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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O currículo de Lula e as perguntas que o Ibope não faz



Com esse CV, deveria ser candidato à presidência ou preso pela Polícia Federal?


Por Felipe Moura Brasil
Veja.com


O Ibope diz que 55% dos brasileiros não votariam em Lula de jeito nenhum.

Mas isto é porque a pergunta não informa aos eleitores o currículo resumido do eventual candidato.

Eu sugiro duas perguntas para a próxima pesquisa:

Caro eleitor,

1) Você votaria num candidato…

– em cujo governo se institucionalizou o maior esquema de corrupção da história do mundo, conhecido como petrolão, além do esquema de compra de apoio parlamentar conhecido como mensalão, do qual ele era, politicamente, o maior beneficiário;

– suspeito de tráfico nacional (no BNDES) e internacional de influência para favorecer a empreiteira Odebrecht, cujo dono acabou preso, acusado de organização criminosa, lavagem de capitais e corrupção, inclusive em contratos com a Petrobras;

– suspeito de ter vendido a Medida Provisória 471 durante o seu mandato presidencial para favorecer montadoras de veículos com a prorrogação de incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano;

– cujo filho Luiz Cláudio tem uma empresa, a LFT Marketing Esportivo, que recebeu R$ 2,4 milhões de Mauro Marcondes, um dos lobistas investigados por negociar a edição e a aprovação da MP 471;

– cujo filho Luiz Cláudio, formado em educação física e ex-auxiliar de preparadores físicos, conseguiu ainda a proeza de atrair para um torneio de futebol americano o patrocínio milionário de empresas como Budweiser (grupo Inbev), Energético TNT (Cervejaria Petrópolis), Caoa Hyndai, Tigre, Sustenta Energia (grupo JHSF), Qualicorp e Gol, algumas das quais devem muito ao governo do partido do pai.

– cujo melhor amigo, José Carlos Bumlai, que tinha trânsito livre em seu gabinete, é investigado pela Polícia Federal após ser acusado por um pagador de propinas de ter recebido R$ 2 milhões para intermediar negócios no setor de petróleo;

– cuja nora teria sido a beneficiária desses R$ 2 milhões, como possível forma de pagamento pelo lobby que o sogro teria feito na empresa Sete Brasil – em reuniões confessadamente marcadas por Bumlai – a favor do estaleiro de Eike Batista.

– que, segundo o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), “colocou uma quadrilha do seu partido para roubar carteiro e viúva de carteiro” nos fundos de pensão, o que resultou em nova CPI, para a qual o PT barrou a convocação de Bumlai evidentemente com medo das consequências.

– cujo filho Fábio Luís era, nas palavras do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), “limpador de estrume de elefante no Zoológico de São Paulo” e, após a posse do pai como presidente, tornou-se um megaempresário, que foi enriquecendo conforme sua produtora recebia milhões de reais da Telemar, empresa depois favorecida pela alteração de uma lei mediante decreto assinado pelo presidente papai.

– cujo sobrinho, Taiguara Rodrigues dos Santos, era um pequeno empresário em Santos-SP, até que uma de suas empresas de engenharia, a Exergia Brasil, foi contratada pela Odebrecht para uma obra em Angola, no mesmo ano em que a empreiteira conseguiu no BNDES um financiamento para esse projeto;

– cujo sobrinho Taiguara ganhou contratos de obras justamente após o titio ex-presidente ter viajado, com dinheiro da Odebrecht, para negociar transações para a empreiteira; e acabou recebendo dela, ao longo de quatro anos, 2 milhões de dólares, conforme o próprio Taiguara admitiu à CPI do banco, sem conseguir comprovar as credenciais que lhe aproximaram dos contratos milionários;

– dono de uma cobertura tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), uma das oito obras assumidas por uma empreiteira envolvida no petrolão, a OAS, depois da quebra em 2006 da Bancoop, então presidida por seu amigo João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT atualmente preso pela Operação Lava Jato.

– cujo tríplex e cujo sítio tiveram suas reformas pagas pela mesma OAS, cujo presidente, Léo Pinheiro, que o chamava de “chefe”, também está preso.

– cujo nome estava junto ao de Gilberto Carvalho e José Dirceu na lista de políticos que um empresário ameaçava envolver na teia criminosa que resultou no assassinato, em 2001, do petista Celso Daniel, então prefeito de Santo André;

– cujo partido usou a Petrobras, segundo o operador do mensalão Marcos Valério, para levantar 6 milhões de reais e comprar o silêncio do chantagista citado no item anterior;

– cujo emissário teria sido imbuído com a missão de arranjar serviço e dinheiro para o marido de sua famigerada amante, Rosemary Noronha, que ameaçava contar tudo que sabia dos esquemas dele após ser abandonada;

– que disse, em evento partidário, que o seu ex-ministro e antigo braço-direito José Dirceu, duplamente preso pelo mensalão e pelo petrolão, “tem o meu aval”, e depois mentiu em entrevista à TV sobre os condenados pelo mensalão, dizendo que “não se trata de gente da minha confiança”;

– que deu apoio eleitoral ao ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, cujo governo foi acusado por um promotor de Justiça foragido de tê-lo pressionado para forjar provas que justificassem a prisão e a condenação do opositor político Leopoldo López, a quem senadores brasileiros foram proibidos de prestar uma visita na cadeia quando estiveram no país;

– que se negou a extraditar o criminoso italiano Cesare Battisti, acusado de matar quatro pessoas, para um país democrático que o julgou e condenou democraticamente;

– que legitimou moralmente os crimes fiscais da sucessora e afilhada política, Dilma Rousseff, com a mentira de que as chamadas “pedaladas” foram destinadas a pagar programas sociais como o Bolsa Família, quando, na verdade, elas bancaram grandes empresas e produtores rurais, segundo os próprios dados do BNDES e do Banco do Brasil enviados ao jornal Folha de S. Paulo;

– cuja sucessora e afilhada teve suas contas públicas reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mentiu para a população cometendo uma série de estelionatos eleitorais e ainda quebrou o país, após ter sido eleita e reeleita com dinheiro supostamente roubado da Petrobras no esquema montado no governo do padrinho e continuado durante o seu mandato;

– que, apesar das prisões de seus amigos, companheiros e contratantes; das citações de seu nome e de seus parentes nas investigações dos escândalos de corrupção; do depoimento do doleiro Alberto Yousseff para quem ele sabia de tudo do petrolão; e de mais um monte de passagens nebulosas de sua biografia que não caberiam no presente questionário, sempre alega descaradamente que não sabia de nada, enquanto trama golpe atrás de golpe para salvar a própria pele?

a) Sim, eu votaria.

b) Não, eu não votaria.

c) Não sei.

2) Você acredita que um político com o currículo acima deveria ser:

a) Candidato à presidência em 2018;

b) Investigado e, de preferência, preso pela Polícia Federal;

c) Não sei responder.
26/10/2015 

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