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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Polícia Federal desmonta versão panetone

Perícia da Polícia Federal conclui que Arruda forjou recibos para justificar os R$ 50 mil recebidos de Durval
ANDREI MEIRELES
 Reprodução 
Pressionado por lobista, Arruda inventou a compra de panetones

Flagrado em vídeo recebendo R$ 50 mil em dinheiro vivo de seu ex-secretário Durval Barbosa, o governador de Brasília José Roberto Arruda disse que eram recursos para a compra de panetones, que depois teriam sido distribuídos em comunidades carentes.

A investigação da Polícia Federal mostra que a versão de Arruda também seria uma fraude.

Segundo apurou a PF, há 20 dias o empresário Roberto Cortopassi Júnior, um dos donos da empresa da WRJ Engenharia, chamou para uma conversa o lobista Renato Malcotti – apontado pelos federais como um dos principais operadores financeiros do governador – num café no Shopping Liberty Mall.

Cortopassi chegou com um laptop e exibiu para Malcotti um fragmento do vídeo em que Arruda recebe o dinheiro das mãos de Durval.

Malcotti teria feito uma ameaça: se Arruda não determinasse ao Banco de Brasília, um banco estatal, a suspensão da cobrança de uma dívida milionária de sua empresa, ele iria divulgar o vídeo.

Diante da ameaça, o governador foi aconselhado por advogados a ter uma explicação para o destino do dinheiro.

A compra de panetonecrime eleitoral, uma acusação que três anos depois das eleições teria pouca conseqüência prática. Há 10 dias, Durval foi chamado à residência oficial do governador, em Águas Claras, onde Arruda lhe teria pedido para assinar recibos sem datas que justificariam os gastos com os panetones.

Na ocasião, Durval indagou: “E como eu vou explicar a origem do dinheiro?”.

Um dos assessores de Arruda apontou uma saída:

“Diz que foi uma vaquinha entre amigos”.

A reunião em Águas Claras foi monitorada pela PF. “Esperto, Durval assinou os recibos com um tipo de caneta que facilita a identificação de quando foi usada”, disse a ÉPOCA um investigador da Operação Pandora.

De posse de cópias dos recibos, Durval foi direto da casa oficial do governador para a Polícia Federal.

Ali, ele entregou os papéis para serem submetidos a uma perícia do Instituto Nacional de Criminalística.

A conclusão foi de que a assinatura era recente.

“A tinta ainda estava fresca”
, diz um dos investigadores. 

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