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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Presidente prometeu rever decreto e pediu explicações de Tarso.

Lula deve rever decreto que fez cúpula das Forças Armadas ameaçar demissão


Militares reforçaram nesta terça pedido de modificação do decreto.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve rever um decreto proposto pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos e assinado por ele que gerou controvérsia entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. O decreto, publicado no Diário Oficial da União no dia 22, propõe a criação da Comissão Nacional da Verdade, que investigaria violações aos direitos humanos durante a ditadura militar.

O documento sugere ainda a revogação de leis do período que vai de 1964 a 1985 que sejam contrárias aos direitos humanos ou que tenham dado sustentação a graves violações. Tudo depende de aprovação no Congresso Nacional.

Os comandantes militares e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, consideram que o artigo do decreto que possibilita a revogação de leis editadas durante a ditadura abre a possibilidade de revisão da Lei de Anistia, de 1979. A lei perdoou todos os que cometeram crimes praticados por motivação política durante o regime militar.
A legislação valeu para agendes da repressão e militantes de esquerda.

Jobim e os comandantes militares criticaram o decreto por não incluir a investigação de excessos praticados por grupos da esquerda armada. Eles apresentaram carta de demissão coletiva ao presidente lula. O presidente disse que assinou o documento em meio aos debates da conferência do clima, em Copenhague e não percebeu a omissão quanto aos grupos de esquerda. Ele também prometeu rever o decreto.



Lula cobrou explicações do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. Nesta terça-feira (29), Tarso minimizou a crise. “Não há nenhum tipo de pedido de demissão e nenhuma controvérsia insanável entre ministério da defesa e secretaria de direitos humanos”, disse após sair de uma reunião com Lula. 

Militares

“Eu espero que o decreto seja revisto e seja reformulado no sentido de proporcionar uma pacificação da sociedade brasileira”, defendeu o presidente do Clube Militar, general Gilberto Figueiredo. A Ordem dos Advogados do Brasil, por sua vez, considera que crimes como a tortura não devem ser prescritos. “O Brasil tem que encontrar o seu passado para que ele não se repita na parte ruim”, disse o presidente da OAB, Cézar Britto.

Para o brigadeiro da reserva José Carlos Pereira, não é hora de reabrir feridas. “Se a coisa é séria e se que investigar, ir fundo no problema, teria que investigar os dois lados,é claro. Mas me parece que não é o caso, nem de investigar um lado nem de investigar o outro”, disse.


Segundo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da Comissão de Segurança da Câmara, a anistia não deve ser revista porque pacificou o país. “A anistia foi a pedra de toque da transição da ditadura para a democracia e acredito que isto é um pacto político e como tal não vale a pena reabrir essas velhas feridas”, afirmou ele.

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