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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ou nós não estamos vivos ou eles pensam que são vivos demais

A coluna previu há um ano que a taxa de aprovação do governo Lula, se dependesse dos institutos de pesquisa, acabaria chegando a 100% ─ ou 103%, se oscilasse inteira para cima a margem de erro recomendada por quem lida seriamente com estatística.

A última pesquisa do Ibope informa que o campeão de popularidade ainda não chegou lá. Mas ofereceu a Lula uma descoberta espantosa: o índice de reprovação pode ter chegado a zero.

O próximo post vai mostrar como agem e o que pretendem os adivinhos de araque. Antes, é preciso sublinhar que, no Brasil do Ibope, foram reduzidos a 3% do eleitorado os que acham ruim ou péssimo o desempenho do governo.

Se o índice está correto, são 4 milhões de brasileiros. Se a margem de erro oscila para cima, sobem para 8 milhões. Se oscila para baixo, o índice desce a zero. Nesta hipótese, a tribo dos descontentes foi extinta. Não sobrou nenhum.

Já desconfiado daqueles 5%, o comentarista Renato Vieira precisou de cinco palavras para fazer o resumo da ópera: “Nós somos margem de erro”.

Ou nem isso, compreendi ao rever a pesquisa. Se o Ibope acertou, é possível que nenhum de nós exista. Nem o colunista, nem os leitores.


Há uma lógica nessa loucura: no país do faz-de-conta que Lula governa, não pode existir gente que vê as coisas como as coisas são.

Melhor transferir a interrogação perturbadora para o timaço de comentaristas: nós já não estamos vivos ou os comerciantes de porcentagens pensam que são vivos demais?

Vocês decidem.


1 comentários:

Anônimo disse...

Amigos,
Como vocês sabem, a esquerda revolucionária vive na segunda realidade, negando o concreto em nome da ideologia. Reparem com a tática revolucionária de Lula - dizer uma coisa e fazer outra de forma explícita - é seguida por seus subordinados, ministros, petistas em geral e pela candidata Dilma agora. Num dia, ela veste o boné do MST, no outro fala que é contra o MST e no outro vai tomar chá com socialites. É nessa lacuna moral e ética que a esquerda faz a festa, cobrando da oposição aquilo que ela mesma sabe que não vai fazer. As pesquisas eleitorais estão todas viciadas, mas não há mais jornalistas para questioná-las, pois toda a mídia também já foi cooptadas pelo esquema esquerdista. Até quem recebe o Bolsa-esmola tem críticas ao governo Lula, mas essas jamais chegarão ao conhecimento do público pela grande mídia. Estamos vivendo um roteiro kafkiano total e ter a consciência disso torna-se cada vez mais apavorante. Parodiando o romance de sci-fi do Richard Matheson, nós (3% críticos ao Lula) somos a lenda.
Fernando Silva - SP