Marco Aurélio diz que Barbosa pode não ter condições de presidir tribunal;
Barbosa diz que Marco Aurélio só é ministro porque parente de CollorPor Reinaldo Azevedo
Lamentável, sob qualquer aspecto que se queira, o bate-boca que vem a público entre os ministros do STF Marco Aurélio Mello e Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão.
O erro primeiro, sem dúvida, é de Mello, que, não tem jeito, não resiste a um jornalista.
Com ele, repórter jamais volta para a redação sem um texto.
E, quase sempre, com declarações impróprias sobre os colegas.
Por que um homem inteligente e capaz — e ele é essas duas coisas — não se contém?
Perguntem à vaidade.
Ontem, ele afirmou que Joaquim Barbosa pode não ter condições de presidir o Supremo em razão de seu temperamento. É um despropósito total!
Não lhe cabe fazer uma afirmação como essa!
Está muito além do aceitável.
Barbosa reagiu.
E, para não variar também, exagerou.
O ministro deveria ter claro que faz um grande trabalho como relator do mensalão, que tem tudo para entrar para a história.
Por isso mesmo, deveria ser mais contido — mormente porque, com efeito, está a pouco mais de um mês de assumir a presidência do tribunal.
Leiam trecho de reportagem do Globo Online:
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta quinta-feira à crítica do ministro Marco Aurélio Mello de que ele não teria condições de ser presidente da Corte devido aos constantes bate-bocas protagonizado com os colegas.
Barbosa insinuou que Marco Aurélio não tinha estudado o suficiente para chegar ao cargo, mas se valido do parentesco com o ex-presidente Fernando Collor, que o nomeou.
“Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar”, afirmou.
Barbosa também disse que Marco Aurélio costuma ser um problema para todos os presidentes do STF. E ressaltou que obedece às regras de convivência aprendidas não apenas nos livros, mas na vida.
“Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a Presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos 10 ou 12 anos. O apego ferrenho que tenho às regras de convivência democrática e de justiça me vem não apenas da cultura livresca, mas da experiência concreta da vida cotidiana, da observância empírica da enorme riqueza que o progresso e a modernidade trouxeram à sociedade em que vivemos, especialmente nos espaços verdadeiramente democráticos”, disse.
O ministro ainda ressaltou que, quando ocupar a presidência do STF, a partir de novembro, não tomará decisões ilegais e “chocantes para a sociedade”, e tampouco fará intervenções inapropriadas, apenas para se exibir, afirmando que as atitudes eram típicas de seu desafeto.
(…)
28/09/2012
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