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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Lula entra na articulação da CPI e deixa claro que o objetivo não é punir corruptos, mas pegar a oposição.




É mais uma contribuição sua para a miséria institucional brasileira



Existem muitos bons motivos para se instalar uma CPMI do caso Cachoeira.

Os dados que vazaram até agora sobre a investigação evidenciam que o bicheiro mantém uma rede de influência no Congresso, no governo federal e em governos estaduais.

Até onde vai?

Quem são seus operadores?

Em quais negócios atua?

Influenciou quais decisões do Congresso ou mesmo do Executivo?


Por tudo isso, a CPI é, em si, necessária.

Mas qual CPI se vai fazer e com que propósito?

A Folha desta quarta informa que a “ordem” para o PT aderir de vez à formação da comissão partiu de Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora nomes de petistas apareçam no esquema do bicheiro — ontem à noite, caiu o chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, do DF — e a construtora Delta seja íntima do PT, o chefão do partido quer vingança.

Acha que é hora de ir à forra e, às vésperas do julgamento do mensalão e em ano eleitoral, pegar mais algum figurão de um partido de oposição.

Paulo Okamoto, dirigente do Instituto Lula, falou pelo chefe ontem, informa a Folha:

“A princípio, Lula é a favor de que haja CPI.

O que ouvi ele dizer é que está com os poucos cabelos que tem em pé com tudo que há sobre o caso.

Se for verdade o que a imprensa está dizendo, Marconi entregou o Estado para Cachoeira”.


Segundo os dados até agora disponíveis, não há por que desconfiar mais de Perillo do que de Agnelo.

Que se apurem as responsabilidades de todos!

Mas que é um despropósito Okamotto, atuando como porta-voz de um ex-presidente da Repúbica, referir-se desse modo a um governador de Estado — e de oposição —, ah, isso é.

Especialmente quando não se tem ainda formalizada a acusação.

Imaginem se caberia a FHC comentar: “Os meus muitos cabelos estão em pé com o que ouço sobre o governo Agnelo…”

Como conheço a natureza desses patriotas petistas, escrevi ontem à tarde sobre a CPMI:


“Eis um sinal claro de que, caso se instale uma CPI, dada a folgadíssima maioria de que dispõe o governo, ela pode funcionar apenas como mais um instrumento do PT para massacrar a oposição.

Já está mais do que evidente que os petistas decidiram se organizar para defender os seus próprios criminosos. (…)”

Sem trocadinho, “Bingo!”

Eis Lula em ação!

A oposição se prepare muito bem para o embate.

Não estou sugerindo, inferindo ou insinuando nada, mas é bom lembrar que o advogado de Cachoeira é Márcio Thomaz Bastos, petista de quatro costados e íntimo de Lula, de quem é uma espécie de conselheiro.

Quem cobra R$ 15 milhões por uma defesa é mais do que um advogado; é também um estrategista.

Okamoto se refere a “tudo o que há sobre o caso”.

Saberá Lula o que ainda não sabemos?

Como?


É evidente que essa história não poderia ter vazado em momento mais apropriado para o PT e para os mensaleiros, mesmo havendo petistas no rolo.

Caso se instale a CPI, o governismo terá uma folgada maioria na comissão.

Se quiser, convoca para depor apenas figuras da oposição.

Lula está certo de que essa maioria e a natural disposição dos petistas para dar guarida a seus criminosos vão proteger o partido e destroçar o que resta de oposição
.
Mensalão

Denunciei aqui no dia 1º de abril (em homenagem aos vigaristas dos quais eu falava, viciados em mentira), a tentativa de usar o caso Cachoeira para livrar a cara dos mensaleiros.

O texto está aqui.

Dito e feito!

José Dirceu, essa alma cândida, e os outros 36 teriam sido apenas vítimas de uma grande tramoia, de que o agora cliente de Bastos seria parte.


Sim, a CPMI é uma necessidade. Mas os petistas já decidiram desmoralizá-la antes mesmo de sua instalação. Paulo Okamoto, falando em nome de Lula, deixa claro que o PT tentará usar a maioria governista na comissão para fazer guerra político-partidária.

Quem sabe um dia, mas não é fatal que aconteça, historiadores relatem a miséria institucional a que o lulo-petismo tentou conduzir o país.

Devemos a essa gente a criação de uma categoria nova da vida pública: os corruptos do bem. Ou como explicar o que afirmou Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara, sobre o filme em que o petista Rubens Otoni aparece acertando com Cachoeira o recebimento de R$ 200 mil “por fora”? Segundo o líder,
“trata-se de filmes de 2004.

Desde então, ele [Otoni|] vem sendo chantageado pelo Cachoeira.

E aquilo é um caso de caixa 2, que já prescreveu”.


As afirmações de Tatto e de Okamoto indicam que a CPMI tem tudo para ser um tribunal de exceção governista, comandado pelo PT.

A proposta não é punir e eliminar corruptos da vida pública, estejam onde estiverem, mas dar mais um passo para aniquilar a oposição.


A história e alguns exemplos da América Latina demonstram que um país sem oposição fica entregue… aos corruptos
!


                            

                                 11/04/2012



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