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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Más notícias do país de Dilma (2)

:: Os exemplos da incompetência do governo se multiplicam
Editorial
O Globo

Uma semana atrás, publiquei aqui
um apanhado de diversas notícias dos jornais comprovando que a propalada competência de Dilma Rousseff como gerente, administradora, é uma balela, uma lenda, uma invenção do marketing.

Em apenas uma semana, os jornais publicaram mais exemplos da incompetência do governo da presidente.


Só não vê quem não quer.

* Os programas não saem do papel (1).

O que se prometeu na campanha não se cumpre. Era puro estelionato eleitoral.

“Apesar de ter passado a campanha eleitoral prometendo priorizar a segurança, a presidente Dilma Rousseff não apenas não tirou do papel as promessas como cortou fortemente o orçamento da área. Só o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) perderá R$ 1,028 bilhão este ano, ou 47% do previsto.

O investimento feito nestes quatro primeiros meses de gestão Dilma é inferior ao executado no mesmo período do ano passado.

A criação dos postos de polícia comunitária e a modernização de cadeias, por exemplo, são projetos que ainda não receberam qualquer investimento. Apontado como solução para o patrulhamento de fronteiras, o projeto Vant (veículo aéreo não tripulado) também não decolou.” (O Globo, 1º/5/2011.)


* Os programas não saem do papel (2).

Durante a campanha eleitoral, Dilma Rousseff prometeu aumentar o o ritmo de criação de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Em abril, Dilma prometeu criar mais 81 escolas técnicas até 2012 e outras 120 até 2014. Só que o governo não consegue fazer funcionar nem sequer aas escolas técnicas existentes: como não dispõem de professores em número suficiente, 20 mil anos dessas escolas estão sem aula há mais de dois meses. (Estadão, 2/5/2011.)

* O governo constrói um capitalismo de Estado: para os amigos, todas as benesses.

O interesse público que se dane.

E que nós paguemos a conta.

As análises deixam isso claro:

“Fortalece-se na legenda (o PT) o projeto de um capitalismo de Estado à la Geisel, com empresários escolhidos a transitar pelos cofres do BNDES.

Do projeto fazem parte intervenções descabidas em empresas privadas, iguais à executada na Vale. (Editorial, O Globo, 3/5/2011.)


“Nunca antes na história deste país tivemos um capitalismo de Estado tão evidente. O aparelhamento da máquina estatal tem sido assustador. A ingerência no setor privado, como no caso da Vale, aumentou exponencialmente. E, talvez o exemplo mais sintomático, o BNDES foi transformado numa gigantesca máquina de transferência de riqueza dos pagadores de impostos para os grandes empresários aliados do governo. (…) Os desembolsos subsidiados (do BNDES) ficavam na faixa dos R$ 35 bilhões por ano antes de o PT chegar ao poder, e hoje os empréstimos chegam a quase R$ 150 bilhões por ano. (…) O governo seleciona as empresas ‘vencedoras’ de cima para baixo, com base em critérios políticos. Metade do crédito já depende do governo, o maior banqueiro do país!” (Rodrigo Constantino, economista, no Globo, 3/5/2011.)

“Apesar da falta de rumo na economia, dos sucessivos escândalos – mantendo a média da Presidência anterior, diga-se –, da incompetência administrativa, da inexistência de uma política estratégica e de tantas outras coisas, a presidente Dilma governa absolutamente tranqüila.

Entregou para os oligarcas, sempre sedentos de saquear o Erário, rendosos cargos; usa e abusa do BNDES, oferecendo, como uma rainha absolutista, fortunas ao grande capital parasitário; soldou uma aliança com as grandes construtoras – importantíssimas para financiar os partidos da base governamental, especialmente o PT – danosa ao interesse público, e cooptou as centrais sindicais, que foram adquiridas por um valor baixo, comparado ao que custou o apoio do grande capital.” (Marco Antonio Villa, historiador, no Globo, 3/5/2011.)


* O governo se mete onde não deveria.
Menos de um mês após ceder às pressões do governo e trocar seu presidente, a Vale, empresa privada, a maior do país, anunciou que entrará na construção e operação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Enquanto Roger Agnelli presidia a empresa, a Vale demonstrara claramente não ter interesse em entrar nessa canoa furadíssima que é Belo Monte. Forçada pelo governo, a empresa vai investir no consórcio formado para construir a hidrelétrica entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões. (O Globo, 29/4/2011.)

É um imenso desrespeito aos acionistas da empresa, uma intromissão absurda.

* O governo se mete onde não deveria.


Os Correios – a empresa estatal que não tem conseguido cumprir a contento sua obrigação de entregar cartas no menor prazo possível – foram autorizados a criar e comprar companhias aéreas. Medida provisória assinada pela presidente da República remodela a forma de atuação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, para permitir a entrada da estatal no projeto do trem-bala, a outra gigantesca canoa furada que o governo Dilma Rousseff insiste em criar. (O Globo, 29/4/2011.)

* A inflação dispara e o governo demonstra incompetência para enfrentá-la.

As análises deixam isso claro:


“Enquanto o governo e seus aliados fazem retórica sobre o combate ‘cauteloso’ à inflação, a alga de preços ganha impulso e vai contaminando todos os segmentos do mercado.

A presidente parece perigosamente inclinada a politizar o tratamento do assunto, seguindo a cartilha do PT, dos sindicatos e dos empresários mais dispostos a aceitar a inflação. Essa complacência poderá em pouco tempo destruir conquistas duramente alcançadas nos últimos 15 anos.” (Editorial, Estadão, 4/5/2011.)


“A redução no ritmo de aperto na política monetária, com o ajuste da taxa básica de juros de 0,25 ponto percentual, depois de duas elevações consecutivas de 0,5 ponto, reforçou a insegurança diante da efetiva capacidade de o governo Dilma Rousseff empreender um combate efetivo contra o repique da inflação.”
 

Segundo a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia 28 de abril, “a situação piorou desde sua reunião anterior, no começo do mês passado (março).

Se esse é o caso, por que a taxa básica subiu apenas 0,25 ponto percentual, metade da elevação aprovada nas sessões de janeiro e de março?” (Editorial, Estadão, 29/4/2011.)


“O mercado está descrente. Recebe cada declaração do ministro Guido Mantega com a mesma confiança quando a ministra Zélia Cardoso de Mello dizia, no governo Collor, que tudo na economia estava caminhando bem.

E quanto mais o governo insiste que a inflação está sob controle – desmentindo a realidade –, maior a desconfiança.” (Marco Antonio Villa, historiador, no Globo, 3/5/2011.)


* Números que apavoram


Rombo de R$ 2,8 bilhões no FAT pune microempresas. O déficit nas contas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) chega a R$ 2,8 bilhões este ano, e a tendência é de piora. Com isso, o governo deixará de financiar, a partir de 2012, projetos de micro e pequenas empresas. Projeções do Ministério do Trabalho mostram que o valor para essas operações de financiamento cairá dos atuais R$ 3,5 bilhões para zero. As contas do FAT apresentam desequilíbrio crescente, apesar do aumento do emprego formal. (O Globo, 2/5/2011.)

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