Os Estados Unidos sabiam há semanas que um nigeriano estava sendo preparado no Iêmen para realizar um atentado contra civis, segundo informações da imprensa americana nesta quarta-feira.
O jornal The New York Times e a rede de televisão ABC News, que deram a notícia, não divulgaram quem foi a fonte da informação.
O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos, é acusado de ter tentado explodir um avião que fazia o trajeto entre Amsterdã e a cidade americana de Detroit, na última sexta-feira.
Abdulmutallab, que está detido em uma prisão do Estado americano de Michigan, havia iniciado a viagem em Lagos, na Nigéria.
Acredita-se que as informações sobre um nigeriano no Iêmen que poderia representar uma ameaça tenham vindo do próprio governo iemenita ou de serviços de inteligência americanos, que podem ter interceptado e-mails ou telefonemas.
Abdulmutallab viveu no Iêmen de agosto ao começo de dezembro, de acordo com o Ministério do Exterior iemenita. Ele tinha um visto para estudar árabe em um instituto da capital do país, Sanaa.
Aeroportos
Em uma coletiva, a ministra do Interior da Holanda, Guusje Ter Horst, disse que, dentro de três semanas, serão introduzidos no aeroporto de Amsterdã aparelhos que fazem a "leitura" do corpo inteiro dos passageiros com o uso de microondas, para aqueles que embarcam rumo aos Estados Unidos.
Em entrevista à BBC nesta quarta-feira, a ministra da Informação da Nigéria, Dora Akunyili, se defendeu de críticas ao esquema de segurança no aeroporto de Lagos.
"Não somos desorganizados, e nossos aeroportos são muito seguros", afirmou.
Segundo ela, imagens de circuito interno de TV mostram Abdulmutallab passando pela checagem antes de embarcar no avião rumo a Amsterdã.
Obama
Um porta-voz da CIA (agência de inteligência americana), George Little, disse que o órgão sabia de Abdulmutallab desde novembro, quando seu país, que havia perdido o contato com ele, visitou a embaixada americana na Nigéria em busca de ajuda para localizá-lo.
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que “falhas sistêmicas” teriam contribuído para o atentado.
O presidente disse que quer saber como o alerta do pai de Abdulmutallab não levou à inclusão do nome do nigeriano na lista de pessoas proibidas de entrar nos Estados Unidos.
“Houve uma combinação de falhas humanas e sistêmicas que contribuíram para essa potencial catastrófica brecha na segurança”, disse o presidente.
“Precisamos aprender com esse episódio e agir rapidamente para consertar as falhas no sistema”, afirmou.
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