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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

No julgamento do caso Celso Daniel, MP vai apontar esquema de corrupção do PT como motivo do crime

Promotoria sustentará para o júri a tese de que o crime foi encomendado




"Havia um grande esquema de corrupção na prefeitura de Santo André.

A morte de Celso Daniel foi encomendada"


Francisco Cembranelli, promotor

O primeiro dos sete acusados de participação no assassinato do então prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002, será levado a júri popular nesta quinta-feira.

O Ministério Público vai pedir que Marcos Roberto Bispo dos Santos seja condenado a, no mínimo, 12 anos e, no máximo, 30 anos de prisão pela acusação de ter matado o ex-prefeito.

Mas o promotor Francisco Cembranelli sustentará a tese de que o assassinato do petista ocorreu a mando de uma organização criminosa que desviava recursos da prefeitura.

Para o MP, Celso Daniel morreu porque, indicado coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2001, passou a discordar da forma como a roubalheira municipal vinha sendo praticada. "Havia um grande esquema de corrupção na prefeitura de Santo André. A morte de Celso Daniel foi encomendada", afirmou o promotor ao jornal O Estado de S. Paulo.


Depoimentos de pelo menos cinco testemunhas e a descoberta do envolvimento do prefeito assassinado em um esquema de corrupção levaram o Ministério Público de São Paulo a concluir, ainda em 2003, que o assassinato do petista foi um "crime de mando".

Celso Daniel foi sequestrado na noite de 18 de janeiro de 2002 e morto na tarde do dia seguinte. Reduzido à sua essência, o caso se compõe de dois crimes.

O primeiro é o assassinato do prefeito em si.

O segundo, o esquema de corrupção formado na cidade que ele administrava. Há fortes indícios de que haja uma conexão entre ambos.


O empresário Sérgio Gomes da Silva, amigo do prefeito morto, foi denunciado pelo MP como mandante do crime.

Junto com outros sete acusados, ele responderá por homicídio triplamente qualificado.

De acordo com o Estado de S. Paulo, Cembranelli dirá aos jurados que o dinheiro desviado pela quadrilha de Santo André tinha dois destinos inequívocos: contas pessoais de integrantes do grupo e caixa de campanha do PT.


Segundo o promotor, Celso Daniel foi eliminado "por um grupo de bandidos perigosos contratados para ação ousada cujo objetivo era garantir a continuidade de vários crimes contra a administração pública". "Está documentado.

Existem vários processos em Santo André contra essas pessoas que dilapidaram o patrimônio público, desviavam dinheiro para suas contas pessoais", afirmou Cembranelli.

"Havia um desvio para caixa de campanha e havia desvio bastante grande para contas pessoais", completou.


Cembranelli citou ao jornal até mesmo o nome de Gilberto Carvalho, assessor especial da Presidência, que foi secretário municipal e chefe de gabinete na gestão Celso Daniel.

"Carvalho faz parte de um contexto. É mencionado por 5 pessoas ouvidas pelo Ministério Público.

Todos ali sabiam (da corrupção), até a vítima sabia e isso acontecia com a anuência dele."


 

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