Por Josef Barat
O Estado de S. Paulo
Recente Nota Técnica elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, em 2010, 14 dos 20 maiores aeroportos administrados pela Infraero operaram acima da sua capacidade nominal. Isso porque, de 2003 a 2010, o número de passageiros/ano passou de 71 milhões para 154 milhões - um crescimento médio anual acima de 10%. Mas os investimentos realizados nesse período não removeram os enormes gargalos que travam o desenvolvimento do transporte aéreo e infernizam a vida de passageiros e tripulantes.
Embora atingindo R$ 8,8 bilhões (média anual de R$ 1,1 bilhão), as aplicações feitas por Infraero e Orçamento Fiscal não solucionaram as insuficiências ou deficiências nos diversos componentes da infraestrutura aeroportuária (pistas, pátios, controle de tráfego, acessos e estacionamentos e terminais de passageiros e cargas) diante do acelerado crescimento da demanda. Os planos, projetos e ações de longo alcance foram preteridos em favor de medidas paliativas e pontuais, dificultando o encaminhamento de soluções mais duradouras. A nota ressalta que o nível mais elevado de investimentos (R$ 1,5 bilhão) ocorreu em 2006, justamente no auge do "apagão aéreo". Neste ano, o custo dos congestionamentos provocados pelo apagão foi estimado em R$ 1 bilhão.
Vários estudos realizados em 2009 e 2010 - entre eles um mais amplo, feito pelo Ipea; um da Coppe-UFRJ; um feito pela MacKinsey para o BNDES; e um da Fiesp - apontaram, em horizontes variáveis de tempo, uma futura média anual de investimentos em torno de R$ 1,5 bilhão, pouco mais elevada que a de 2003 a 2010. São previsões otimistas, tendo em vista a pressão decorrente da realização da Copa e da Olimpíada, eventos importantes para mobilizar a opinião pública em relação ao problema dos aeroportos e pressionar o governo.
0 comentários:
Postar um comentário