BRASIL - ITÁLIA
O ex-presidente brasileiro, Lula, conseguiu a proeza de reunir em torno de um mesmo objetivo, praticamente todas as tendências política italianas, nos protestos contra o ato de ter negado ao governo italiano a extradição do terrorista Cesare Batista, condenado a prisão perpetua no seu país.
A atitude do governo brasileiro fere o tratado de extradição assinado pelos dois países e cria embaraços internacionais para o Brasil, que passa a ser visto como abrigo de terroristas procurados.
Um preço caro demais para proteger um frio assassino.
A atitude do governo brasileiro fere o tratado de extradição assinado pelos dois países e cria embaraços internacionais para o Brasil, que passa a ser visto como abrigo de terroristas procurados.
Um preço caro demais para proteger um frio assassino.
Foto: Reuters
Em frete a embaixada brasileira, Roma, a placa dos manifestantes equipara Lula e Battisti, denominando-os de “covardes”.
Em frete a embaixada brasileira, Roma, a placa dos manifestantes equipara Lula e Battisti, denominando-os de “covardes”.
Fontes: Corriere della Sera, Reuters , La Reppublica, Veja, Noticia R7, Agência Brasil, Notizie Yahoo, STF, BBC Brasil
O governo italiano entrou nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de indeferimento da petição para a soltura do ex-ativista Cesare Battisti, de 56 anos, cumpre prisão preventiva em Brasília desde 2007,condenado a prisão perpétua em seu país.
Os advogados de Battisti haviam entrado com um pedido de soltura do italiano, logo após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu último dia como presidente ter negado o pedido de extradição do governo italiano.
Nesta terça-feira, nas mais importantes cidades da Itália, ocorreram protestos contra essa decisão do governo brasileiro. Em Roma e Milão os manifestantes concentraram-se em frente a representações diplomáticas brasileira.
Entre os manifestantes estavam familiares das vítimas dos crimes cometidos por Cesare Battisti, parlamentares de praticamente todos os partidos, partidários do governo e da oposição e cidadãos comuns revoltados com à decisão.
Foto: Ansa/Corriere della Sera
Diante do consulado brasileiro em Milão faixas com a palavra “vergonha” foram coladas em frente ao prédio. Outro cartaz continha a imagem de Andrea Campagna, policial morto em 1979 em crime atribuído a Battisti, e, embaixo, uma foto de Battisti com os dizeres em inglês: “Procurado vivo ou morto”.
Manifestantes gritaram slogans como “Battisti matou os homens, Lula matou a justiça” e “Battista e Lula, o assassino e o seu cúmplice”.
O ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, presente na manifestação em Milão e uma das vozes mais importantes do governo Berlusconi, disse à BBC Brasil que a decisão de Lula foi uma “traição”.
“Foi uma punhalada pelas costas, feita no último segundo, um presente aos extremistas do seu partido. Eu não creio que a grande maioria de brasileiros queira encontrar na rua um homem manchado de sangue e condenado por quatro crimes”, declarou.
Em Turim – onde fica a sede da Associação das Vitimas de Terrorismo na Itália –, militantes do Partido Liberal, de Berlusconi, acenaram com bandeiras italianas sob uma grande faixa na qual se lia “Brasil, cúmplice dos terroristas – extradição agora”.
Foto: Ansa/Corriere della Sera
O responsável internacional da Associação das Vítimas do Terrorismo na Itália, Luca Guglielminetti disse "O governo italiano Estado deve levar a questão novamente ao Supremo Tribunal Federal brasileiro e tudo indica que também apresentará o caso na Justiça internacional, na Corte de Haia”.
Acrescentou que que:“Apoiamos iniciativas de cidadãos rumo ao boicote, como por exemplo, de viagens de turismo ao Brasil, e a revisão das relações comerciais entre os dois países", disse. "A decisão de Lula foi um sonoro tapa no rosto de toda a população, instituições públicas e familiares das vítimas italianas".
Em Roma, na Praça Navona, em frente à embaixada do Brasil, a polícia reforçou a segurança por causa dos protestos, que reuniram parlamentares, militantes dos partidos de centro-direita e familiares de vítimas.
Foto: Ansa/Corriere della Sera
Nos arredores da embaixada brasileira em Roma, haviam cartazes que defendiam a permanência de Cesare Battisti longe da Itália. Eles continham a assinatura de um grupo chamado Militant e traziam slogans como “a perseguição acabou” e agradeciam a “coragem” de Lula
Nos arredores da embaixada brasileira em Roma, haviam cartazes que defendiam a permanência de Cesare Battisti longe da Itália. Eles continham a assinatura de um grupo chamado Militant e traziam slogans como “a perseguição acabou” e agradeciam a “coragem” de Lula
. No Brasil o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, determinou que “o pedido de Extradição do italiano Cesare Battisti seja desarquivado e que a petição que solicita sua imediata soltura seja anexada aos autos”.
O presidente do Supremo até segue a rotina processual, visando despachar os pedidos de liberdade feita pelos advogados de Battisti e o pedido de permanência dele no cárcere requerido pelo governo italiano.
Em seguida o processo será encaminhado ao seu relator original, o Ministro Gilmar Medes, atualmente de férias em Paris, que só deve reexaminá-lo a luz da nova situação processual, no começo dos trabalhos da Corte, dia 01 de fevereiro.
Mas seja qual for à decisão do relator, o pleno da corte deverá ser consultado. Lembrar que Gilmar Mendes foi a favor da extradição, quando da decisão inicial e foi seguido por mais quatro ministros. Mesmo com o placar vitorioso a favor da extradição 5 a 4, os Ministros decidiram também que seria de Lula a palavra final, pois a eles só competia aplicar a decisão de moto próprio se ela fosse favorável ao cidadão ameaçado de extradição.
Para embolar ainda mais a situação, quando o processo for novamente levado a corte, deverá haver um novo ministro no supremo, nomeado para ocupar a vaga existente pela Presidenta Dilma Rousseff.
O primeiro Ministro Silvio Berlusconi, instruído por advogados, vem declarando que o fato da negativa de extradição de Battisti “não mudará as relações entre Itália e Brasil.” Despolitizando a questão.
A estratégia quer evitar, que em tribunais internacionais, os argumentos da Itália sejam contrapostos por ilação da defesa de que há um extremado clima de vingança, por parte do governo italiano, o que poderia favorecer Cesare Battisti.
Para o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, e o jurista internacional italiano Antonio Cassese, com a decisão de Lula, o Brasil violou o Tratado de Extradição, que firmou com a Itália.
Toda essa confusão porque Lula querendo aparecer na mídia mundial e alegrar a parte mais radical do PT resolveu proteger um terrorista, mesmo que isso venha a causar prejuízos e desprestígio para o Brasil.
Foto: Getty Images
PROVA VIVA- O Primeiro Ministro italiano, Silvio Berlusconi, recebeu simbolicamente uma das vítimas de Battisti, Alberto Torreggiani, que aos 15 anos ficou paraplégico, baleado numa ação do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), do qual fazia parte o terrorista protegido por Lula. Os bandidos mataram o seu pai, o joalheiro Pierluigi Torregiani, num ato de vingança por ter ele reagido anteriormente a um assalto.
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