Sendo verdade o que consta no boletim de Ocorrência que Zé Dirceu registrou contra o repórter da Revista Veja, que teria tentado invadir sua suíte no seu bunker 5 estrelas, tenho que reprovar a atitude da revista e de seu jornalista, algo, porém, não me leva a crer muito nisso: o tempo
Por que não o fez na data do ocorrido que, sejamos lógicos, não ocorreu na data da queixa policial uma vez que não haveria tempo para que a reportagem fosse escrita, revisada, discutida, diagramada, imprimida e distribuída no exemplar do dia 31 de agosto, sem falar que a primeira foto da reportagem data de 7 de junho, quase dois meses antes.
Uma vez que Dirceu e seu fiel séquito comparam a atitude de Veja com as bisbilhotagens que destruíram um jornal e a credibilidade de Rupert Murdoch, na Inglaterra, não consigo deixar de fazer uma comparação com o caso Strauss-Khan, que tirou da competição o mais provável sucessor de Sarkozy, no eixo Nova Iorque-Paris. Só que em caminho inverso.
Em Nova Iorque uma camareira de moral duvidosa destruiu a imagem de um todo poderoso, em Brasília um todo poderoso de moral comprovadamente enlameada tenta destruir a reputação de uma revista com 43 anos de serviços prestados à democracia e à nação.
Não tenho procuração ou interesse para defender a revista Veja, mas não deixo de lembrar o furor comemorativo da esquerda quando o número 1 de veja foi às bancas com os símbolos comunistas na capa, em pleno 1968, quando eu era apenas um garoto de calças curtas interessado nas leituras do pai, leitor compulsivo.
O tempo, ah, o tempo...
Nos esquecemos de muitas coisas à toa e de algumas importantes, mas nos lembramos sem esforço da história acontecendo à frente dos nossos narizes.
A esquerda que tinha Veja como aliada, hoje a apedreja como inimiga mortal, dedicando à Carta Capital o status de seu único e confiável porta voz.
Contudo, a revista de Mino Carta que fique esperta.
É inerente à esquerda, desde Lênin até Celso Daniel, Palocci-Dirceu, Dirceu-Dilma, decapitar os aliados que não têm mais serventia.
Agosto 30, 2011
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