prisão.

Como Charles Johnson do blogue "Little Green Footballs notou, “será que a polícia canadense extende tais considerações quando prende cristãos, judeus, hindus ou membros de outras confissões religiosas? Se não, então os muçulmanos já ganharam um reconhecimento importante ao serem tratados como "pessoas especiais."

Comentando a apreensão, o Globe e o Mail declararam que "este pode ter sido a operação anti-terrorismo mais politicamente correta da história." O aparato da segurança secreta canadense há já alguns anos que "desenvolvia esforços sérios para suavizar a sua imagem" junto aos muçulmanos.


O governo federal do Canadá chegou a considerar alterações no Anti-Terrorism Act de modo a tornar claro que a polícia e os agentes de segurança não levam a cabo discriminação religiosa. O jornal The Calgary Sun entrevistou o criminólogo canadense Mahfooz Kanwar, que declarou que o "multiculturalismo tem sido mau para a unidade do Canadá uma vez que leva a cabo uma ‘guetificação” das pessoas, e as faz acreditar, erradamente, que o isolamento e a não-adaptação na nova sociedade é perfeitamente aceitável. Não é... O politicamente correto é uma ameaça porque nós não conseguimos combater algo que nos recusamos a identificar e entender."

Kanwar disse que a quantidade de politicamente correto levada a cabo durante a prisão dos 17 Muçulmanos na área de Toronto foi "enjoativa."

“O politicamente correto já foi longe demais, e o mesmo ameaça a nossa sociedade,"
declarou Kanwar, nascido no Paquistão.

“É responsabilidade das minorias adaptarem-se à maioria e não o contrário,"
acrescentou Kanwar.

Entretanto, o Canadian Islamic Congress atribuiu culpas ao governo canadense por este não lhes dar dinheiro suficiente para lidar com o problema. Eles queriam mais financiamento de modo a que pudessem "cientificamente diagnosticar os problemas e elaborar soluções."

Para a nação inteira, eles queriam também um "Programa de Integração Inteligente", seja lá o que isso for. Uma vez que recentemente muçulmanos canadenses desenvolveram esforços para a implementação parcial das leis da Sharia no país, nós podemos suspeitar que a "integração inteligente" significaria que os não-muçulmanos deveriam demonstrar uma atitude mais apaziguadora.

Afinal, se as autoridades canadense prestaram atenção aos conselhos da compatriota Naomi Klein, estes planejados assassinatos em massa direcionados aos civis canadenses tem como causa o racismo canadense e o fato deste país não ser suficientemente multiculturalista.

Os muçulmanos querem matar os canadenses, e estes sorriem de volta, declaram como "os respeitam" e questionam de que forma é que eles (os canadenses) os podem agradar.

O politicamente correto conduz-nos a situações como esta.

Não é engraçado e nem é uma piada. O politicamente correto mata. Já matou milhares de civis ocidentais e se não for controlado, ele pode vir a matar nações inteiras ou, no caso da Europa, continentes inteiros.

Tal como já disse previamente, o Islã é apenas uma infecção secundária, uma que, de outro modo, nós poderíamos resistir. O marxismo cultural enfraqueceu o Ocidente e tornou-o pronto a ser tomado. O marxismo cultural é AIDS cultural, devorando o nosso sistema imunológico até que esteja demasiado fraco para resistir as tentativas de infiltração Islâmicas. O Marxismo Cultural tem que ser destruído antes que nos destrua a todos.

A aliança esquerdista-islâmica terá consequências profundas. Ou ela derrotará o Ocidente, ou ambos cairão juntos. Nós nunca chegamos a vencer a Guerra Fria do modo decisivo que a deveríamos ter vencido. O marxismo recebeu permissão para perdurar e, sorrateiramente ou através dum proxy, levar a cabo outro ataque contra nós. No entanto, este namoro com os muçulmanos pode potencialmente revelar-se mais devastador para os marxistas que a queda do Muro de Berlim.

Como William S. Lind ressalva: “embora estejamos atrasados, a batalha ainda não está decidida. Muito poucos americanos se apercebem que o politicamente correto é, na verdade, marxismo com outra roupagem. À medida que a realização se propagar, a resistência vai-se propagar também. Atualmente, o politicamente correto prospera ao se disfarçar. Através da resistência, e através da educação levada a cabo por nós mesmos (que deve fazer parte de todos os atos de resistência), podemos revelar a camuflagem e revelar o marxismo por trás de termos como "sensibilidade", "tolerância" e "multiculturalismo."

O politicamente correto é marxismo com uma operação no nariz. O multiculturalismo não tem nada a ver com a tolerância e a diversidade; é, sim, uma ideologia de ódio anti-ocidente criada com o expresso propósito de destruir a civilização ocidental.


Se nós formos capazes de demonstrar isto, uma parte importante da batalha estará já vencida.

Do blog Gates of Vienna.
Tradução: blog O Marxismo Cultural

26 Outubro 2012

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