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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

MPF denuncia Bumlai, Vaccari e mais nove por corrupção na Petrobras


Investigações apontam que grupo desviou R$ 18 mi para abastecer os cofres do PT


 Por Renato Onofre
*enviado especial a Curitiba
O Globo

São Paulo — O Ministério Público Federal denunciou, nesta segunda-feira, o pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras nove pessoas por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. De acordo com as investigações, o grupo desviou R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT. O MPF pede a reparação mínima de R$ 53,5 milhões.

Bumlai está preso em Curitiba desde o dia 24 de novembro deste ano, acusado de corrupção e gestão fraudulenta. Ele teria ajudado o Grupo Schain, para fechar um contrato sem licitação com a Petrobras, no valor de R$ 1,3 bilhão, para a operação de um navio-sonda operado pela Schahin Engenharia.

— Bumlai não é centro dessa investigação. Bumlai nada mais é do que operador de um partido político. Ele é operador do Partido dos Trabalhadores — afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava-Jato.

Além de Bumlai e Vaccari, foram indiciados o filho do pecuarista Mauricio de Barros Bumlai e sua nora Crisitiane Barbosa Dodero Bumlai. Foram denunciados também Nestor Cerveró, Jorge Zelada, ambos ex-diretores da áera Internacional da Petrobras, o ex-gerente da estatal Eduardo Musa, e os executivos do Banco Schahin: Salim Schahin, Milton Schahin e Fernando Schahin. O lobista Fernando Baiano também foi denunciado.

Na sexta-feira, a PF havia indiciado o pecuarista. Os policiais afirmam que há vários indícios de que ele tenha faltado com a verdade no depoimento que prestou à PF. Na ocasião, ele negou ter proximidade com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

De acordo com o MPF, o esquema de corrupção ocorreu em três momentos. O primeiro foi em outubro de 2014. Bumlai avalizou, junto ao Banco Schahim, um empréstimo de R$ 12 milhões para o PT. Os investigadores afirmam que a operação financeira não tinha lastro e garantia real. Em troca, o Grupo Schahin conseguiu contratos com a Petrobras.

Para garantir os contratos, entre outubro de 2006 e janeiro de 2009, os irmãos Schahin — Milton, Fernando e Salim — ofereceram US$ 1 milhão a Musa, além da quitação da dívida do PT — que na época já era de R$ 18 milhões. Em troca, eles pediram a garantia da contratação da construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, um contrato de US$ 1,6 bilhão. A negociação foi conduzida por Bumlai e Salim Schahin com a intermediação do lobista Fernando Baiano e pelo ex-tesoureiro do PT.

Em 2009, para ocultar o empréstimo, Bumlai "vende" embriões ao Grupo Schahin e, em troca, recebe notas promissoras do banco e quita a dívida. A denuncia será analisada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz o julgamento da Lava-Jato. Caso aceita a denúncia, o juiz abre uma ação penal.

14/12/2015

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